Capítulo 6: Solidão na Escuridão

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A notícia da demissão da Professora Marta reverberou por toda a escola como um trovão, deixando um sentimento de choque e incredulidade no ar. Camila estava atordoada com a rapidez com que tudo havia acontecido, e uma sensação avassaladora de solidão a engoliu.

A cena começa em uma sala de reuniões, onde a Professora Marta está sentada, olhando para a Diretora Maria com uma mistura de surpresa e indignação.

— Você não pode estar falando sério, Sra. Maria. Eu fui demitida por tentar proteger uma aluna do bullying? Isso é injusto e cruel — a voz da Professora Marta tremia ligeiramente, mas sua determinação era evidente.

A Diretora Maria suspirou, sua expressão tensa.

— Professora Marta, você sabe que eu valorizo ​​seu trabalho aqui na escola, mas temos que considerar a imagem e a reputação da instituição. Não podemos permitir que esse tipo de controvérsia afete nossa credibilidade.

Marta olhou para a Diretora com descrença.

— Então você está me dizendo que a imagem da escola é mais importante do que a segurança e o bem-estar de nossos alunos? — sua voz estava cheia de indignação.

A Diretora Maria evitou o olhar de Marta, uma sombra de desconforto cruzando seu rosto.

— Não é isso que estou dizendo. Mas precisamos ser realistas sobre as prioridades.

A demissão da Professora Marta se espalhou rapidamente entre os alunos e os professores, criando um clima de descontentamento e revolta. Muitos alunos expressaram sua indignação nas redes sociais e realizaram protestos silenciosos em solidariedade a Marta e à situação de Camila.

Camila se viu no epicentro desse tumulto, a culpa pelo que acontecera com Marta pesando em seus ombros. Ela se sentia mais sozinha do que nunca, como se tivesse sido abandonada em meio à escuridão.

No pátio da escola, Camila observava os alunos reunidos, segurando cartazes e velas acesas em apoio a Marta. Ela se sentia impotente, como se sua mera presença trouxesse desgraça para aqueles que a defendiam.

A ausência de Marta era como um vazio profundo que Camila não conseguia preencher. Ela ansiava por seus conselhos, sua empatia e seu apoio inabalável. Agora, ela estava verdadeiramente sozinha, cercada por um mar de indiferença e hostilidade.

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O ambiente escolar tornou-se ainda mais hostil após a demissão da Professora Marta. Com o caminho aparentemente livre, Julia, Carlos e seus comparsas intensificaram sua crueldade em relação a Camila, alimentando um ciclo vicioso de bullying que agora incluía tanto abuso físico quanto emocional.

O corredor está vazio após o término das aulas. Camila caminha lentamente, seus ombros curvados sob o peso do medo e da ansiedade. Ela sabe que está vulnerável agora, sem a proteção de Marta ou de qualquer outra pessoa disposta a intervir em seu favor.

Julia e seu grupo se aproximam dela, seus olhares cheios de malícia. Eles bloqueiam o caminho de Camila, fazendo-a parar.

— Olha só quem está aqui, pessoal. A garota que não consegue se defender sozinha — Julia zomba, suas palavras perfurando como agulhas.

Camila tenta desviar o olhar, mas a raiva fervilhando dentro dela a impulsiona a enfrentar seus agressores.

— Isso não vai mais funcionar, Julia. Vocês não vão me quebrar — ela diz, sua voz mais firme do que antes, mas ainda tremendo.

Carlos ri de maneira cruel, se aproximando de Camila com um olhar ameaçador.

— Ah, você acha que pode nos desafiar agora? Vamos ver quanto tempo você aguenta.

A Lenda da Loira do Banheiro: A Origem ObscuraOnde histórias criam vida. Descubra agora