Capítulo 7: As Sombras da Humilhação

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O corredor da escola estava repleto de alunos, todos seguindo em diferentes direções, cada um imerso em seus próprios mundos. Camila caminhava sozinha, tentando passar despercebida, mas sabia que isso era impossível. Julia, Carlos e seus comparsas sempre pareciam encontrar uma maneira de encontrá-la, como predadores rastreando sua presa.

As risadas zombeteiras começaram como um sussurro distante, um eco que crescia à medida que se aproximavam. Camila sentiu um arrepio percorrer sua espinha, seu coração acelerando em antecipação. Ela apertou o passo, tentando escapar, mas logo se viu cercada por eles, como sombras insidiosas emergindo da escuridão.

As vozes zombeteiras se intensificaram, ecoando nos corredores como uma melodia amarga que ela não conseguia evitar. Cada palavra, cada riso, era um golpe doloroso, perfurando seu coração com precisão cruel. Ela podia sentir os olhares deles sobre ela, como facas afiadas cortando sua autoconfiança.

Julia se aproximou, seu sorriso sádico iluminando seu rosto enquanto ela lançava insultos cortantes.

— Olha só quem temos aqui. A rainha da miséria, a Camila.

Os comparsas de Julia riram em concordância, seus olhos brilhando com uma mistura de maldade e diversão.

Carlos se aproximou, bloqueando o caminho de Camila com um movimento brusco.

— Você é tão patética, Camila. Como alguém pode ser tão inútil?

Camila tentou se manter firme, erguendo o queixo em desafio, mas a torrente implacável de abuso começou a minar sua resistência. Ela sentiu um empurrão nas costas, quase a fazendo cair, enquanto risos cruéis ecoavam em seus ouvidos.

— Vai, mostra pra gente como você é patética! — Julia zombou, dando um passo para o lado para revelar uma poça de água no chão.

Camila sentiu seu rosto queimar de vergonha. Ela sabia o que estava por vir, mas não tinha como escapar. Com um empurrão final, ela perdeu o equilíbrio e caiu de joelhos na poça de água. O líquido frio penetrou suas roupas, sua pele, tornando-a ainda mais vulnerável.

As risadas dos agressores encheram o corredor, ecoando como um eco cruel de sua humilhação. Camila lutou para se levantar, suas mãos tremendo enquanto ela se apoiava contra a parede. Ela podia sentir o olhar dos outros alunos sobre ela, alguns com pena, outros com indiferença.

A sensação de desamparo era avassaladora. Ela estava encurralada, sem escapatória, à mercê da crueldade de Julia, Carlos e seus comparsas. Sua mente estava borbulhando de emoções conflitantes - raiva, tristeza, vergonha. Ela se sentia pequena diante da opressão esmagadora.

Enquanto Julia e seus comparsas se afastavam, suas risadas ainda ecoando, Camila ficou ali, encharcada e abalada. O corredor parecia girar ao seu redor, um mundo caótico e implacável que a tinha como alvo. Ela respirou fundo, uma lágrima solitária escorrendo por seu rosto, sua determinação interna lutando para se manter viva em meio ao turbilhão de emoções.

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A casa estava envolta em um silêncio quase opressivo, o único som audível sendo o tique-taque do relógio na parede. Camila entrou pela porta da frente, seus passos quase inaudíveis no carpete gasto. Seu coração pesava, uma mistura de tristeza e exaustão dominando seus pensamentos.

Seus pais estavam na sala de estar, cada um mergulhado em suas próprias atividades. Seu pai estava sentado em sua poltrona favorita, absorto em um jornal que estava lendo. Sua mãe estava de pé junto à janela, suas mãos ocupadas com algum trabalho de costura. Parecia que eles estavam em mundos separados, alheios à dor silenciosa que sua filha estava enfrentando.

A Lenda da Loira do Banheiro: A Origem ObscuraOnde histórias criam vida. Descubra agora