Capítulo 1: Lágrimas nos Corredores

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Há 73 anos atrás, em uma era onde os vestígios da modernidade ainda não haviam tomado conta da pequena cidade de Rio das Pedras, um cenário pitoresco se desenrolava.

Camila, uma jovem de 16 anos, irradiava um brilho único. Seus cabelos loiros, como raios de sol congelados no tempo, caíam suavemente sobre seus ombros, acentuando a delicadeza de seu rosto. Seus olhos azuis, profundos como o horizonte, capturavam a imaginação de todos que se atreviam a olhar para eles. Ela era uma verdadeira visão, uma beleza deslumbrante que parecia pertencer a um conto de fadas.

Nesse dia em particular, o ar estava repleto de um calor suave de verão, que dançava com as folhas das árvores e brincava com os cabelos dourados de Camila. Ela estava acompanhada de seus pais, um casal que carregava consigo ares de uma época passada. Seus olhares estavam distantes, capturados pela beleza da paisagem ou talvez por preocupações que ultrapassavam aquele momento.

Enquanto passeavam pelas ruas de paralelepípedos da cidade, Camila era o centro das atenções. Os moradores locais se viravam para observá-la, comentando em sussurros admirados sobre sua aparência deslumbrante. Ela caminhava ao lado de seus pais, um sorriso discreto adornando seus lábios rosados.

— Papai, mamãe, olhem para as flores! — Camila exclamou, apontando para um canteiro de flores coloridas que enfeitava a entrada de uma loja.

Seus pais, que até então pareciam alheios à sua presença, finalmente direcionaram suas atenções para ela. Um sorriso forçado apareceu nos lábios da mãe, enquanto o pai balançou a cabeça levemente, como se estivesse despertando de um devaneio.

— Sim, querida, as flores estão lindas — disse sua mãe, sua voz carregada de uma desconexão triste.

Camila não pareceu notar a falta de entusiasmo genuíno em suas vozes. Seu sorriso permaneceu inabalável, seus olhos brilhando com a alegria de um momento simples compartilhado em família.

E assim, naquele instante efêmero, o tempo parecia se curvar em torno de Camila. Ela era a personificação da beleza, da juventude e da esperança, enquanto seus pais eram figuras enigmáticas, presas em um passado que ameaçava desvanecer. Em meio ao cenário encantador da cidade, a vida seguia seu curso, tecendo histórias entrelaçadas de beleza e melancolia, onde o presente e o passado se encontravam, mesmo que por um breve e fugaz momento.

No portão da escola, uma aura de juventude e energia pairava no ar. Julia e Carlos, conhecidos pela sua popularidade entre os alunos, estavam encostados em uma parede, observando os colegas que se dirigiam para o prédio antigo e imponente. Seus olhares cruéis e risadas disfarçadas marcavam a atmosfera com um tom de desdém.

A conversa entre os dois cessou abruptamente quando seus olhares se encontraram e se fixaram em uma figura distinta que se aproximava. Camila, com sua presença radiante, caminhava pelos corredores do tempo, seus cabelos loiros brilhando como uma coroa celestial. Era como se uma aura de beleza a precedesse, envolvendo-a em um halo de inocência e encanto.

Julia revirou os olhos e trocou um olhar malicioso com Carlos. Um sorriso cruel curvou seus lábios pintados de maneira excessiva, enquanto ela sussurrava algo no ouvido de seu cúmplice. Carlos riu baixinho, seus olhos escuros dançando com malícia.

Conforme Camila se aproximava, seu sorriso brilhante permanecia inalterado. Seu olhar se encontrou brevemente com os de Julia e Carlos, mas a jovem loira não detectou a hostilidade nas expressões dos dois. O ar ficou mais pesado à medida que ela se aproximava, alheia à conspiração que se desenrolava contra ela.

Quando Camila passou por Julia e Carlos, os dois jovens agiram. Carlos estendeu o pé discretamente, fazendo com que o pé de Camila tropeçasse e ela quase caísse. Um susto rápido cruzou seu rosto, mas ela conseguiu manter o equilíbrio, escondendo o constrangimento que se alastrava dentro dela.

A Lenda da Loira do Banheiro: A Origem ObscuraOnde histórias criam vida. Descubra agora