Prólogo

177 6 1
                                    

Sabia o que me aguardava quando cruzasse a porta do seu apartamento.

Toquei a campainha mordendo o lábio inferior ainda em dúvida se era o correto.

Seus olhos verdes me encontraram por entre a fresta da porta, então, assim que me viu, a abriu por completo. Seu sorriso charmoso, revelando dentes completamente alinhados, adornava-lhe o rosto. Pude sentir a malícia emanando por trás de sua aparência serena. Isso era meu ponto fraco.

Deu um passo para o lado liberando a passagem. Então entrei.

— Vamos ver um filme? — A voz grossa, trazendo consigo ondas de arrepio, perguntou sem fazer cerimônia.

— Claro! Terror? — Respondi ainda de costas para ele, mordendo a carne da unha, processando se deveria prosseguir com aquilo.

A risada baixa me pegou de surpresa.

— Como quiser.

Rolei o catálogo de filmes selecionando sem critério algum, enquanto ele se aproximava com dois copos de Vodca pura. Evitei fazer contato visual assim que me dei conta de que ele já estava sem camiseta e sentado ao meu lado. O calor de seu corpo emanava pelo ambiente iluminado apenas pela luz da televisão, eu não sabia se seria capaz de aguentar o desejo, que minha respiração, cada vez mais irregular, demonstrava. Virei a bebida de uma só vez, ela me daria coragem, e era o que eu precisava.

Sempre fui fraca para destilados e assim que a última gota de álcool atingiu meu estômago fiquei mole, o coração parecendo bater em ritmo lento, e a excitação caminhando de maneira sutil e torturante pelo meu corpo. Virei-me para ele e comecei a beijá-lo vorazmente, agarrando seu peitoral com uma das mãos enquanto levava a outra para seu cabelo.

Rapidamente fui puxada para seu colo, enlaçada por seus braços fortes, suas mãos percorrendo minhas costas. Segundos depois eu também estava sem camiseta, nua da cintura para cima, acariciou meus mamilos com a ponta dos dedos e os chupou delicadamente, meu corpo dançando lentamente em seu colo roçando nossas intimidades.

Acariciei seu peito, acompanhando o traçado de suas tatuagens, a mão direita segurando firme o cabelo da nuca, desci sua cabeça novamente para entre meus seios os quais ele segurou firmemente e os beijou, passou os braços pela minha cintura me puxando para mais perto de si, enquanto abri o botão de sua calça.

O sentia pulsar enquanto levantava comigo em seu colo, andou alguns passos até o quarto e me jogou na cama arrancando meu jeans e o jogando para longe. Suas mãos quentes percorreram meu corpo, o puxei para perto entrelaçando minhas pernas ao redor de sua cintura.

Eu não deveria estar contando nada disso, foi um momento de fraqueza... todos cometemos erros, não é? O Léo foi só mais um deles.

Que se foda, mas antes, precisamos percorrer um longo caminho até chegarmos ao fatídico dia.

Eu me lembro do dia em que o conheci, foi em uma festa dessas de amigos em comum, não vou omitir os fatos que me levaram a aceitar o convite forçado de Joel. Eu estava magoada com Victor e sempre fui apaixonadinha pelo Samuel, era uma dessas paixonites da infância que grudam na gente, corria atrás dele quando era uma pirralha. Era alto, cabelos e olhos castanhos e tinha uma barba por fazer, trajava jeans e uma camiseta de marca na cor vermelha. Nunca cheguei de fato a conhecê-lo ou ter uma amizade, estudamos juntos, e só. Aparentemente eu não era nada aos seus olhos, bom, até o ensino médio eu não era nada aos olhos de ninguém.

Fui para a tal festa, me deixando levar pela desculpa: "bebidas à vontade para encher a cara, usar drogas e... sei lá, apenas esquecer um pouco Victor". Foi uma noite peculiar, conheci bastante gente e fiquei muito chapada na real. Não era mais do tipo que costumava fazer isso.

Foi assim que conheci Léo.

Mais para o fim da festa, meu amigo me abandonou, me deixando sozinha sentada nos degraus da escada da casa do Samuel com um copo cheio de álcool, uma vista indescritível das estrelas ao som do violão tocando ao fundo, trazendo consigo a sensação de liberdade e calmaria.

— Está uma noite linda, não é mesmo?

Inclinei minha cabeça em sua direção, afastando todo o pensamento cósmico que as estrelas me traziam e me perdendo no oceano verde que habitava seus olhos.

Dou um sorriso tímido

— Maravilhosa — Digo olhando para ele.

Ele retribui o sorriso

— Léo, prazer — E me estende a mão. Eu realmente não consigo desviar o foco em seus olhos, era como se enxergasse minha alma, o tempo desacelera e quase esqueço de cumprimentá-lo sem parecer uma idiota.

— Desculpa. — digo apertando sua mão. — Sou a Stela.

Nem Todo AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora