Epílogo - Caixa de Pássaros.

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  Seus olhos caíram sobre aquela imagem, um monte incoerente de sangue e ossos, a face conhecida apagada em meio a confusa foto que chegou até si naquela manhã, lhe era familiar, um amigo que com o tempo veio a se tornar um inimigo, juntando a todos outras pessoas que aprendeu a odiar e desejou matar, apesar nunca ter ido adiante com esse pensamento infame. Um dos seus homens havia lhe dito que ele havia sido jogado do último andar de sua empresa, seu braço tinha sido quebrado com uma extrema precisão, uma de suas pernas tinha sido praticamente retirada a tiros, seus dois olhos cortados na vertical e um deles arrancado encontrado esmagado no chão de sua sala coberta de sangue, nos corredores de sua empresa também existia corpos espalhados, alguns com perfurações de balas na cabeça, boca e na altura dos joelhos, o lugar estava vazio, o cheiro de sangue impregnava ar fazendo qualquer um que colocasse seus pés ali querer vomitar.

Ninguém soube dizer soube dizer exatamente o que aconteceu ali, e os poucos que sabiam não pareciam ser capazes de dizer qualquer coisa, preferiam a morte ao dizer o nome do responsável por tamanho massacre e carnificina, tudo que lhe restava para lhe dar aquela resposta, era a pequena colocada na sala de YiZhou. A fita foi repetida incontáveis vezes por si, ao ponto de ser capaz de gravar os detalhes mais sórdidos que aconteceram naquela entardecer, em sua cabeça as palavras de Yibo repetiam-se devagar e cruelmente, como o canto de uma sereia que deixa seduzi-lo e afogá-lo enquanto o arrasta para o fundo do mar.

"A única coisa capaz de destruir seu criador é aquilo que ele criou com suas próprias mãos."

No fim das contas, o maldito corvo branco tinha razão, ele e YiZhou foram longe demais, se perdendo pela sua própria tolice almejaram obter o inacalsanvél, criaram um monstro que foi capaz de engana-los com uma falsa face de doçura, e que agora estava esgueirando por suas costas, esperando o momento certo para ataca-lo. Inkigayo havia recebido sua resposta, aquela promessa feita por aquele cover negro no passado tinha sida cumprida, pelo menos uma parte dela.

YiZhou foi o primeiro a morrer.

E ele seria o último.

— Senhor — um dos seus homens o chamou — O que quer que façamos?

— Nada, apenas espere — diz — Espere que ele venha até nós.

O homem acende, retirando-se para deixá-lo sozinho. Inkigayo lembrou-se daquela caixa de pássaros que esqueceu algum lugar da sua casa, uma caixa de tamanho médio com grades finas, que um dia guardaram um pequeno e indefeso pássaro encontrado caído em seu jardim, que escapou assim que cresceu e tornou-se for o suficiente para fugir, exatamente como aquele garoto tinha feito, nunca deixando-se ser totalmente esquecido, retornando para assombrá-lo até o dia de sua morte.

O belo corvo negro que tinha deixado sua gaiola, havia voltado, e agora estava lá, o observando do escuro, junto daquele corvo branco, sussurrando-lhe aquele segredo.

Era sua vez de pagar seus pecados.

"— Estou indo até você, Inkigayo."

Como? Como ele pode esquecer do monstro que havia criado e de toda sua crueldade?

White Crow - YiZhan - 1 Temporada.Onde histórias criam vida. Descubra agora