Laura
Sinto meu corpo todo dolorido e minha cabeça parece que está sendo esmagada de tanto que dói, abro meus olhos mais volto a fechar devido a claridade.
"Será que estou no hospital? No porão não é tão claro assim".-penso.
Pisco algumas vezes pra me acostumar com a claridade do lugar, olho pra cima e constato que realmente não estou no porão da minha casa, o teto de lá é feio e escuro e esse teto que estou vendo é branco como as nuvens.
Viro minha cabeça aos poucos para o lado direito, aonde fica a porta e acabo tomando um susto quando vejo o casal que conheci no começo da semana no mercado.
Olho pra frente e vejo uma moça muito bonita, olho pro lado esquerdo e vejo meu companheiro sentado em uma cadeira almofadada azul, o canto aonde ele está sentado tem uma penteadeira moderna só que presa na parede com espelho e luz embutida no móvel a parede do lado da cadeira é fechada de cortina de cima a baixo.
Sinto meu rosto esquentar de vergonha quando vejo que todos estão me olhando, tenho certeza que meu rosto deve estar vermelho igual tomate.
-Boa tarde princesa._diz meu companheiro ainda afastado.
-Bo-boa tarde._digo gaguejando.
-Como você se sente?_pergunta e sinto preocupação na sua voz, o que pra mim é novidade, ninguém nunca se preocupou comigo.
-Meu corpo e minha cabeça dói. _respondo de cabeça baixa sem olhar pra ele.
Ele levanta e vem devagar pra perto da cama, ele vai até no criado mudo que tem do lado direito e pega um copo de água e um comprimido e estende pro mim e eu fico olhando para o comprimido em suas mãos.
-Pode tomar tranquila o remédio é pra dor . _explica ao ver meu receio, levanto e sento com as costas encostada na cabeceira da cama, termino de tomar e devolvo o copo pra ele.
Começo a lembrar das coisas que meu pai me falou e dele ter tentando abusar de mim, sei que ele não conseguiu porque não sinto dor nenhuma nas minhas partes íntimas, começo a chorar de forma desesperada, porque eu sei que se a pessoa que eu ouvi chegar não tivesse me salvado ele teria me violentado.
Não consigo acreditar que meu próprio pai iria fazer isso comigo, nunca pensei que passaria por isso ainda mais dentro de casa, sei que nenhum deles nunca me trataram bem, mais nunca passou de agressões verbais e físicas, tirando as surras ele nunca fez nada a mais, nunca reparei olhares maliciosos na minha direção.
-Agora você está salva aqui conosco, não deixarei mais ninguém lhe fazer mal. _diz Victor fazendo um leve carinho na minha cabeça.
- Te-tenho que a-a-agradecer quem me salvou, eu não vi o rosto porque eu apaguei, quem foi?_digo gaguejando em meio ao choro.
-Nao precisa me agradecer, agora que te achei não vou deixar mais ninguém te machucar._diz enquanto seca as lágrimas que caem no meu rosto.
- Pre-precisa sim, se vo-você não tivesse a-aparecido meu próprio pai teria me es-estuprado._digo chorando ainda mais e vejo sua mão fechar em punhos, me deixando com um pouco de medo.
-Sobre isso tenho que falar com você._diz de forma mais séria do que ele já estava e seu tom de voz me diz que o assunto é muito sério.
-O que foi? _pergunto e seguro sua mão, percebo que ele não está confortável com o que tem pra dizer.
-Antes de eu ter matado o Leandro, ele me confessou que eles não são seus pais verdadeiros._arregalo meus olhos ao constatar que Leandro está morto e de descobrir que eles não são meus pais biológicos, sei que deveria estar triste pela sua morte, mais a sensação que sinto é de alívio.
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A Ômega
WerewolfLaura uma loba ômega que é considerada fraca por todos da sua alcatéia , inclusive por seus pais Camila e Leandro Mancini e seu irmão Leonardo. Laura é tratada dentro de casa como se fosse uma empregada e não como membro da família . Seu coração é t...