capítulo 9

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                       Fernando

Quando estávamos no mercado, conhecemos a Laura, ela é loira mais sua aparência é de uma menina sofredora .

Reparei no seu corpo muito magro e cheio de hematomas de cores diferentes, revelando que ela apanha muito e direto, e quando ela disse que tinha que ir embora que não queria tomar outra surra, só me confirmou o que suspeitava.

Seu vestido era muito velho, dava pra perceber o tecido desgastado e manchado.

Reparei também quando ela saiu correndo de perto da gente, que ela anda rápido e olhando prós lados e quando vê alguém abaixa a cabeça.

Não sei o que acontece nessa alcatéia mais sei que a Laura sofre muito na mão de todos, e não é só a família mais sim pela alcatéia toda, pelo menos foi o que entendi na nossa rápida conversa.

- Você viu como ela está toda marcada? _Saio dos meus devaneios com a minha companheira Safira fala do comigo.

- Vi sim meu amor, sabemos que ela é uma ômega por ela ter falado e também pelo cheiro, mais o cheiro dela não é de uma ômega normal. _Digo olhando pro corredor que a Laura saiu.

                   

                         Laura

Depois de sair correndo de perto do casal Safira e Fernando eu continuei a fazer as compras e não me esbarrei mais com eles dentro do mercado.

Vou pro caixa pra passar e pagar as compras, quando estou passando o último item do carrinho vejo eles no outro caixa.

Safira me dá um sorriso e um aceno de mãos e devolvo meio sem graça e abaixo a cabeça logo em seguida.

Pago as compras que deu o valor de mil cad, por ser muita coisa e eu não conseguir levar eu peço pra entregar.

A atendente do caixa me olha de cara feia, mais quando falo que as compras  são da família Mancini, a caixa mais do que de pressa chama o entregador.

Saio do mercado e como estou sem a minha bicicleta velha vou andando pra casa. Quando chego em casa vou direto na geladeira beber um como de água, estava com muita cede, uns cinco minutos depois o rapaz da entrega toca a campainha.

Atendo e ele deixa tudo na lado de fora da porta e me olha com cara de deboche.

- Você que carregue tudo pra dentro, sua ômega nojenta. _ Diz e vira as costas rindo.

Não aguento mais morar nesse lugar, queria morar em um lugar aonde os ômegas fossem bem tratados, queria morar na alcatéia da Safira e do Fernando. Eles disseram que lá todos são tratados igualmente e seria meu sonho, não andar mais com medo de ser agredida e até morta.

Vou pegando as compras e já vou guardando cada coisa no seu devido lugar, vou deixando pela bancada da cozinha as coisas que usarei para fazer a janta.

Assim que guardo tudo e limpo algumas coisas que estavam fora do lugar na cozinha eu começo a preparar a janta.

Faço um pudim e enquanto tá assando faço macarrão, salada, filézinho de frango e suco de maracujá.

Quando da sete e meia da noite todos aparecem pra jantar, eu já tinha arrumado a messa, fico no meu cantinho até que uma pergunta me deixa com medo.

- O que você estava falando com beta do supremo no mercado? Meu pai pergunta com um tom de raiva.

- Não estava falando nada, eles só estavam pedindo orientação de onde ficava as frutas e verduras. _repondo com medo.

- acho bom você não chegar perto de nenhum deles denovo, e muito menos perto do supremo, não quero você de amizade com ninguém ouviu bem? _ele diz e bate com a mão na mesa me assustando.

Quando eu ia responder ele segurou no meu pescoço e apertou.

- Ouviu bem o que eu te disse? _respondo que sim só balançando a cabeça por não conseguir responder, por ele está apertando minha garganta.

Ele me solta e volta a sentar pra jantar, minha respiração está desregular devido ter ficado uns segundos sem respirar devido ao enforcamento.

- Por você se achar no direito de ficar de conversinha com alguém, você ficará sem jantar. _diz minha mãe e vejo meu irmão sorri de lado.

Eu estou muito magra devido a falta de uma boa alimentação, estou desnutrida isso se eu ano tiver doente. Acho que só estou viva porque as vezes consigo comer escondida.

Limpo toda cozinha com meu irmão me vigiando pra ter certeza que não comerei nada do que sobrou da janta. A noite hoje vai ser complicada não vou conseguir dormir com fome, já não comi quase nada hoje e vou dormir sem jantar.

Termino e desço pro porão , deito no fino colchão que mais parece um papelão, acho que se eu não fosse uma lobisomem eu estaria mais doente do que já estou.

Fico olhando pro teto sujo de mofo e acabo soltando umas lágrimas, não aguento mais essa casa e essa alcatéia.

-Fique calma menina, falta pouco pra isso acabar. _diz Atenas tentando me consolar.

-Pouco pra quê? _pergunto a ela sem entender.

-Pra você sair desse lugar e ser feliz como você merece. _diz tranquila.

-Tomara Atenas, não sei se aguento por mais tempo viver desse jeito. _digo chorando.

Atenas não fala mais nada e eu fico deixando as lágrimas descerem sem controle.

Não sei o porquê de todos me odiarem, até quem falava comigo passou a me dizer palavras de ódio, estão sempre me xingando ou tentando me agredir. Não sei quanto tempo se passou mais acabei dormindo de tanto chorar.

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Tadinha da Laura

Como hoje por ser feriado e aonde eu faço o tratamento de radioterapia não vai abrir até segunda , vou aproveitar esse tempinho e colocar uma capítulos e tentar finalizar esse livro .

Ele não vai ser um livro grande mais também não sei quantos capítulos mais o menos ele terá, depende do desenrolar da história e da minha imaginação .

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