O Último Suspiro (EM REVISÃO)

Sofrimentos sem Limites - Segunda Parte

"Espero que quando você der aquele salto
Você não tema a queda
Espero que quando a água subir
Você construa um muro
Espero que quando a multidão gritar
Eles estejam gritando seu nome
Espero que se todos correrem
Você escolha ficar"

                   One Republic - I Lived

                                       •••

Entro no carro e sento no banco do carona. Anthony está dirigindo, os irmãos Matt e Will estão nos bancos de trás. O Vin Down ainda está muito longe e, pela expressão no rosto de cada um dentro desse carro, não é difícil perceber que estamos aflitos, nervosos e preocupados.

Não sabemos o que está por vir. Anye está bem? Essa é a única pergunta que martela na mente de todos.

O Anthony está muito nervoso, sempre olhando em todas as direções pelas janelas do carro na esperança de ver a filha na rua. Em alguns momentos, o ouvi sussurrar algo, mas não consegui entender se é oração, reclamações ou palavras de vingança. Mas de uma coisa eu tenho certeza: ele está furioso e não quero ser o Lawrence quando o Anthony aparecer em seu apê.

– Aqui! – Ordeno, apontando para a entrada do hotel.

Entramos no hotel e somos barrados pela recepção rigorosa.

– Vocês precisam de autorização para subir. – Uma mulher elegante fala em um tom gentil.

– Senhorita, desculpe, mas precisamos subir. É urgente. – Matt se aproxima dela.

– Mas eu não posso liberar sem um ace...

– PORRA! – Anthony grita, chamando a atenção das pessoas próximas – Escuta aqui, você tem filhos? – Ele se aproxima da mulher, com calma – Acho que não, né? Parece ser bem nova, mas eu tenho uma filha e ela está em algum desses quartos e não dá notícias há horas. Ela pode estar em perigo e se você não nos liberar e alguma coisa acontecer com ela, eu juro que você vai se culpar pelo resto da vida dos seus futuros filhos. Então, por favor, deixa a gente passar.

A mulher engole em seco e assente com a cabeça.

– Ok, mas não posso deixar todos passarem.

– Puta que pariu! Você não percebe que...

– Eu posso ficar aqui em baixo e vocês três sobem, pode ser? – Will interrompe o Anthony e eu suspiro aliviada.

Concordamos e subimos para o quarto do Lawrence. A mulher com certeza considerou as palavras do Anthony e mesmo que não permitisse a nossa entrada, ele entraria a força.

– Qual o quarto, Amie? – Anthony anda rápido pelo corredor.

– Não sei, acho que... acho que é o 219.

Estamos no corredor, andando muito rápido e ofegantes. Anthony está bem na frente, Matt logo depois e eu há alguns passos de distância deles. Por mais que tente, não consigo acompanhar os passos largos que realizam.

De longe consigo ver o pai da Anye abrir uma porta e não tenho dúvidas de que ele encontrou o quarto do Lawrence. Matt entra logo em seguida e aos poucos vou me aproximando da porta, ouço um grito de desespero do Matt gritando pelo nome da minha amiga. Isso me faz parar no meio do corredor, um vento gelado sopra meus cabelos, me fazendo arrepiar os pelos dos braços.

Me aproximo devagar do quarto e me assusto ao esbarrar no Matt. Ele sai do quarto correndo e não diz nada, mas seu rosto me assusta. Seus olhos vermelhos, como se estivessem preparados para chorar, e sua pressa... o que aconteceu?