27-Humano

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-Eu sou o príncipe de Ertdevol, o reino que é uma "reserva natural de ouro". O meu pai, Ali III, planejava que eu consolidasse a área econômica do reino, já que eu era o sucessor. No entanto, eu era rebelde. Fugia do Palácio Real e ia pra festas, rixas, rachas, etc. Um dia, numa racha de air-cars, bati o meu carro em um edifício, e fiquei internado por meses. Diziam que eu ia morrer, pois uma parte do meu cérebro havia sido totalmente destruída. Mas um cientista do Império Haower, que atendia pelo pseudônimo de "Doctor X", disse que conseguiria criar um conjunto de próteses robóticas capazes de garantir minha sobrevivência. Falou e cumpriu. No entanto, como consequência da troca artificial, eu não posso sentir emoções. O DX disse que junto da parte do meu cérebro que foi destroçada, se foram quase 100% dos meus sentimentos.

-Deve ser triste isso, né? - eu falei.

-Não, não é. Sabe, eu percebi que a maior fraqueza da Humanidade são os Sentimentos. Vários homens deixam de serem felizes sozinhos porque se sentem atraídos por alguém, e acreditam que só podem ser felizes com estas pessoas; também existem pessoas que por terem sido rejeitadas, não se sentem felizes sozinhas; ainda há aqueles que fazem besteiras por momentaneamente terem ficado com raiva, e depois, sentem culpa e arrependimento; mas, quando se perde as emoções... você pode fazer o que quiser, sem ter que se preocupar com os outros, com as consequências, com o medo...

-Cara, você é louco - eu ri. Aquilo era patético. Independentemente dele ter sentimentos ou não, eu iria vencer a luta!

Com a eletricidade circulando pelo meu corpo, eu avancei e fiz o Electric Power: Rain of Kicks! Na velocidade da luz eu dei milhões de chutes no Cyborg Paia, mas ele conseguiu bloquear a maioria. Ainda bem que os chutes que o acertaram causaram um belo dano nele. Ele recuou, e eu pude vê que seu braço tecnológico estava tremendo e a perna robótica parecia um pouco travada.

-Agora é minha vez - de seus olhos saíram raios laser e eu rapidamente me agachei.

Os lasers bateram no arame farpado e voltaram na minha direção, me ferindo nas costas, o que fez com que eu sentisse muita dor na coluna. Adbel, se aproveitando disso, me deu um chute e sua mão eletrônica se transformou numa foice, e ainda falou:

-Vou te provar que os Sentimentos são a fraqueza humana. Primeiro, sinta a Dor.

No momento que ele ia cortar meu antebraço, dei uma descarga que formou uma barreira elétrica, repelindo a arma. Saltei para trás e respondi:

-Os Sentimentos não são uma fraqueza. Eles são nossa essência. Isso é o que nos faz sermos humanos. A Dor é algo natural de nós, assim como o Medo. Vai precisar muito mais do que me fazer sentir uma dorzinha pra convencer a mim da sua Teoria das Emoções.

-Então o que acha... de Ódio? É algo perigoso o Ódio. A pessoa que odeia, é capaz de matar, roubar, magoar...

-Mas também pode fazer com que a pessoa evolua, melhore.

-Alimentando o seu ego?

-Auto-estima é tudo - eu ri. Sinceramente falando, não tava levando aquele mauricinho metido a psicólogo a sério.

Eu então fiz o Electric Power: Ocult Thunder, e através dos meus pés, a eletricidade flui por todo o tatame, eletrocutando o corpo do meio-humano.

-Sentiu a Dor? E agora está com Ódio? E agora? - zombei - Tu vais mostrar que realmente, "a pessoa que odeia é capaz de matar"?

Ele olhou pra mim com os olhos vazios, e o seu braço virou uma metralhadora portátil. E foi naquele momento que pela primeira vez naquela luta, vi que seu rosto formou um sorriso psicopata. De alguma forma, eu consegui fazê-lo sentir algo... Ou seja, ele era humano ainda.





Paia: gíria para sem graça, sem qualidade.

Killer Bird: First Phase (Sci-fi)Onde histórias criam vida. Descubra agora