Capítulo 2

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Não conhecia ninguém naquela cidade, já estava ficando com crise de ansiedade enfornada naquele quarto, já tinha até passado por uma crise existencial e tudo, ainda era quarta, não parava de abrir o site para ver se havia algum resultado. Pra não pirar resolvi olhar no Instagram se havia algum lugar próximo para sair. E estava lá, uns 10 min do hotel uma baladinha, fiquei curiosa, como será uma balada na Coreia? Mas ir sozinha? Não conheço ninguém, mas não queria ficar no quarto. Tomei coragem e me arrumei e fui.

O lado de fora era silencioso, nem parecia que tinha uma boate ali, havia dois homens na entrada

- Desculpa, e aqui a boate ?

Eles me olharam meio que não entendo nada que eu estava falado, de repente eu escuto uma voz de longe, me viro uma menina, alta loira de olhas azuis e outra morena bronzeada de cabelos lisos, viam em minha direção

- Sim, você está no lugar certo, eles não falam inglês- ela se vira para segurança e fala com ele e ele abre a porta- o isolamento acústico daqui é ótimo né?

Ficou meia sem graça, ela pegunta.

-Nao vai entrar?
- Vou sim
- Tá sozinha?
-Sim.
-Ja não tá mais- diz enquanto pega minha mão e me puxa para dentro

Realmente o isolamento acústico era perfeito, do lado de fora praticamente você não escuta nada, mais quando entra você não escuta mais ninguém.

- Olha, os meninos estão alí- diz apontando pra uma mesa, onde a maioria não era coreano, mais tinham alguns- bora vc e minha convidada de hoje

Então ela continua me puxando em direção da mesa e me apresentar ao pessoal

- Esses são o Louis, Sun, Andrew, Parker, Elisa e Estephan, Ah eu sou a Helena e essa aqui e Allegra.
- Sou a Sophie
- você veio a passeio, trabalho ou estudar? -Diz a Helena
- Vim a trabalho
- Qual país você é? - Pergunta Louis
- Brasil
- Hummmmm, uma latina aqui, deu pra perceber - Diz Parker
- Deu pra perceber?
- Sim, as curvas são diferentes- Diz o Parker com ar malicioso
- Não meninos, não façam isso.

Continuamos a conversar, a Helena me falou de onde eram cada um dali, ela era Americana, Allegra era Italiana, Parker e a Sun eram coreanos, Louis e Estephan da França e o Andrew Moçambique porém foi adotado por pais americanos então era considerado americano. Eles faziam intercâmbio e se conheceram no curso. Continuamos conversando e dançando até que começa a tocar um Funk, sim um Funk, -olha Sophie essa música num é do Brasil?- Pergunta o Parker, olho pra ele com cara de tipo como ele sabe? Ele começa a rir, a Helena me puxa pro meio da pista e me pede pra ensinar a dançar.

Então começo a dançar, do jeito que só uma brasileira sabe, a música toma conta de mim, mistura a batida junto com o álcool, combinação perfeita, quando a música termina, vejo que estava todos me olhando, porém percebo um sensação diferente, olho pra cima, em direção da sala do VIPs, vejo um homen me olhando fixamente e o olhar era de desejo. Ele passa a mão no cabelo, abaixa a cabeça e começa a rir. Sei lá acho que já vi ele em algum lugar.

- Sophie... Sophie - escutando lá no fundo alguém me chamar, era a Helene me chamando pra ir no banheiro.

Ela já estava muito bêbada, fomos no banheiro e ela começou a passar mal,  e me pediu pra chamar a Allegra, então fui chamar ela, e fiquei na porta do banheiro esperando. O som tava muito alto e eu estava meia tonta, avisei a meninas que iria chamar um táxi e ia para hotel, acho que elas nem ouviram, fui em direção do balcão para pedir uma água, sentei no banco e encostei a cabeça na mesa.

- Então Ceo, rico e solteira?- escuto uma voz masculino bem ao meu lado, viro a cabeça e vejo um rapaz, alto, fisicamente forte (malhado) cabelo bem arrumado, olhos bem puxados e um sorriso que já dava vontade se joga em cima dele- acho que foi assim que você falou.
- Quem é você?- Pergunto enquanto lavando a cabeça da mesa- de onde me conhece?
Ele  puxa o banco do meu lado e senta
- Na verdade não te conheço, mas ouvi esses dias essa informação - me viro bem de frente a ele, e da pra sentir bem de perto o perfume dele, aquele cheiro forte de perfume amadeirado, mais com toque de doce bem cítrico no final, o cheiro dele me fez arrepiar toda, não sei explicar.
- Então essa é uma tática de vocês de darem em cima das estrangeiras?- digo analisando ele por completo, então ele se aproxima de mim e fala bem no meio ouvido
-  Iae? funcionou então? - Quando ele fala me encolho toda e mais uma vez me arrepio. Ele se afasta  e fala- Estava vendo você dançar- em quanto me analisando por completa.
Então me levanto pego a água na mesa chego bem no ouvido dele e pergunto. - Gostou do que viu?- Para provocar mais ainda dou uma mordida bem de leve na orelha dele. Ele se assusta e olha pra mim - Pelo jeito, realmente gostou.
Ele fica sem reação, então vou andando em direção a saída, ele me segue.
Lá fora tento chamar um táxi, mais já era 3:00h da madrugada, mal havia carros na rua.

- Se você quiser dou uma carona- olho pra trás ele está bem em pé encostado em uma moto, e novamente o perfume dele vem até mim levado pelo vento- Essa hora será impossível conseguir um táxi
Fico calada pensando se vou ou não e ele continua falando- Relaxa, não vou levar você para o mal caminho - Diz enquanto rir e sobe na moto.
Continuo calada, mais meu corpo vai em direção dele, ele me dá o capacete e pergunta onde eu moro -No hotel Sol- ele rir e liga a moto, então subo e me agarro nele, e consigo sentir todos os músculos dele, ele me olha atravéz do retrovisor e rir com aquele sorriso de malícia. No instante chegamos no hotel, desço da moto e entrego o capacete.
- Não vai agradecer?- Pergunta ele
- Lógico, obrigada
- Só?- Diz ele com ar de desapontado, então me aproximo dele, ah, aquele perfume dele, me deixa molhada. Chego bem perto dele, e dou uma mordida bem devagar no lábios dele e quando vou me afastando ele me segura pela cintura e me puxa, da pra sentir o corpo dele esquentando, ele me beija, o beijo parecia pegar fogo, tinha um gosto de whisky com menta. Ele passa a mão na minha bunda e aperta me puxando contra ele. E consigo sentir tudo e olhe que ele nem está me prensado. Acho que se estivéssemos em um quarto não iria me conter.
Me controlo e me afasto, ele olha pra mim me analisando dos pés até a cabeça- Agora sim isso foi um agradecimento - Ele sobe de volta na moto e saí. Fico sem fôlego por algum tempo, me recomponho e entro no hotel. Vou direto para o quarto tomar um banho pra baixar o calor

- Realmente eles não são que nem os doramas que assistir, que foi isso ?  Que pegada foi essa? Se não tivesse na rua dava pra ele ali mesmo.

Fiquei pensando e falando com meus botões, depois de um banho bem gelado e fui direto pra cama e apaguei.

O outro lado da escuridão Onde histórias criam vida. Descubra agora