Orquídea

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         Seus cabelos ruivos beijados pelo sopro do vento era uma linda paisagem a se admirar, ao caminhar, ela vasculhou em sua mente uma frase menos agressiva para ser dita ao seu professor e futuro diretor, contudo, sua irritação acabará faland...

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         Seus cabelos ruivos beijados pelo sopro do vento era uma linda paisagem a se admirar, ao caminhar, ela vasculhou em sua mente uma frase menos agressiva para ser dita ao seu professor e futuro diretor, contudo, sua irritação acabará falando mais alto ao ver o homem com um olhar doce e com seu típico traje espojado em um terno cor verde limão. Sua barba já crescida e seus olhos grandes e azulados olhavam para a jovem furiosa a sua frente, ele piscou atônito e limpou a garganta.

- Senhorita Potter. – em um tom amargo tentou conter a sonserina.

- Pediu-me para ser cautelosa e não modificar nada que pudesse afetar o futuro e me contrata Tom Riddle para ser o professor?

- Minha jovem, não compreendo.

- Foi ele o causador da ruína no futuro. – ela agrediu Dumbledore que assentiu. Ela respirou fundo. – Mas sinto que de alguma forma você sabia disso.

Dumbledore coçou o queixo com um pequenino sorriso de canto surgindo em seus labios.

- Estive certo em deduzir que, ele não foi um professor em uma outra linha temporal. – Dumbledore se aproximou. – A mais ou menos 5 anos, ele veio a Hogwarts. Dippet recusou o pedido de Tom para o cargo de professor, por ele ser muito jovem, apesar de um brilhante aluno.

- Qual era o problema em permanecer assim?- Tirity questiona o velho de uma forma ríspida o que fez Dumbledore arquear a sobrancelha. – Ele não pode permanecer aqui, não pode deixá-lo andando livremente por aí.

- Existe alguma coisa a mais que deseja me contar?

A pergunta pegou-a de surpresa, seu nervosismo por estar tão próxima do Lord das Trevas era de fato assustador, contudo, o medo de ser exposta com um professor em uma época com tanta burocracia envolvendo a mulher que seria impossível de escapar dos holofotes. Merlin, que desafio!

- Não, senhor. – ela piscou engolindo em seco, demonstrando apenas uma afeição calma. – Nada.

- Sabe minha jovem, quando eu insisti para que Dippet aceitasse Riddle, pois algo me dizia que isso poderia fazer uma alteração.

- Isso deve ser comunicado, Dumbledore, não pode simplesmente usar sua intuição e alterar a história na qual eu vivi. – alertou irritada – Wanda me disse que ..

- Está certa senhorita, mas se mudar para um lugar, onde Lord Voldemort não existe, não iria desejar voltar ? – a pergunta era claramente algo retórico,afinal, ele sabia de seu desejo de retornar para seu irmão e seus amigos.

Ela fechou os olhos fortemente, sentindo uma memória sobre a Guerra falhar, lembrava-se de seus gritos sendo mesclados com o de Granger, enquanto estava ao chão gélido da Mansão de Draco Malfoy que segurava o choro enquanto via sua melhor amiga com a mulher de cabelos rebeldes e negros em cima dela.

- VADIAS IMUNDAS. – a voz estridente de Bellatrix Lastrange ecoava em sua cabeça, a dor da ferida causada pela mulher com sua adaga afiada ao seu braço direito.

Ardia enquanto tentava mexer, ardia quando soluçava, ela leu em seu punho. “Aborto.” Ela não era um aborto, ela possuía a magia, mas ser filha de uma sangue-ruim, com uma bisavó aborto e um bisavô trouxa. Ela sabia que no fundo, algo oculto rodeava a história de sua mãe, uma a qual a própria talvez não saberia a verdade.

Erguendo seu olhar, ela viu sua melhor amiga, segurando a mão da garota de cabelos castanhos e rebeldes, ela forçou um sorriso.

- Veja, mestiça imunda. – seus cabelos ruivos eram arrastados para longe, onde é que estivessem, Harry gritava para que soltasse sua irmã. Chorosa, ela se ajoelhou diante de Lucius que olhou-a enjoado.

Draco não fora capaz de chamar o Lord, enfurecido pela fraqueza do filho, ele esticou a manga revelando a marca negra. Seu pulso fora cortado repentinamente, ela engoliu um grito dolorido e viu seu pulso marcado ser esticado em direção a marca negra. Uma linha fina de sangue pintou sobre a marca e uma tempestade se formou ao céu cinza, as vidraças se abriram.

- Crucius. – Lastrange falou, a ruiva se jogou ao chão.

Sua mente retornou ao momento atual, daquela realidade em que poderia não existir aquela tortura, ela se apoiou a parede esticando a manga de sua capa 0ara que pudesse ver tão nitidamente a cicatriz permanente daquela tortura.

- Seja lá o que tenha feito, apenas criou algo ainda mais poderoso e raivoso. – a ruiva ajeitou seus cabelos e sua postura. – Nunca ache que pode me controlar, professor, sou eu quem controlo.

- Você não é tão diferente dele, senhorita Potter.

Aquela afirmação lhe causou calafrios que a fez estremecer, olhando para a enorme ave ela adentrou para descer do local, em meio aos seus pensamentos ela rumou para sua próxima aula, em seu completo silêncio, fez suas tarefas e voltava a todo momento sua atenção ao pergaminho do trabalho que Tom havia passado. Conhecendo-o mesmo que não tão bem, podia deduzir de que Tom usaria algum feitiço relacionado a memória, talvez um feitiço Expecto Patronum, mas apenas seu irmão fora capaz de conjurar o patrono.

Seu silêncio causou um desconforto em Horácio que esperava mais do desempenho de Tirity em sua aula, contudo, ao vê-la fazendo um preparo impecável da poção, deu a ela seu típico convite para a reunião dos Perfeitos. Precisava ser cautelosa em suas lembranças, não poderia mentir, tão pouco, poderia dizer toda a realidade. Se o trabalho fosse para executar o feitiço do Patrono, ela não conseguiria, principalmente com as lembranças da Guerra ainda não frescas em sua memória.

Ela não o vira durante o restante da tarde, dando a Tirity tempo o suficiente para escrever e concluir os trabalhos das aulas extracurriculares e mesmo na mesa de jantar, ela continuava a escrever, sequer ouvia Walburga reclamar de que Tirity não parava de escrever por nenhum segundo sequer, já Hannah, conhecendo o foco da amiga repreendeu a colega Sonserina.

- Não a interrompa.

- Esta noite, será regada de alegrias para os alunos do sétimo ano. – a voz de Dippet despertou Tirity de sua fervorosa escrita mas o que a fez guiar seus olhos para a mesa dos professores fora o olhar de Tom lhe devorando. 

Ele parecia irritado, talvez tentando adentrar a mente de Tirity, contudo sem sucesso, a garota excelente Oclumência deixava Riddle vulnerável para compreender seus pensamentos. Não era apropriado invadir a mente de uma aluna, mas era necessário entender a irritabilidade da jovem por ele, mesmo sendo seu professor,um cargo que teria autoridade máxima sobre ela, não era compreensível aquela fuga.

Ela ajeitou sua postura e seus cabelos em um penteando frouxo com fios caindo desleixados em seu belo rosto. Tom penetrou o suficiente para sussurrar “ Torre de Astronomia”. Evitando um olhar carrancudo, ela olhou para o Diretor que continuava a falar.

— [...] Como todos os anos, os alunos terão aulas de Artimância para concluir as aulas, nossa donzelas, terão a presença da Professora Angélica Trywvel, uma esposa, mãe e dona do lar. Peço para que amanhã, as alunas do sexto ano, possam pegar suas novas atividades para a conclusão do ano e a entrada ao último ano.

— Os homem teriam Artimância e nós teremos que cuidar de crianças remelentas? — a pergunta viera de Tirity de maneira indignada e a forma que ela se referiu as crianças fez com que as mulheres ao seu lado se assustassem.

— É normal, Tirity. — disse Ária em um sussurrar desesperado. — Esta lei está estabelecida desde 1889 para que as escolas de Magia e Bruxaria ensinem o trabalho de uma mulher.

— Trabalho de uma mulher ? — a voz de Tirity se alterava e isso começou a atrair atenções além da mesa da Sonserina e isso junto com Horácio Slughon e Tom Riddle que pareciam se inclinar para ouvir o que a garota demonstrava tanta raiva.

— Tirity,por favor. — implorou Hannah olhando para os lados. A ruiva então virou o suco de abóbora irritada e saiu em meio ao discurso. Dippet olhava para o diretor da Sonserina que assentiu compreendendo o que lhe era pedido.

O velho homem se levanta deixando seu prato vazio, e por uma tentativa de criar uma ironia do destino, Tom acompanhou seu professor, fingindo ser chamado com um pequeno toque. O professor a conhecia, ele era como uma figura paterna para a bruxa. Não caminharam muito, afinal, estavam próximo dos jardins.

— O que houve, querida? — Horácio se aproximou de sua aluna, vendo-a sentada no gramado, admirando o céu estrelado e limpo das nuvens.

Aquela linda noite, realçava a beleza de Tirity, os cabelos longos e ruivos caidos em cascatas em suas costas após um longo dia preso, deixando as pontas das madeixas mais onduladas, ela abraçava suas pernas olhando para cima e Tom pode contemplar a beleza daqueles olhos azulados, eles transmitiam a calmaria, refletiam como um mar harmônico com o vento.

— Não é nada professor, só ..— ela suspirou pesadamente olhando para o senhor que lhe estendia a mão. — Eu só fiquei frustrada.

— Deduzo ser as Aulas de Educação Doméstica,não é?

Horácio a viu rir e puxar pequenas flores da cor roxa e colocar na palma de sua mão.

— Não vejo necessidade de mulheres se submeter a um trabalho doméstico ao marido. Não é isso o que quero para mim. — ela fechou a planta em torno de seus dedos e uma pequena luz em um brilho dourado surgiu.

— O que deseja fazer, senhorita? — Horácio pergunta vendo a magia na mão da garota.

— Eu posso ser Ministra, posso ser uma Auror. Essas regras que submetem a mulher a fraqueza já deveria ser alterada. Grandes nomes bruxos foram mulheres e isto inclui a duas fundadoras de Hogwarts.

— Eu entendo, querida, mas.. não é que esse cargo lhe coloque como um ser frágil, mas que não somos capazes disto. — ele apontou para a flor revigorada na palma da mão da garota.

— Mulheres bruxas foram caçadas, torturadas, muitas das vezes apenas por ser bela ou inteligente. Após essa guerra, muitos nomes bruxos foram conhecidos, uma em inclusão, criou a maldição da morte.

— Minha jovem, eu sei que isto lhe frustra, sei o quanto isso pode deixar sua mente magnífica furiosa. Mas posso garantir de que irá encontrar um marido que lhe dará o devido valor.

— Professor. — ela riu olhando amorosa para o professor com magia ela puxou a terra para enterrar a pequena flor no solo. — Eu não preciso de homem para me dar valor, serei eu mesma a decretar este valor.

— Minha jovem, não deseja se casar e ter uma família como seu irmão? — ela fechou os olhos segurando o riso.

— Acha que o amor existe, professor? Você não se casa por amor, você se casa por conveniência, por interesses ou simplesmente para implantar ao Ministério,algum tipo de visão de boa mulher, bom marido.


Horácio não tinha argumentos que pudessem fazê-la compreender a visão daquele mundo. Tom escondido, tentava compreender a visão de Tirity, ele era um machista preconceituoso com relação a mulheres em seus Comensais, talvez por nunca ter encontrado uma com uma visão definitiva sobre um futuro diferente, uma que não seguisse as regras mas sim a algo que lhe convém e que lhe favorece. Essa era Tirity. E fora por causa disso que ela o atraiu sem mesmo ter a intenção. Riddle coçou o queixo com o polegar, pensativo. Ela estando ao seu lado, unindo sua magia de cura, sua inteligência, mesclando suas ideologias, suas criações. Aquela magia de cura era algo novo para Tom, algo que só vira uma única vez. E ... Tom paralisou.

𝕯𝖆𝖗𝖐𝖓𝖊𝖘𝖘 - 𝕿𝖔𝖒 𝕽𝖎𝖉𝖉𝖑𝖊Onde histórias criam vida. Descubra agora