Acordo com uma dor enorme na cabeça e reparado que estou num quarto.
Não era o meu nem o do Steve mas tinha a ligeira impressão de que já havia estado lá.
Depois de a minha cabeça parar de doer levanto-me.
O quarto era grande. Tinha uma cama de casal, uma cômoda, uma secretária e ainda tinha uma porta que dava acesso ao closet. Fui para o closet e havia duas divisões: uma com roupa de homem e outra com de mulher.
Saí do quarto e reparei que havia várias fotos na cômoda. Aproximei-me e reparei que eram fotos minhas com o Carl. Na noite de póquer que fizemos com alguns colegas dele, no cruzeiro que fizemos para festejar 2 meses de relação, no casamento de um dos amigos dele, e no dia em que me pediu em casamento.
Eu e o Carl pertencíamos á lista de casais felizes. Jantávamos juntos, comemorávamos coisas simples, fazíamos caminhadas e tudo o resto que casais felizes fazem. Ele pediu-me em casamento no dia em que fizemos 1 ano de namoro e no próprio dia recebi a proposta de ir gerir uma força em Portugal.
Eu contei-lhe, como todos os casais fazem quando tem algo importante, e ele passou-se. Tivemos uma grande discussão nesse dia que fez com que eu tenha ido para um hotel. No outro dia, ele bateu á porta e em mim. Teria morrido se as pessoas dos outros quartos não tivessem ouvido os meus gritos e não tivessem chamado a ambulância. Sai na semana seguinte com um braço partido, com vários arranhões e hematomas.
Decidi tirar as coisas de casa no próprio dia e aceitar o emprego. Fiz a denúncia á polícia mesmo ele contactando-me a pedir desculpas e que tinha sido apenas da bebida, que não me ia tocar mais. Ele foi preso e eu fui para Portugal.
Mas ele continuou no meu pé e afastei-o com uma prisão de um mês e uma ordem de restrição.
Depois de afastar as memórias comecei a abrir as janelas mas sem efeito pois estavam todas trancadas.
- merda.
Ouvi um barulho e agarrei em um lápis que estava na secretária indo em direção do closet.
A porta foi aberta e ouvi um barulho de um prato a pousar.
??: aparece querida, sou o teu noivo. Só te quero o bem.
Continuei encostada á parede sem me mover ou fazer algum barulho que incriminasse a minha presença. Não ouvi mais nenhum som e fiquei receosa.
O silêncio nunca poderia ser uma coisa boa.
Carl: querida, sei que estás no closet. Sai daí.
Escondi o lápis atrás das costas e sai.
Carl: linda. Desculpa ter-te magoado mas foi a única maneira de te trazer para a nossa casa --por isso é que me lembrava do quarto-- tu não irias querer vir de boa vontade.
- deixa me ir, Carl.
Carl: não posso fazer isso. Sabes há quanto tempo eu pensei nisto? 2 meses. Vi-te a trabalhares, a sair e a entrar na casa de outro homem, a beija-lo...
- deixa-me ir, Carl. Nós acabamos, há muito tempo.
Carl: não acabamos, apenas dêmos um tempo. Um longo tempo. Vêm cá, querida.
Ele veio até mim e eu lhe espetei o lápis no olho. Aproveitei que ele se queixava e corri para fora do quarto. Tentei abrir as portas para a saída mas nenhuma delas dava. Decidi trancar-me na casa de banho e abrir a janela. Por sorte, esta não estava trancada.
Ouvi os gritos dele do lado de fora e me apressei mais a sair.
Estava quase a sair quando sou agarrada.
Carl: parece que te vou amarrar.
Ele atirou-me para o chão e começou-me a bater até eu perder a consciência.
(...)
Carl: olá querida, parece que fizeste uma longa sesta.
Olhei para as janelas e apenas vi escuro. Realmente tinha estado muito tempo acordada.
Carl: vai vestir o vestido que está pendurado. Estarei esperando.
Ele tira as algemas dos meus pés e das minhas mãos. Eu me levanto e vou para o closet.
Ao chegar vejo um vestido de noiva pendurado. Na mesa estava uma lingerie branca, uns saltos e vários acessórios.
- para que é tudo isto?
Carl: vamos casar.
Ele tira um fato preto e deixa o closet.
Carl: não te demores ou vou ter de te vestir eu mesma.
Contra a força do ódio tirei as minhas roupas e vesti tudo o que estava preparado. Quando fiquei pronta sai e ele me pegou no braço me levando para a sala.
Ele me sentou numa cadeira e me amarrou as mãos na parte detrás.
Carl: só por precaução. Não queremos que voltes a fugir.
Ele deixou-me ali sozinha por algum tempo e apenas voltou quando a campainha tocou. Ele abriu a porta e um padre entrou. Ele não disse nada, apenas entrou e se sentou.
Carl: vou apenas buscar as alianças.
Ele colocou as alianças na mesa onde estava uma data de papeis.
Carl: pode começar.
Padre: estamos aqui reunidos para celebrar a união destas duas pessoas aqui presente. Carl Cardoso e ....
- Carl não faças isto. Deixa-me ir. Não ganhas nada mantendo-me presa. Vais me prender por quanto tempo?
Carl: o tempo que for preciso. Agora por favor vamos continuar. É Kristen Rollins. E comece de novo.
Padre: estamos aqui reunidos para celebrar a união destas duas pessoas aqui presente. Carl Cardoso e Kristen Rollins.
Carl: passe a parte do amor. Vamos para o que realmente me interessa.
Eu tentei tirar as algemas mas não conseguia e já me doía as mãos.
- Carl, se vamos fazer isto vamos fazer bem. Liberta-me. Eu prometo que não vou fugir.
Ele olhou para mim desconfiado mas tira-me as algemas. Massajo os pulsos e os coloco no colo.
Carl: do início.
Padre: estamos aqui reunidos para celebrar a união destas duas pessoas aqui presente. Carl Cardoso e Kristen Rollins.
Vejo que em cima da mesa está um livro e pego nele batendo na cabeça do Carl. O empurro da cadeira e pego na arma apontando para ele.
- não te mexas. O teu telmóvel?
Carl: na cozinha.
- Levanta-te e vamos buscá-lo.
Ele se levantou e caminhamos até á cozinha.
Carl: não está aqui.
- procura-o, Carl.
Carl: eu pus aqui. Sei que o pus aqui.
- para de enrolar Carl, não tenho tempo.
Carl: encontrei-o.
- passa-o.
Carl: pensa melhor. Podemos ter felizes. --ele coloca-o na bancada
- não vamos ser felizes, nem existe mais nós sequer. Quero-te longe de mim. Longe.
Pego no telemóvel e ligo para a emergência.
!911: 911, qual é a emergência?
- olá, sou a tenente Rollins, da five-0. Preciso que avise o comandante McGarrett de que fui raptada. Não sei onde... --sinto uma dor na barriga-- estou.
Deixo cair o telemóvel e vejo o Carl a tirar a faca do meu abdómen.
Cai no chão e comecei a ver tudo turvo.
Ouvi vários barulhos e sinto alguém a pegar-me no colo.
-Steve....
CONTINUA....