that boy ~୧★

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·presente - 2023·

Não tem nada pior do que ser vela do seu melhor amigo de infância, enquanto o Hyunjin e o namorado dele o Felix estavam abraços vendo filme no sofá eu tava sentado no chão comendo pipoca sozinho, era insuportável ter que ver um casal feliz sendo feliz na minha frente, ainda mais quando eu não namorava alguém há mais de 5 anos, motivo? Eu não conseguia gostar de ninguém, a única pessoa que eu gostei em toda a minha vida acabou se afastando de mim e poderia até estar casado, seria muito fácil eu simplesmente seguir minha vida mas nem é uma opção, eu não consigo gostar de ninguém por mais que eu tente.

- Eu vou pra casa - eu falo me levantando

- Já? - Hyunjin olha pra mim enquanto come pipoca

- Sim, ser vela é muito cansativo, ainda mais de graça - eu peguei meu casaco e fui até a porta - Não me chamem mais - eu disse brincando enquanto saia do apartamento de Hyunjin. Eu gostava da companhia de Hyunjin e Felix era gentil e engraçado mas era desconfortável só ficar vendo os dois sendo um casal fofo que eu provavelmente invejava.

Eu fui pro meu apartamento e me deitei no sofá, eu não tinha nada pra fazer, principalmente por ser um sábado a tarde. Eu fiquei um bom tempo olhando o teto e pensando sobre minha vida. Era bem sem graça ser adulto, ao decorrer da minha vida eu acabei não fazendo muitos amigos, Hyunjin sempre foi meu melhor amigo e por mais que eu tivesse alguns outros eles eram casados ou comprometidos então em um sábado a tarde é claro que eu ficaria sozinho deitado no sofá. Eu recebi uma ligação da minha mãe e decidi atender

- Oi mãe, como tá ai em Paris? - eu pergunto não tão interessado

- Meu bem aqui é lindo, vou te mandar fotos depois! - ela parecia estar animada. Era bom ver a minha mãe feliz depois de tanta coisa.

- Que bom - a minha mãe ficava visitando diferentes países há mais de 3 anos então eu não via ela a muito tempo

- E como vão as coisas aí? Tudo bem? Como vai o trabalho? - ela fazia várias perguntas todas as vezes que me ligava

- Tô sim, tá tudo indo né, não dá pra dizer que é um mar de rosas mas fazer o que - eu falo com sinceridade

- Ah meu bem, a vida é assim mesmo! - ela diz em uma tentativa de me acalmar (?) - E você tá namorando, amor? - ela já sabia a resposta mas mesmo assim fazia questão de perguntar

- Não,  acho que não tenho tempo pra isso - era mentira eu só não esquecia alguém

- Para de mentir. Você ainda gosta daquele garoto? - "aquele garoto" era óbvio que ela sabia o nome, só não queria falar.

- Não sei, não sei como ele tá hoje em dia e seria bem estranho eu gostar do garoto de 10 anos atrás - eu respondi com sinceridade

- Talvez o universo esteja planejando o reencontro de vocês

- Eu não sei se acredito nessas coisas

- Então vamos apostar, se vocês se reencontrarem você me paga

- Pagar? Quanto? - eu gastava muito dinheiro com coisas inúteis então provavelmente eu não teria dinheiro

- Depois eu escolho - ela diz confiante - Meu bem, eu vou desligar agora, a Hana quer comprar croissant - acho que não mencionei mas a Hana era a melhor amiga da minha mãe, ela topou viajar por aí com ela e agora elas estão viajando juntas

- Espera mãe, e se eu ganhar a aposta? - ela nem me deixa acabar e desliga. Em seguida eu recebo um monte de fotos de Paris e uma mensagem de texto dizendo "Você não vai ganhar, querido" podia não parecer mas a minha mãe era muito confiante, ela tinha uma personalidade forte.

O resto da semana passou bem rápido, já era sábado de novo e eu estava em um barzinho com alguns colegas de trabalho, eles estavam socializando e conversando sobre suas famílias enquanto eu estava calado já que eu não tinha família nenhuma fora a minha mãe e o Hyunjin.

- Minho você é solteiro não é? - um colega perguntou mesmo já sabendo a resposta

- Sou - eu respondi meio seco

- Ótimo! - eu não achava o mesmo - A minha prima também tá solteira, seria legal vocês se conhecerem né? - eu acho que não contei que sou gay no trabalho

- Eu já penso em alguém - eu tentei parecer discreto

- E ela é comprometida? Ou não é recíproco? - outro colega me pergunta

- Não é bem isso, eu só estou esperando por essa pessoa - eu não pensei muito bem antes de dizer, acho que foi mais o meu subconsciente, mas de certa forma era verdade, eu nunca mais gostei de ninguém, não do mesmo jeito.

- É bem fofo isso! - uma colega de trabalho diz

Eu passei o resto da noite bebendo e mais tarde eu tava esperando o ônibus para ir pra casa e vi um rosto muito familiar do outro lado da rua, por um segundo eu até acreditei que poderia ser real mas não tinha chances dessa pessoa aparecer assim aleatoriamente, eu já deveria estar bêbado. Eu entrei no ônibus e fui pra casa. Eu tomei um banho e passei a madrugada toda assistindo séries clichês e comendo snacks, quando eu menos percebi já tava de manhã, por sorte era domingo então eu podia ficar o dia inteiro fazendo nada ou fazendo tudo o que eu não tinha tempo de fazer em outros dias da semana. Eu pensei em ir pra praia, em ir pra algum show, em visitar alguém ou até fazer uma tatuagem mas eu só queria dormir, mesmo assim eu não tinha tempo livre a muito tempo então eu tinha que aproveitar, eu abri as janelas e as cortinas da minha varanda, eu cocei o olho e tinha uma gatinha ruiva na minha varanda, eu peguei um pote com água e coloquei no chão e antes que ela saísse correndo. Ela deveria ser de algum vizinho já que meu apartamento era no 6° andar e gatos não voam. Eu tirei uma foto dela pra perguntar pro porteiro de quem era mais tarde e deixei a gatinha bebendo água. Eu sempre amei gatos e eu queria muito um, dês de sempre, mas agora eu mal tinha tempo pra cuidar de mim, eu era atolado de trabalho e ainda tinha os problemas pessoais, um gatinho dá trabalho o que me fez pensar que ter um namorado também, eu teria que sair, demonstrar carinho e passar tempo com ele, e no meu tempo livre tudo o que eu conseguia fazer era dormir.

Mais tarde eu mostrei a foto pro porteiro e ele falou que iria ver e depois entrava em contato comigo, era meio desespererador perder um animalzinho então eu decidi deixar a gatinha na minha casa até eu achar o dono e se não tivesse eu tentaria falar com alguma ONG.

Meu domingo foi literalmente assistir séries antigas e clichês e ver a vida das pessoas da varanda do meu apartamento, foi entediante e relaxante ao mesmo tempo. No final do dia eu simplesmente tomei um banho, comi um macarrão instantâneo e fui dormir.

Minha vida era bem monótona e nada de interessante acontecia, mas eu não convivia com muitas pessoas então não teria como ser diferente.

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Eu tava pensando em abordar alguns assuntos mais "pesados" porque eu tive algumas ideias, mas ainda tô em dúvida, o que vcs acham??

Vai ficar um pouco difícil de postar cap com frequência por causa das aulas, eu tô cheia de dever pra fazer além das coisas do dia a dia 😭😭, mas vou tentar ao máximo escrever com frequência, nos intervalos eu smp escrevo um pouquinho mas eu acabo não gostando e apago 😥

Mto obgd pela leitura. Espero que tenham gostado 🫶

Até o próximo cap!!

my safe place (Misung)Onde histórias criam vida. Descubra agora