Yes or No (camren)

Capítulo 4

POV. Lauren

Eu ainda via a cena da humilhação, Vero com raiva, eu no estacionamento, a magrela sendo beijada por a tal Ariana, a amiga da magrela me dando um tapa... Minha raiva estava apenas aumentando com tudo isso, eu jurei a mim mesma que isso não ia passar despercebido, a magrela ia ver com quem estava se metendo. Levantei antes do celular despertar, tomei um banho rápido, peguei a chave do carro e fui pra escola sem tomar café.

[...]

– Você se desculpou com a garota? – Vero me olhava séria, de braços cruzados enquanto eu fechava o armário, revirei os olhos. – Não, ela foi embora antes. – Vero deu um suspiro impaciente, porém lento.

– Você vai pedir! – ela afirmou decidida. Wait, what?

– O QUÊ? – falei em um tom alto, incrédula. – Vero, a amiga dela me deu um tapa? Nem meu pai e nem minha mãe nunca encostaram um dedo em mim, você realmente acha que eu vou pedir desculpas a uma pessoa que mandou me agredir? – ela me olhava com a mesma expressão séria, prestando atenção no que eu dizia. – Enfim, eu não vou pedir, elas vão saber com quem se meteu, e garanto que elas não vão gostar de saber disso. – me virei em direção a sala, dando as costas a ela. Ouvi ela bufando e resmungando algo, que não deu pra entender porque já estava a uma boa distancia dela.

Fui pra sala e sentei logo em meu lugar, Vero veio logo em seguida, sem falar uma palavra comigo, apenas ignorei e coloquei meus fones de ouvindo, ouvindo Avenged Sevenfold, numa música que eu adorava ouvir, metal era um dos meus gêneros musicais preferidos em dias de raiva. Comecei a balançar a cabeça em ritmo com a música, de canto de olho vi a professora Kordei entrar, ela veio minha carteira, estendeu um papel em minha direção. Levantei a cabeça a encarando e tirando meus fones, que estava absurdamente alto.

– Entregue a srta. Cabello, são os horários dela. – Ela me disse com um olhar superior, o que aumentou minha raiva, dei um sorriso falso o suficiente pra que ela notasse, peguei o papel de sua mão.

– Pois não... – ela manteve sua expressão, deu as costas e saiu da sala. Voltei a colocar meus fones de ouvido, mudei de música.

Cheguei cedo na sala, as pessoas iam chegando, a sala ia lotando aos poucos, vi a Cabello entrar ainda de cabeça baixa, sentia seus olhos em mim. Provavelmente ela está com medoLauren, sorri de canto com a ideia. Ela seguia para sua carteira, vi se agachar ao meu lado, pegar meu caderno e por de volta em cima da minha banca. Quando meu caderno caiu? Tirei meus fones e a olhei séria, ela me olhou de volta, mas com uma expressão indecifrável por poucos segundos, virou-se pra sentar-se em sua banca.

– Espere! – eu disse, ela virou devagar, ela tinha medo nos olhos. – a professora mandou entregar isso... – estendi o papel com os horários pra ela, o pegou de minha mão.

– Obrigada. – virou-se e sentou em sua carteira. E eu voltei a ouvir música, mas não por muito tempo, uma professora entrou na sala. Ela começou a falar, mas confesso que não prestei atenção, eu queria olhar pra Vero. Assim o fiz, virei o corpo um pouco para olhá-la, ela copiava o que a professora explicava, quando levantou a cabeça, nossos olhos se cruzaram, desviei e bati o olhar em quem? Advinha? Isso mesmo, Cabello, a sapatona, argh. Pra minha sorte, ela estava de cabeça baixa, apoiada nos braços, parecia estar dormindo. Vero olhou para ela e me olhou de volta, me virei. Shit!

[...]  O sinal tocou, todos estavam saindo da sala. Camila passou por mim e saiu da sala...É agora! Me levantei e a segui, ela estava caminhando pelos corredores, parecia procurar alguém, deixei umas pessoas em minha frente para ela não desconfiar que estava sendo seguida. Ela entrou em um corredor escuro e sem ninguém, porque era um corredor em construção, aquilo estava saindo tão fácil, bom, eu só iria devolver o tapa que recebi.

– Ora ora ora... – ela parou, eu diria que congelou. – que coincidência, não? – sorri, ela se virou, o medo de novo em seus olhos.

– O-o que você quer? – ela gaguejou, caminhei em sua direção, me aproximando, ouvi sua respiração falhar.

– Então você manda suas amiguinhas te defenderem Cabello? – Disse ainda me aproximando, agora a passos lentos, ela recuava a medida dos meus passos.

– N-Não, me desculpe por ela, eu realmente não pedi pra ela fazer isso, desculpe.– Visivelmente, ela estava nervosa, ela encostou na parede, agora ela não tinha pra onde correr. 

– Olha só pra você, é só eu chegar perto e já está quase se urinando... – eu estava me divertindo com aquilo, dei uma risada, o que era inevitável. Me aproximei mais, seu rosto estava tão próximo ao meu que sentia sua respiração meio ofegante  e falhando. – Acho bom falar pra suas amiguinhas não se meterem comigo, muito menos você, você não sabe nada além do meu nome, Cabello. – ela me encarava com medo, de repente sua expressão mudou.

– Você não me dá medo Jauregui. – Ela falou no mesmo tom que eu, me enfrentando. A encarei incrédula por um momento e recuei um passo atrás. Que patético, ela está mesmo me enfrentando? Eu tive que rir. Ela me olhou com um olhar confuso.

– Não acredito que você está tentando me enfrentar. – soltei uma gargalhada, voltei a olhá-la, segurei ela pelos braços contra a parede. – Não tente dar uma de corajosa comigo. – devolvi o tapa de sua amiga no rosto de Camila.

– O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO LAUREN? – Ouvi a voz de Vero atrás de mim, Camila levantou o rosto pra olhar quem era, eu apenas a encarava, com raiva. Ninguém nunca havia me batido, eu não ia deixar isso passar, não mesmo.

– Não se mete Veronica. – ainda fuzilava Camila com os olhos.

– Solta ela agora, ou eu mesma vou chamar a diretora. – Vero disse, eu queria matar, as duas, Vero estava me dando raiva por defender essa magrelinha. Aliás, queria matar a faculdade inteira. Soltei os braços de Camila, me virei e passei por Vero a encarando séria, vi ela se aproximando da magrela e perguntando se ela estava bem, revirei os olhos e saí.

Caminhei pelo corredor da minha sala, vi a grandona indo em direção ao corredor de onde vinha, ela passou por mim me encarando, passei a mão em meus cabelos jogando pra trás algumas mechas que caía em meu rosto, a encarando também. Eu queria fuzilar ela também... Literalmente.

Voltei pra sala, a srta. Kordei já estava a espera dos alunos, sentei em minha cadeira. Logo os alunos voltaram a sala, Camila e Vero também, Vero parecia cuidar dela. Poupe-me! Revirei os olhos, comecei a copiar a matéria da escrota que estava copiando na lousa.

– Então turma, o trabalho presencial de hoje, serão feitas em duas etapas... – levantei o rosto pra prestar atenção na Kordei, todos fizeram o mesmo –... vocês começarão o trabalho aqui, em sala de aula, o resto será feito em casa. Espero que se reúnam, pois quero esse trabalho completo com os dois alunos que eu escolher. – Wait, what?  Ah, tanto faz, eu não queria fazer com Veronica, qualquer outra pessoa seria melhor do que ela agora, um nerd seria bom. Normani começou a ditar os tópicos do trabalho, dividindo a cada dupla, depois dividiu a sala e ditou os nomes da dupla.

– POR QUE EU TENHO QUE FAZER O TRABALHO COM ESSA GAROTA? – olhei pra Camila com desprezo ao falar com a srta. Kordei, que me olhava com impaciência.

– Baixa o tom Jauregui, você está em uma sala de aula, a autoridade daqui sou eu, eu que escolho a dupla, se não gostou vocês duas ficam com zero e pronto. – ela me olhava por cima de seus óculos, bufei  e olhei pra Camila que estava de cabeça baixa. – ou você não quer ter problemas com a diretoria da universidade por agressão, quer? – ela disse baixinho, quase um sussurro, eu a olhei espantada. Ela logo sorriu – Lauren, você não quer entrar em problemas de novo com a Policia, quer? Creio que não. – Filha da puta, como ela sabia? – Eu vi o que você fez com aquela menina hoje, acho bom obedecer e fazer o trabalho com ela, quem sabe não virem amigas. – me entregou o papel e saiu de volta pra sua mesa. Vadia! Quem ela pensa que é pra me ameaçar? Eu já conseguira me livrar da prisão, graças ao meu pai. Eu não podia o decepcionar de novo.