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OLIVIA


– O que está sentindo, querida? – Mamãe me perguntou quando eu a chamei logo de manhã.

– Não é nada grave, eu só estou com um pouco de dor de cabeça. – Disse me escondendo mais em meio as cobertas pelo frio.

– Quer ficar em casa hoje? – Concordei, e ela sorriu. – Vou pedir para que Rose te prepare um chá bem quentinho, okay?

Quando mamãe saiu, eu suspirei. Não era mentira que eu estava com dor de cabeça, mas eu sabia que não deveria ficar em casa hoje por um motivo tão bobo, apenas um analgésico resolveria. Ontem quando Louis me trouxe em casa em um silêncio constrangedor, ele me entregou o convite para a festa de Madison. Eu sabia que ele não gostaria que eu comparecesse amanhã e mesmo eu sabendo que seria um ótimo lugar para falar do meu projeto, não queria ficar no meio daquelas pessoas que claramente não me desejavam ali. Madison deve ter me convidado pelo simples fato de eu ser namorada do Zayn.

– Liv? – Hanna entrou no quarto com um sorriso. – Você está doente?

– É só uma dor de cabeça, logo passa. – Ela concordou e se sentou em minha cama. – Quer dizer alguma coisa? – Eu percebi que Hanna estava um pouco estranha, brincando com os dedos como eu normalmente fazia quando me sentia nervosa. – Pode falar.

– É que... hm, eu não sei. –Suspirou e olhou para mim dando de ombros. – É que eu vi uma coisa, mas não sei se era o que parecia. -Olhei confusa para ela e peguei sua mão que estava em cima das cobertas.

– Diga. – Pedi baixinho, e Hanna concordou.

– Louis estava... abraçado com uma garota perto de um shopping onde eu costumo ir, e ela estava... beijando o pescoço dele.

Oh.

– E-eu... – comecei a buscar palavras para tentar explicá-la, mas minha garganta havia se fechado, como eu explicaria isso?

– Seu chá, querida! – Mamãe entrou no quarto, e olhei rapidamente para Hanna, que pareceu concordar com meu pedido silencioso de não falar nada.

– Obrigado, mamãe. – Peguei a xícara e levei a boca, me deliciando com o gosto quentinho.

– Hanna, vá se arrumar, sem atrasos! – Hanna concordou com Jennifer e saiu pela porta do quarto, enquanto meus olhos a acompanhavam. – Quer que eu te traga mais alguma coisa? – Minha mãe  perguntou, passando a mão pelos meus cabelos bagunçados.

– Não, eu vou ficar melhor.

– Okay, até mais tarde, filha.

Meus pais saíram para trabalhar alguns minutos depois e apenas os bebês ficaram em casa aos cuidados de Rose, que vinha me ver quase todo minuto para ter certeza de como eu estava.

– Sabe de uma coisa, filha... – Ela começou a dizer colocando uma bandeja com um sanduíche de queijo e um copo grande de suco de laranja. – Você é uma grande garota, sabia? Seus pais, assim como eu, têm muito orgulho de você. -Sorri para ela, pegando o sanduíche em mãos.

– Muito obrigado. – Falei, sorrindo e dando uma mordida.

– E como vai as doações para o hospital de câncer? Tem certeza que não quer a ajuda de seus pais? – Rose ajeitou os cobertores em meu corpo, e eu fiz uma careta.

– Eu já conversei com eles, se eu não conseguir conscientizar as pessoas, se não juntar dinheiro suficiente e assinaturas, vou deixar eles assumirem o projeto. – Falei e suspirei. – Mas, sabe, eu queria provar que consigo fazer isso sozinha, consigo ajudar as pessoas só com a minha idade, quero ser alguém para ser lembrada por fazer coisas boas.

Garota Exemplar - Louis Partridge VersionOnde histórias criam vida. Descubra agora