Achocolatado

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OLIVIA


Mamãe me colocou pra dormir.

Eu sei, um tanto infantil para uma garota de quase dezoito anos mas eu não posso acreditar que Louis entrou em meu quarto me vendo vestida daquele jeito. Ele deve estar rindo de mim. Eu jurei a mim mesma antes de dormir que nunca mais me trocaria fora do banheiro, e que conferiria mais vezes se a porta estava fechada.

Acordei com muito frio, e pude notar que minha mãe não havia trancado a janela direito, fazendo o quarto todo parecer o Polo Norte. Rose estava animada essa manhã, dizendo que como já era sexta-feira, ela iria ir para sua cidade natal no final de semana para ver seus netos.

- E como foi o jantar ontem querida? Sua mãe me dispensou mais cedo, ela mesma queria preparar. - Rose passou as mãos pelo meus cabelos e eu forcei um sorriso para ela enquanto tomava meu achocolatado.

- Meus pais gostaram. - Disse e logo a campainha tocou. 

Louis...

- Deixa que eu vou lá e atendo, termine seu café.

- Não, eu vou. Já terminei. - Me levantei rapidamente e corri para porta com meus materiais, e um casaco mais pesado já que faríamos outro passeio hoje. Abri a porta vendo Louis já pronto para tocar a campainha novamente, e um sorriso apareceu em seus lábios quando nossos olhos se chocaram.

- Bom dia, baby. - Ele cantarolou e eu não pude esconder como aquele apelido me atingiu. Idiota.

- Você está chegando muito cedo, eu mal consigo tomar o meu café. - Disse ríspida, e Louis pareceu um tanto assustado com minhas palavras.

- Você quer que eu passe em uma cafeteria antes de irmos? - Ele perguntou ajeitando sua jaqueta de couro, que tomava o lugar da jaqueta do time.

Não, Louis, eu quero que pare de fingir estar preocupado comigo!

- Eu já estou satisfeita. - Virei o rosto encarando as ruas cheias de neve e húmidas.

- Eu estou vendo. - Ele riu baixinho, puxando meu rosto para que o olhasse. - Você deixou vestígios aqui. -Louis apontou para os meus lábios e eu olhei rapidamente na tela do meu celular, vendo aquele típico bigodinho de achocolatado. Minhas bochechas coraram no mesmo instante e eu tentei limpa-lo no meu moletom. - Se quer saber, você fica uma gracinha assim. - Murmurou e eu suspirei. - O quê? Na verdade você estava uma gracinha ontem, quando entrei em seu quarto e...

- NÃO TERMINE! - Gritei para ele e atravessei meu jardim rapidamente. - Não toque nesse assunto, eu não quero sequer uma palavra ou brincadeirinha, eu já estou farta de saber sobre o meu corpo. -Louis se calou no mesmo instante, e pareceu abrir e fechar a boca varias vezes, como se procurasse o que falar mas o olhar que eu lancei a ele pareceu faze-lo entender que eu não queria nenhum de seus comentários.

O silêncio foi curto, Louis logo ligou o rádio.

- Eu adoro essa música. - Louis disse apontando para o rádio. - De certa forma me lembra você.

- Está dizendo que eu sou uma boa garota? - Perguntei apertando os olhos, escutando Free Fallin tocar no rádio. A melodia inundava o carro e Louis sussurrava a música sorrindo.

- Uma bom garota, eu diria. - Louis olhou para mim e continuou - "Ela é uma boa garota, ama sua mãe, Ama Jesus e a América também..." -Abaixei o rosto olhando para os meus dedos. Louis cantava enquanto seus cabelos voavam pelo vento frio. -"E eu sou um cara mau porque nem mesmo sinto a falta dela".- Louis cantou - "Eu sou um cara mau por partir o coração dela".

Garota Exemplar - Louis Partridge VersionOnde histórias criam vida. Descubra agora