Culpado

48 23 1
                                    


OLIVIA


Sabe quando você se sente confortável demais? Como quando você toma aquele chocolate quente delicioso e depois deita de baixo das cobertas quentinhas? Eu estava me sentindo exatamente assim. Chegando ao ponto de nem abrir os olhos para sensação não ir embora.

Mas tinha algo fazendo cócegas em meu pescoço, e meus olhos se abriram inevitavelmente quando essas cócegas viraram carinhos pequenos. No começo, não reconheci o teto com um pôster de uma banda que não fazia ideia da existência, e me perguntei por uns segundos quem colava pôster no teto. Abaixei o olhar e foquei nas cortinas azuis e beges, que tampavam a entrada do pouco sol, ou talvez estivesse escurecendo.

Me lembrei das cócegas novamente, quando senti o que me parecia ser um nariz passando pelo meu pescoço e inspirando meu cheiro. 

Louis.

Foi como se tudo viesse a tona de uma vez. A minha primeira vez, eu contando sobre o amar. Louis dizendo que me ama igualmente.

Felicidade era pouco para eu poder descrever o que sentia nesse exato momento. Percebi que estávamos cobertos por um grosso cobertor azul, não me lembrando de quando Louis colocou isso em cima de nossos corpos.

Era engraçado a posição em que estávamos, e principalmente confortável e aconchegante. O rosto de Louis pousava na curva do meu pescoço, e ele dormia completamente agarrado a mim. Seus braços estavam em volta de minha cintura possessivamente, e uma de suas mãos repousavam no final de minhas costas. Os cabelos dele eram uma tremenda bagunça, e sorri quando o mesmo se ajeitou mais um pouquinho, me trazendo mais próximo possível.

Enquanto sua respiração continuava a fazer cócegas em meu pescoço, eu me permiti relembrar tudo o que havíamos feito, e corei furiosamente por ter me lembrado do palavrão. Nunca cheguei a imaginar que isso seria tão... Bom. Não digo apenas o sexo, digo acordar com Louis agarrado a mim, sentindo o cheiro de sua colónia masculina e no meio daquela bagunça que era seu quarto.

Eu nunca me senti tão... completa.

Levei uma de minhas mãos até o seu rosto e com cuidado retirei os cabelos. Acariciei um pouco receosa, mas percebendo que Louis havia aprovado os meus toques, já que passou a ponta do nariz novamente em meu pescoço. Acariciava agora seus cabelos castanhos, imaginando se todas as vezes em que fizéssemos isso eu acordaria com essa imagem perfeita.

Seria um sonho. Acordarmos juntos depois que fizéssemos amor em uma tarde fria e com uma nevasca enorme acontecendo do lado de fora, mas com os corpos extremamente quentes aqui dentro.

As roupas provavelmente chegariam amanhã, na quinta-feira. Já imaginava nós dois com as flores iguais, rindo e nos divertindo no baile. Mordi o lábio inferior para não sorrir tão grande imaginando Louis orgulhoso por eu ter conseguido todo o dinheiro e assinaturas.

Enquanto eu fazia carinho em suas bochechas, tomei um grande susto pela vibração em algum lugar. Meu celular. Mas lembrei-me que ele estava sem bateria (como sempre). Talvez fosse o de Louis.

Um medo subiu por toda minha espinha. Eu não havia avisado ninguém que viria para a casa de Partridge, mamãe poderia estar desesperada atrás de mim e eu nem sequer sabia que horas eram.

Ainda sem querer acorda-lo, virei o rosto avistando seu celular. Ele vibrou novamente, e eu fechei os olhos desejando que Louis não acordasse nesse exato momento.

Estiquei o braço com o maior cuidado, erguendo um pouco o cobertor e pegando o celular e o óculos devagar. Meus olhos se arregalaram quando vi que era tarde, e tinha razão para estar escurecendo já que estava próximo das dezoito horas. Não pude deixar de sorrir ao perceber que havíamos dormido a tarde toda juntos dessa forma.

Garota Exemplar - Louis Partridge VersionOnde histórias criam vida. Descubra agora