Do I need to shoot your other leg?

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SIRIUS

Sirius se lembra de quando teve sua primeira briga na escola. Ele tinha apenas nove anos e um de seus colegas zombou de seu cabelo e ele levou isso para o lado pessoal, ele o deixou crescer durante todo o verão. Ele empurrou um dos meninos e o menino empurrou de volta. Eles continuaram se empurrando até que Sirius tropeçou, caindo para trás e ralando o cotovelo. Sua mãe ficou furiosa, é claro, ninguém envergonhou a Casa dos Black assim.

Esta foi uma das poucas vezes em que ela não usou violência.

Walburga agarrou Sirius pelo braço, puxando-o pela casa. Ele tinha certeza de que acabaria na Sala do Pecado; ele e Regulus passavam horas naquele cubículo, orando para qualquer coisa que Deus estivesse disposto a lhes responder. Nenhum jamais o fez. Ela não o levou até lá desta vez, nem sequer lançou um olhar para a porta vermelha enquanto eles passavam, como se o quarto nem significasse nada. Walburga levou-o para outro, onde ele e Regulus nunca foram autorizados a entrar. Ficava no terceiro andar da casa, ao lado da porta do sótão.

Eles pararam em frente à porta de madeira, a mão dela examinando as chaves.

"É hora de você aprender sobre poder, meu filho." Ela disse sem nem olhar para ele. Walburga nunca o chamou de filho. Agora, muitos anos depois, Sirius pensa que talvez, naquele momento, ela pensou que ele poderia se tornar o filho que ela esperava.

Quando eles entraram e o quarto estava escuro, Sirius ficou inquieto. Ele não tinha medo do escuro, claro que não. Ele aprendeu a aceitar isso, já que passou tanto tempo com a escuridão. Não, não foi a escuridão que fez suas mãos suarem, seu estômago revirar e sua cabeça gritar de medo.

Quando sua mãe aperta o interruptor, ele sabe o que é. A sala inteira está coberta de armas, principalmente adagas e facas, penduradas nas paredes. Algumas armas estão expostas sobre a mesa, uma enorme variedade delas. Sirius nem sabia que existiam tantos.

"Mamãe?" Ele olha para ela. Ela sempre pareceu tão grande. Ou talvez seja apenas porque ele sempre se sentiu tão pequeno perto dela.

"Escolha um."

"O que?" Ele esperava ter ouvido errado.

"Escolha um."

Walburga não levantou a voz, não tocou nele, nem uma vez, depois de soltar seu braço. Deixe-o olhar ao redor da sala em completo silêncio por quarenta minutos.

Sirius olhou com cuidado. Completamente. Mesmo aos nove anos ele conseguia sentir a importância do que estavam fazendo, mesmo que não entendesse muito bem o que estava acontecendo. Ele passou as mãos pelas armas, olhando-as de forma estranha, só tinha visto armas em revistas e filmes, eram quase um mito para ele. Para qualquer criança da idade dele, na verdade. Ele não gostou deles. As armas, quero dizer. Ele não gostava de nada que fosse muito alto ou muito rápido, que pudesse causar tantos danos por acidente.

Porque Sirius era muito barulhento e rápido, o que acabou causando danos por engano. Ele não queria nada que se parecesse com ele. Ele precisava de algo que o equilibrasse. O suficiente para causar danos, o suficiente para deixar cicatrizes, sim, mas não tanto a ponto de tirar a escolha de matar.

Esse pensamento parecia tão parecido com o de sua mãe que ele quase começou a chorar.

Eventualmente ele acabou se deparando com as adagas que estavam expostas em um armário de vidro, trancado. Ele soube no momento em que viu, que era o que ele queria. Era uma lâmina afiada e fina. Tão fino que parecia papel, quase como se fosse falso. Mas Sirius percebeu que não, estava brilhando onde a luz batia. O punho era de um tom escuro de vermelho, com uma peça dourada bem na parte inferior. Só muitos anos depois é que ele pensou em como era semelhante à porta da Sala do Pecado.

The blood in your mouth - JegulusOnde histórias criam vida. Descubra agora