Holy Water

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MARY.

Sua cabeça dói e ela sente o hematoma nas têmporas, no mesmo local em que foi atingida. O sol ainda brilha no céu, embora agora tenha mudado de cor, do amarelo brilhante para um laranja doce e suave. Ela pode sentir cheiro de sangue e laranjas. Ela decide olhar para cima, apoiando o queixo no chão.

Olhos castanhos encontram um par de botas, de couro e justas. Ela acha que pode estar sonhando, mas existem unhas cravadas em seu crânio, levantando sua cabeça do chão, seu queixo voltado para frente e seus olhos olhando para cima. É dolorosamente real. Dói tanto que Mary quase choraminga. Mas ela acha que Dorcas gostaria disso, então ela não faz. Em vez disso, ela força os dentes na língua, forte o suficiente para tirar sangue, sua mente se afastando da dor de cabeça, concentrando-se no gosto metálico em sua boca.

Focando em Dorcas ficando para trás, esperando ela acordar. Ela sabe que não é nisso que deveria estar pensando, na verdade, pode ser a última coisa que deveria estar na mente de Mary, mas ela não se importa agora. Ela culpa a dor, culpa o calor e até culpa James por arrastá-la até aqui.

Dorcas coloca uma perna de cada lado do corpo de Mary, prendendo-a por trás. Ela olha para cima, encontrando olhos negros já olhando para ela, tão grandes e profundos que Mary pode ver seu próprio reflexo neles, como se ela estivesse se afogando nas pupilas de Dorcas. Dorcas sorri, mesquinha e doce.

"Acho que agora é a sua vez, princesa." Ela sussurra lentamente, saboreando cada palavra e a boca de Mary fica cheia de água.

Ela se esforça para responder, sua cabeça doendo a cada palavra: "Minha vez de quê?"

Dorcas ri, sombria e deliciosa, como luxúria. Como se ela fosse feita de nada além de açúcar, pecado e mel. Seu hálito cheira a cerejas quentes. Ela está fora deste mundo. Tudo nela faz Mary acreditar que ela não é real.

"Me nocauteie." Ela cospe rapidamente, antes de soltar a cabeça de Mary, deixando-a cair de volta no chão. A sensação que Mary tira disso é quase animalesca.

Nos primeiros minutos, Mary nem se dá ao trabalho de se levantar. Ela faz o possível para se recompor, para reencontrar sua mente, mas parece que ela saiu com um par de botas de couro, unhas afiadas e dentes doces. Ela grunhe enquanto se levanta.

James ainda está deitado no chão, de cabeça baixa. Mary quase sente pena dele, antes de se ver na janela do trem, uma verificação da realidade muito necessária. Quem é ela para julgar, afinal?

Ela olha para James e depois de volta para a porta. O que é um erro. Porque assim que ela vira a cabeça, ela consegue sentir o cheiro. Chuva de verão. Ah, porra.

"Filha da pu-" Ela xinga antes de pegar a arma de James e sair.

JAMES.

Quando ele acorda, Mary se foi. Dorcas se foi, os outros homens também. Mas Regulus-Regulus ainda permanece no ar, como uma força grande demais para ser presente. Ele pode sentir um leve cheiro de lavanda. No trem, em si mesmo. Seus lábios ainda formigam por causa do pequeno beijo que Regulus lhe deu - antes de nocauteá-lo, claro, mas ainda assim. Parecia um presente e, mesmo que eles não estivessem sozinhos, parecia incrivelmente íntimo, como se James fosse o único que conhecesse. Ele simplesmente não sabe exatamente o que deveria saber, mas ele sabia. Você sabe?

Ele descobre cerca de meia hora depois, enquanto vasculha os bolsos. A anotação. Ele estava procurando sua arma, mas ela não está em lugar nenhum e ele suspeita que Mary a tenha levado. Não que ele precise disso, já que está completamente sozinho. E ainda sentado no chão por algum motivo.

Cuidadosamente ele desdobra o papel, absorvendo todos os detalhes da página. A textura áspera, a cor de casca de ovo, o cheiro estacionário. Ele imagina onde Regulus tocou. Parece tão cuidadosamente dobrado que o faz pensar com carinho no ótimo, grande e perigoso assassino Regulus Black sendo gentil com um pedaço de papel.

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⏰ Última atualização: Oct 31, 2023 ⏰

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The blood in your mouth - JegulusOnde histórias criam vida. Descubra agora