𝐧𝐚𝐫𝐜𝐨𝐭𝐢𝐜𝐬

𝐂𝐚𝐩𝐢́𝐭𝐮𝐥𝐨 6

𝑯𝒂𝒛𝒆𝒍♘

Chego em casa e minha mãe não está, decido ir para o meu quarto tomar um banho e até que me dou conta.

Ele não devolveu meu celular, como uma pessoa pode ser tão lerda a ponto de esquecer o próprio celular com um desconhecido, um desconhecido Traficante ainda.

Na hora tive a impressão de que o conhecia, não sei, acho que ele me lembrou alguém, um amigo de Jay.

Mas o mais estranho foram as sensações que tive quando ele chegou perto de mim, o jeito como me olhava, não sei decifrar o que era exatamente mais vi desejo. Isso eu tenho certeza.

Agora com mais clareza me Proíbo de pensar essas coisas, eu abomino drogas e tudo que tenha a ver com isso, tantas pessoas perdendo suas vidas por conta desse vicio maldito, tantas famílias sofrendo com perdas ou com parentes que se perderam e acabaram nessa situação.

E minha família, é mais uma dessas famílias que sofrem com isso, a dois anos atrás eu tinha acabado de chegar da escola, estava ansiosa para mostrar para Jay o que eu tinha aprendido, subi correndo para o meu quarto larguei minha bolsa em minha cama e fui correndo para o quarto de Jay, ele estava sentado de costas para mim, quando cheguei perto dele, ele simplesmente estava com a cara encostada em sua escrivaninha.

— Jay? O que está fazendo? — disse e cheguei mais perto e o vi cheirando um pó branco.

Eu sabia o que era, já tinha visto na televisão, pessoas fazendo tratamento para tratar o vício em drogas.

— Merda Hazel, o que faz aqui? — disse ele se levantando, Jay pegou em meu braço e me empurrou para fora do quarto — não entre mais aqui.

— Eu só vim mostrar a minha lição... — Jay me olhou com mais ódio com o nariz sujo de pó.

— Não quero ver nada, se entra aqui novamente eu vou machucar você, Hazel — diz e chega mais perto de mim, e me empurra.

Meus olhos estavam lacrimejando muito, estava tremendo de medo, eu nunca tinha visto Jay daquele jeito.

— E se contar para alguém o que viu, eu vou te machucar mais ainda — disse e fechou a porta na minha cara.

Fui para o meu quarto e chorei, meus pais tinham chegado em casa junto com Harper e eu não contei o que tinha acontecido, Jay tinha deixado uma marca em meu braço, meus pais estranharam mais não falaram nada.

Já Harper passou a semana inteira me perguntando o que havia acontecido.

Eu e Harper éramos mais próximas, mas conforme fomos crescendo, cada uma acabou indo para o seu lado, ela ficou mais tímida e introvertida e eu não queria invadir o espaço dela, mesmo não estando mais tão próximas nós sempre contamos segredos uma para outra, como da vez em que ela perdeu a virgindade.

Na verdade, eu acabei descobrindo né, já que ela começou a andar estranho pela casa, ou os lençóis sujo de sangue sem estar no seu período de menstruação.

Já Jacob...

Dali alguns dias Jay pediu desculpas e tentou se aproximar, eu o desculpei mais não quis mais sua presença em nada, não lhe dava mais atenção e nem fazia questão de ter ele por perto, eu sabia que meu irmão havia se perdido a partir do momento que me ameaçou.

Tinha passado algum tempo até que meu pai tinha reparado que eu e Jay não nos falávamos mais, Harper já não o chamava para fazer aulas de piano, de nós duas ela era a que mais o admirava, mas também se afastou, aí meus pais começaram a notar os comportamentos de Jay dentro de casa.

Ele simplesmente não descia para o jantar, estava sempre "dormindo de cansaço" depois da escola, Jay é seis anos mais velho que eu e estava terminando o ensino médio.

Numa noite mamãe foi o chamar para comer e encontrou Jay tendo uma overdose, levaram ele no hospital e descobriram que ele estava usando drogas.

Colocaram Jay em clínicas e mais clínicas e ele sempre foge e volta para casa, e sempre a mesma coisa, ele tentando entrar em casa de madrugada.

Como ontem.

se não deixarmos ele entrar e o colocar para fora, mamãe teme em que ele vá atrás de mais drogas e fique na rua abandonado para se agravar mais a situação.

Eu amo Jay, com todas as minhas forças, mais as vezes me dá vontade de o largar de mão, o porquê?

Custava ele pensar um pouco na família dele? Custava ele pensar, mas em nós?
No que a gente passa com isso tudo?

Isso é completamente ignorante da parte dele, ele é uma boa pessoa, tem seus problemas, mais é amoroso e carinhoso com todos.

Ele gostava de me ensinar, na verdade ele dizia que escola não aprofundava matéria e ensino, e pensando bem é verdade, se estimulassem as pessoas a gostarem mais de estudar e a procurar estudar sobre algo que gosta, hoje teríamos muitos profissionais e pessoais com bastante oportunidades, é claro que tenho a noção de que para ter essa chance temos que querer também, mais o sistema é falho e acabamos fazendo parte dos que não tem escolha.

Jogo a toalha novamente em minha cama e procuro algum celular aqui casa, minha mãe saiu e levou o dela, coisa que ela nunca faz, ela morre de medo de ser roubada.

Não acho nenhum celular então volto derrotada para o meu quarto, tomo meu banho, me troco e descido dormir um pouco, sei muito bem que a primeira coisa que Jas vai fazer assim que sair da aula é vir pra cá, então apensas aguardo a sua chegada.

( Sem revisão )

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