Ah... O Ensino Médio...

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3 ANOS ATRÁS

As vezes, o mundo não pode ser compreendido apenas por um adulto. As coisas que nos rodeiam, podem ser tão complexas que um adolescente pode entender tanto quanto um homem adulto. 2020 não foi um dos melhores anos da minha vida, início de pandemia mundial, mudei de casa por problemas familiares, e consequentemente tive que mudar de escola no 7° ano do fundamental. Pra quem já mudou de escola, sabe como é um saco, ainda mais quando se tem 13 anos. Sou uma pessoa muito introvertida na maioria das vezes, e quando não me sinto bem... Não me sinto bem

Avá, é mesmo Miguel?

Eu não quis mudar de escola, eu amava minha antiga escola. Meus amigos de fundamental 1 foram comigo pra mesma turma no fundamental 2. Ela não tinha uma fama de escola boa, mas pra mim, era a escola perfeita. Minha mãe, Patrícia Pierre da Silva, uma mãe um tanto quanto narcisista mas muito afetuosa, me dizia que aquela escola era escola de "nóia". Ela já havia frequentado aquela escola quando tinha idade.

Os tempos mudam, mãe.

Eu me mudei para uma casa aonde está abaixo de tudo, para qualquer lugar aonde precisávamos ir, tínhamos que subir ladeira. Literalmente qualquer lugar. Meus pais alugaram uma casa de 4 cômodos, aonde um, a gente partiu no meio, fazendo ela ter 5 cômodos. Fui transferido pra minha escola atual no início do ano letivo de 2020, e eu te juro, eu odiei com todas as minhas forças. Minha mãe sempre prezou pela qualidade da escola na qual eu, ou meu irmão mais novo, Matheus Pierre da Silva Pereira, fosse frequentar.

Havia uma escola aonde era praticamente ao lado de minha casa, mas precisava subir a bendita ladeira. Olhando pelo lado positivo, era só subir a ladeira e entrar na escola, pois era exatamente na esquina da descida. Minha mãe deu ouvidos a outras mães que diziam que aquela escola era ruim, e me matriculou numa escola mais longe, fazendo eu subir a ladeira e andar mais um pouco.

Valeu, Mãe!

Aquela escola era minúscula, não tinha nada haver com minha antiga escola, que ódio! Tinha poucas salas, o pátio era pequeno, e para tudo havia de subir escadas. A única coisa boa, é que a quadra era maior, mas somente isto! Como todo primeiro dia de aula - quando se muda de escola - me senti muito deslocado. O professor pediu que uma menina me apresentasse a escola, mas não falou muito comigo no decorrer da aula. Não conversei com quase ninguém, a não ser com um. Felipe. Um garoto branco de olhos castanhos e um cabelo médio liso que recaia sobre sua testa, o padrão de beleza da sociedade. Felipe e eu nós demos bem no mesmo momento.

— Olá! Sou Felipe, tudo bem? - Exclamou o menino com um sorriso de canto.

— Tudo Sim - Falo estendendo a mão - Sou Miguel.

Nunca fui de conversar com pessoas que não conversassem comigo primeiro, Felipe acertou em cheio em me chamar para conversar.

— Veio de qual escola? Sua matéria de português está adiantada... - Dizia ele, observando o quadro negro já escrevendo em sua apostila

— Venho do Alonias. A professora de lá nos deu um intensivão, deve ser por isso. - digo com um tom meio soberbo.

— Alonias?! Sempre me disseram que esta escola é ruim, nem quero saber como é lá dentro.

— Cara, não é o fim do mundo. Muita coisa mudou, e creio que não é o que muita gente pensa. - digo defendendo a escola a qual eu amava

"Turbências" AdolescentesOnde histórias criam vida. Descubra agora