Uma Montanha Russa!

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Você sabe. Numa montanha russa, o carrinho precisa de embalo pra fazer suas manobras malucas. O carrinho precisa subir, para depois descer. É lógico, então você precisa de uma coragem muito grande. Subir num carrinho de montanha russa, já sabendo que ele vai subir, descer, girar e te fazer perder a cabeça, é arriscado. Mas você já sabe o que vai vir. A decepção nunca te pega fortemente, você já espera o que vem.

Mas e quando você não espera? E quando você não consegue prever o que pode acontecer? Isso simplesmente te deixa paralisado. Extasiado. Uma montanha russa genial, totalmente diferente das outras. Não possui apenas altos e baixos, mas toda a velocidade, o trajeto, a estrutura, contam nesta experiência. Não é - definitivamente - aquilo que você está esperando.

Você vive isso todos os dias, Miguel!

Desde que a Dani entrou na minha vida, tudo mudou. Desde que Dani, aceitou aquele meu pedido, que foi dito totalmente sem qualquer motivo ou razão, minha vida mudou - literalmente - da água pro vinho. Minha montanha russa girou. Não era o que eu esperava.

Minha visão de relacionamento era totalmente diferente do que atualmente. Eu achava que ia ficar com Raquel. Que, como um príncipe encantado, eu ia conquistá-la, numa perfeita união. Mas não foi isso que aconteceu. Numa boate eu conheci minha namorada. Uau!

Nem nos meus melhores sonhos, imaginei isso.

Mas nem tudo são flores. Eu não gosto realmente de ficar com Dani. Ela é legal, ela é bonita. Mas eu não sinto nada pra namorar com ela. Mas eu não posso terminar com ela! Essa é a questão. Eu que pedi pra namorar com ela, não foi ela que me pediu.

Ela simplesmente PAGOU pra estar na mesma sala do que eu. A escola é pública. Ela deve estar gostando de mim. Deve estar gostando MUUUITO de mim. Eu não sei o que fazer. Pietro está no meu pé. Só ele sabe que eu não gosto muito dela. Ele me implora para ser sincero com ela, mas eu não quero machucar ela! Não quero que seja um peso para ela, mas não posso esquecer de mim mesmo.

A aula tinha que continuar, mesmo com o clima que tinha se instaurado. Eu, olhava pra Dani, que retribuia o olhar. Então, uma ideia surgiu em minha mente. Tentar fazer ciúmes na Raquel namorando a Dani. Como isso funcionaria? Não sei. Mas eu estava disposto a fazer isso, mesmo que fazendo Dani de fantoche, mas isso não mata ninguém. Raquel me perturbava, isso me dá ódio. O que eu vi nela de tão interessante?

Tinha planos para ficar na praça com meus amigos, mas eles foram totalmente quebrados quando Dani me disse que ia para uma festa de uma prima, e fez toda questão que eu fosse, então eu aceitei. Depois da escola, as 13:45 ia começar. A aula terminou, e saí caminhando com Dani. Incrivelmente ela morava perto da minha casa, mas não tão próximo para sermos vizinhos. Entrelaçamos as mãos, e caminhamos sozinhos pra casa.

- Gostou da escola? - perguntei tentando puxar assunto.

- Gostei sim. Tem você lá. - diz ela com um sorriso encantado no rosto.

- Por uns minutos fiquei analisando a situação. Como você fez isso tão rápido? Não faz 2 dias que nos conhecemos. - digo olhando pro chão.

- Meu pai é influente no estado, e temos muito dinheiro. Negociamos uma vaga na sua sala, e então eu estou aqui.

Isso explica o motivo da saída repentina de Jessica da turma. Não havia entendido, agora eu entendo.

- O que você viu em mim, Dani? Não foi mais que uma noite. Eu não te pedi em namoro esperando que aceitasse. Foi espontâneo... - disse meio envergonhado.

- Você foi a primeira pessoa na qual eu me senti bem. Nos meus 16 anos de vida. Eu senti uma conexão contigo desde que nos vimos. Não é simples de dizer. Eu só precisava de uma confirmação. Aquele beijo que você me deu... Me enxeu de tanto desejo. A partir dali, eu já sabia o que fazer. Só esperei um pedido seu.

"Turbências" AdolescentesOnde histórias criam vida. Descubra agora