Moça com Brinco de Pérola

116 12 4
                                    

PRAPAI

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

PRAPAI

Prapai estava radiante. As paredes da sua galeria de artes brilhavam com suas criações, um reflexo do empenho e paixão que ele dedicou a cada

pincelada e traço, a todas noites não dormidas em que passava estudando na faculdade de Artes. Tudo para chegar até esse momento.

A noite da inauguração está sendo um sucesso. Muitos rostos conhecidos vieram para prestigiar seu esforço artístico. Alguns ele mal conseguia se lembrar do nome, outros ele se recordava vagamente de ter visto em algum lugar no campus; como antigos professores, críticos famosos, outros donos de galerias, artistas contemporâneos e diretores de museu. Pessoas influentes, as quais só teve o privilégio de conhecer por conta de seu prestigiado sobrenome.

Infelizmente, não foi fácil para Prapai chegar onde está. Mesmo sendo uma família de renome, seus pais não eram a favor de sua manifestação artística. Queriam que ele trabalhasse em um escritório de advocacia, assim como o pai, ou que se tornasse um grande cirurgião como a mãe, mas nada disso representava o futuro que Prapai almejava para si.

Desde pequeno, sempre gostou de desenhar, cantar, atuar e compor e, somando isso com uma família que não o apoiava, Prapai não teve outra escolha senão seguir seu próprio caminho, apenas com um pouco de dinheiro que lhe restava, uma pequena ajuda de seu tio e o companheirismo de seus amigos.

O lugar estava cheio para uma tarde de sábado. "Devia ter pedido para o tio comprar um galpão maior" Pensou. "Mas não importa. Contanto que gostem do meu trabalho, não há com o que se preocupar".

Ao seu redor suas obras estampadas na parede variavam entre cores e imagens; quadros pequenos e bem grandes; com um toque especial de cada um dos movimentos artísticos favoritos que se lembrava de cor: barroco, realismo, romantismo, impressionismo e, principalmente, o renascimento. 

Já o ambiente em si, era composto por vasos de flores que recebiam luz solar da enorme claraboia no telhado;  suas próprias esculturas; mesas infestadas de comidas posicionadas em lugares estratégicos para as pessoas se servirem a vontade e uma bancada onde se encontrava o barman disponibilizando as bebidas gratuitamente. 

Tudo saía tão perfeitamente como o planejado que nem mesmo a música rodando pelo ar e todas as vozes das pessoas eram capazes de estragar esse grande momento da vida de Prapai. Comparado a tudo que ele já ouviu, todo barulho ensurdecedor era como música para seus ouvidos. 

— Está nervoso, campeão? — Vincent, antigo professor de História da Arte, e grande apoiador do sonho de Prapai, apareceu a seu lado, tocando seu ombro para chamar sua atenção.

— Professor! — Estendeu a mão para um aperto e um abraço — Pensei que não fosse aparecer.

— Como eu não ia aparecer na inauguração da galeria do meu melhor aluno? — Deu mais um abraço no antigo aluno, que tentava segurar as lágrimas — Espero não ter perdido o seu discurso.

Renaissance | PrapaiSkyOnde histórias criam vida. Descubra agora