O Beijo

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SKY

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SKY

Sky acordou com o cheiro de comida vindo da cozinha. Seu cabelo estava bagunçado e seus olhos ainda estavam sonolentos. Colocou a mão na boca ao bocejar e notou o céu nublado ao olhar para a janela aberta. Pensou em que horas seriam: nove da manhã? dez para o meio dia? Se esse ele não tivesse o privilégio de ter dois dias de folga por semana, com certeza estaria surtando agora, mas como hoje é um desses dias, Sky não se preocupou. Mas, o fato de não saber o horário realmente o incomodou.

Sempre que acorda, a primeira coisa que faz é conferir o horário em seu celular. Esticou o braço para a mesinha do lado da cama para pegar o aparelho, mas se surpreendeu ao notar que não havia mesinha alguma ali. Assustado, arregalou os olhos, pulando do móvel ao notar que não estava na própria cama e muito menos na própria casa, uma vez que seu quarto não tinha janelas para ver o céu.

O quarto era um pouco grande para uma pessoa só. Tinha uma luminária no centro do teto e leds nas laterais. O guarda-roupa à sua frente estampava o seu reflexo e, ao olhar mais ao redor, notou uma mesa cheia de objetos como lápis, notebook, cadernos e mais, além de uma cadeira para se sentar. Mais adiante, tinha o que pensou ser as janelas, mas não passava de uma porta de vidro que arrastava para o lado escondida por uma cortina branca e fina que dava para a varanda com duas cadeiras acolchoadas e um corrimão.

A cama onde estava era macia demais para ser a sua, tanto que realmente não entendeu como chegou a pensar que estava na sua casa. Foi quando percebeu que vestia apenas sua cueca e se lembrou da noite anterior quando seu coração chegou à uma conclusão que há muito tempo negava para si mesmo. Lembrou-se de cada sensação que teve ao ser visto daquela forma.

Nunca se sentiu tão desejado em toda sua vida.

O cheiro de bacon e ovos mexidos o acordou mais uma vez. Levantou-se devagar e seguiu o odor delicioso até chegar à sua fonte, não para desfrutar de uma boa comida, mas sim para apreciar o homem que o esperava.

Assim que chegou à cozinha, avistou Prapai em frente ao fogão. Olhou ao redor e pôde, enfim, admirar com mais calma e nitidez a casa dele. A sala de estar ao lado era separada da cozinha por uma bancada de concreto, tinha um sofá grande e azul safira, uma tevê enorme pendurada sobre uma tábua de madeira presa à parede com um rack, no centro tinha uma mesinha sobre um tapete tufado. A cozinha tinha uma ilha bem no meio com gavetas e todas as coisas que uma ilha de cozinha poderia ter a qual Sky nunca viu, então não sabe direito o que compõe uma. O resto do cômodo consistia numa pia com torneira de mão; fogão provavelmente elétrico instalado; havia também um micro-ondas; vários armários que provavelmente escondiam todo o ouro que Prapai podia ter. Quando olhou para o teto, se surpreendeu com a quantidade enorme de luminárias nos dois cômodos: havia uma grande no centro de cada um e outras pequenas nas laterais, todas desligadas. Haja dinheiro para pagar a conta de luz e o resto das despesas.

Aquela casa tinha tudo que Sky almejava ter na vida, se sentiu mal só de pisar no local e com muita raiva pelo dono da casa ter se atrevido a ser modesto. Se apenas todas aquelas lâmpadas foram o suficiente para deixá-lo irritado, não se deu ao trabalho de olhar com mais detalhes a mesa de jantar.

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⏰ Última atualização: May 30 ⏰

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