Mona Lisa

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SKY

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SKY

Sky sempre era o primeiro a chegar no Pedacinho de Céu, portanto, era ele quem abria o local todos os dias pela manhã, às nove em ponto.

Nunca gostou do nome do lugar onde trabalhava. Em sua concepção era infantil demais e que qualquer criança acharia que fosse um lugar para brincar, mas apesar de pensar dessa forma, entendia o conceito por trás do nome. Um lugar onde as pessoas podem ir até as nuvens com um café quente e um bom livro. Por isso que adorava tanto trabalhar no Pedacinho de Céu, mesmo que a maioria das pessoas que fossem não estivessem nem um pouco preocupadas com a leitura disponível ou com o sabor das bebidas, quentes e saborosas. Mas ainda haviam aquelas pessoas que iam ao book caffee para ter esse lazer e era por essas pessoas que faziam seu trabalho valer à pena, mesmo ganhando salário mínimo.

Infelizmente para as suas costas, mas felizmente para o rendimento do estabelecimento, o final de semana chegou, eram os dias mais animados já que as pessoas do bairro se reuniam para se divertir. Nesse período todo o estoque de bebidas, bolos, tortas, salgados e etc, acabava num piscar de olhos. Consequentemente, neste dia, o book caffee recebia pessoas de toda a região e de qualquer um interessado na boa música e comida que as lojas em volta da ruela ofereciam, o que era bom para os negócios e para o coração de Sky, pois gostava o senso de comunidade; por isso sempre adorou a festividade de sexta-feira a sábado. 

Payu, melhor amigo de Sky e seu companheiro de trabalho em outros horários, conseguiu uma oferta relâmpago da sua nova chefe: uma entrevista irrecusável, mesmo que não tivesse nada preparado ou que ao menos soubesse quem iria entrevistar, o que lhe enchia com um sentimento de animação e curiosidade..

Como era final de semana, Payu entregava todo seu tempo ao Pedacinho de Céu por conta da movimentação, o que deixava Sky menos preocupado com a situação nada saudável do amigo, que nunca dormia direito ou sequer buscava uma maneira de ter algum descanso, pois ao fim do expediente, ele sabia que ele dormiria sem cessar até o outro dia, para então, começar a semana à todo vapor novamente. Não só isso como também sabia que Payu voltaria para a loja e contaria quem entrevistou.

Sky limpava uma das mesas de dentro quando ouviu o som inconfundível da moto de Payu chegando. Ele viu o amigo saindo do veículo, retirando o capecete e colocando o objeto na moto. Sentia de longe a agitação dele para lhe contar as novidades.

— Você não vai acreditar no que acabou de acontecer — disse Payu, entrando na loja e retirando a jaqueta de couro preta que sempre usava quando pilotava a moto. Respirou fundo, pronto para contar sua história, mas Sky o interrompeu.

— Ele era famoso? Era bonito ou algo do tipo? — A animação era clara em sua voz, olhando para o motoqueiro com grande curiosidade. — Me conta tudo. Até os mínimos detalhes.

— Ele não é tão famoso para a grande maioria, mas, sim, ele era bonito e bem atraente, mas muito arrogante e um irritantemente chato. — Payu revirou os olhos, deixando ainda mais claro seu descontentamento com o entrevistado.

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