1.º de dezembro de 1994 - Dois anos após o início do conflito.
Em uma noite fria de inverno, a neve caía suave e bela, como uma dança clássica. As ruas vazias, sem uma alma após as 21h. Thalara e Thamara, escondidas, tentavam chegar a um posto de gasolina para abastecer a despensa em suas mochilas. Observando os soldados, aproveitam a escuridão que as oculta. Quando os guardas viram a esquina, elas contam até 10 e saem correndo.
Thalara chegou à janela dos fundos da loja de conveniência e pegou um grampo para destravar a porta, como um ladrão profissional. Ela pensou, "finalmente vou mostrar minhas mãos-leves" e sorriu enquanto tentava abrir a porta. Thamara, sempre impaciente, pegou uma pedra e jogou na janela. O barulho dos cacos de vidro se espalhando pelo chão assustou Thalara.
- Você pirou? Maluca!, estamos tentando ser invisíveis - A indignação estava nítida - Você tem que pensar mais nas coisas que você faz.
- Silêncio! você estava morrendo para abrir uma porta - argumentava enquanto subia na janela para entrar - você vem ou vai ficar ai que nem uma idiota? - estende a mão para ajudar sua irmã.
As duas entraram em um local fechado há anos, descoberto na semana passada por pura coincidência. Elas estavam em busca de uma casa para saquear, tarefa complicada devido à necessidade de não deixar rastros. O melhor horário para a atividade é à noite, após o horário de recolhimento, quando as famílias geralmente estão em casa.
Thamara tira uma lanterna de sua mochila, o local ainda tem bastante suprimentos, mas a maioria dessas coisas estão vencidas pensou Thamara, então deu a ordem:
- Vai lá e enche essa mochila, não fica olhando data de vencimento não que nós não tem todo tempo do mundo - entrega a mochila - e vai logo! - tinha impaciência em sua voz.
- Eu já estou indo! sabia que você não morreria se tivesse um pingo de paciência? - com ironia olhou para sua irmã - e você não vai fazer nada?
- Não é da sua conta e anda logo com isso.
- Que isso! ta de TPM?
- Para de perguntar e faz seu trabalho, Toma!.
Thalara bufou, agarrando a mochila com raiva e se dirigindo aos corredores. Ela passou por cada um, pegando enlatados, sucos e pequenos cereais. Ao passar por um corredor, viu de relance saquinhos no alto da prateleira que lembravam o doce favorito de Dantas. Decidiu verificar, escalando as prateleiras. Enquanto isso, Thamara, recolhendo pilhas de uma gaveta, olhou para sua irmã com os olhos arregalados.
- Lara, não consigo acreditar no que estou vendo! Deus te deu uma altura de 1,80 mm, mas parece que foi em vão. Não seria mais simples estender a mão para pegar o que precisava? - estava perplexa.
- Claro, mas eu quero ver se é Glaze Bites, você sabe que Dantas ama esse doce.
a cada palavra Mara derretia de tanto fazer careta
- Nossa! Que bom pro Dantas, por mim ele morra de fome, o cara simplesmente se negou de nos ajudar e você vai levar docinho para ele? - revoltada ela continua - e digo mais, mas um A dele, eu e ele saímos na mão.
- Ele tinha outros planos, para de ser chata, com certeza ele trará abastecimento para nós três como da última vez.
Thalara acendeu sua lanterna para ver nitidamente as embalagens e sorriu ao ver que estava certa.
- Da última vez, entendi, quando foi mesmo? - Mara coloca a mão no queixo pensando - Ah sim, Lembrei, foi a 6 meses, se toca Lara, o cara só pensa nele.
- Ele pensa em mim também, só não pensa em você porque você é chata que dói - desceu da estante com a mochila cheia dos doces.
- e nem quero que pense, tá amarrado uma maldição dessas, inclusive me atrevo a dizer que devia terminar - estava séria
- Eu não vou, eu o amo.
- Ah! dane-se o amor - Deu de ombros
- só fala porque nunca se apaixonou por ninguém, quando isso ocorrer, você vai sentir na pele.
- Nem quero uma desgraça dessa, na minha vida, Vamos logo que você já tá me alugando demais - a impaciência era nítida em seu tom de voz
Thalara ri de sua irmã, então pega os restantes das coisas e começa a arrumar a mochila, quando escutou um barulho do lado de fora e escutou vozes dos guardas
- Sua mulher sabe que você tem uma namorada? - e eles riam, pareciam próximos à loja de conveniência.
- se ela descobrir eu to ferrado - uma pausa dramática é feita, o barulho de derrape de seus pés foi ouvido pelas irmãs - olha essa janela, quando passamos aqui ontem ela não estava quebrada, eu acredito.
- Tá usando drogas? esse lugar tá um caco, está tudo quebrado, olha isso - começou a demonstrar o lugar.
- Você tem razão, mas eu vou só averiguar.
e uma faixa é ligada como um holofote, Thalara e Thamara se abaixam tão rápido que o homem mais rápido perderia feio para elas, o guarda então passa o farol por cada canto, depois se apaga e logo ouviram:
- Tudo certo.
- Eu lhe disse, perdeu tempo atoa, idiota!
Partiram para conversar de novo e as vozes se afastaram. Thalara, com o coração batendo forte e a respiração frenética, observou sua irmã, que parecia surpreendentemente calma. Ela estava tão ocupada tentando controlar a própria respiração que mal notou a frieza de sua irmã. Mara se levantou, estendendo as mãos para ajudar Thalara. Esperando dois minutos antes de deixar a conveniência.
Elas cruzaram a janela e, uma vez ao ar livre, se livraram do pó. Ouviram o som das vozes dos guardas. Ao retornarem à área de conveniência, não houve tempo para reação, os guardas já se encontravam diante delas.
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The Hidden Face of Thalara
Mistério / Suspense"Enquanto a guerra atinge seu ápice, Thalara anseia por escapar para a terra natal de sua mãe, em busca de respostas sobre seu passado misterioso e sombrio. Ela acredita que lá encontrará paz e segurança, mas o que ela descobre é um mistério ainda m...