1983, 21 de junho - 16 anos antes da Guerra - Outono 11h
Uma brisa fria de outono permeia a residência de Thalara, fazendo seus longos cabelos castanhos dançarem ao vento. Seus olhos azuis escuros molham com a força da ventania. Ela se aconchega no sofá, observando a floresta. Sentindo fome e tédio, ansiava por algo divertido, brincar com Thamara, que está na escola. No entanto, sua irmã ainda iria demorar um pouco para voltar. Ela se arrepende de ter mentido para a mãe, dizendo que não se sentia bem e evitando ir à escola, ela só fez isso por que queria se divertir na floresta, sente falta de sua companheira de diversões. cogita pedir à sua mãe para desfrutar ao ar livre até que sua maninha retorne, assim, Ela saberá exatamente onde encontrar ela.
- Mamãe, por favor, posso ir para a floresta brincar com meu soprador de bolhas? - Ela disse isso com entusiasmo. Seus olhos estavam brilhando. Ela apontou para a janela.
sua mãe olha para janela
- Poder você pode, mas não quero ver você indo muito longe, fica perto para que eu possa ver e cuidar de você de longe - o tom foi sério.
-Tá bom mamãe, eu não vou para longe da senhora, juro! - então ela pega seu soprador de bolhas e sai pela porta em direção a floresta.
Ela adentrou a floresta, apreciando o vento fresco emanando dos bosques. Admirava os raios de sol que se infiltram pelos galhos das árvores. O murmúrio do riacho próximo, com águas serenas, ressoava. Ela adorava o som dos respingos quando os peixes surgiram para respirar. Ela começou a soprar suas bolhas, observando as pequenas esferas flutuantes em direção ao céu.
- Olha! Tem um arco íris dentro da bolinha - se divertiu ao ver a bolha se encontrar com o sol e ficar de várias cores.
Brincando com seu soprador de bolhas, ela olha para o lado, pensando em ir ao riacho. Está pensativa, pois sua mãe a advertiu sobre a floresta. Posicionando a mão no queixo e erguendo os ombros, ela aparenta não se preocupar. Afinal, o córrego é próximo à entrada da floresta, então ela não estaria desobedecendo. Ela decide ir até os peixinhos.
Ao chegar, observa um filhote de cachorro do outro extremo, consumindo água. Thalara lamentou. Seus olhos brilharam de alegria ao ver o cachorrinho. Cuidadosamente, ela estendeu a mão e chamou o animal.Ele vira a cabeça para frente e para trás, abaixando as orelhas.
olhou para o riacho, desejando atravessar. As águas calmas e o sol dourado brilhando nas pequenas correntezas eram convidativos. Ela deu um passo cauteloso na água fresca, sentindo as pedras escorregadias sob seus pés descalços. A corrente suave envolveu suas pernas.
Ela se equilibrou apoiando na beira do riacho. Com determinação e cuidado, conseguiu atravessar, se sentindo aliviada e realizada. Descalça e com os pés molhados, ela mostrou coragem de sobra.
Thalara, uma menina de 5 anos muito curiosa, correu em direção ao cão, que acabou escorregando na lama. Sem se importar, ela se levantou, limpou o que pôde, e seguiu o cachorro. Ela planejava levar para casa e convencer sua mãe a ficar com ele. O cachorro estava diferente e assustado. Uma onda de tristeza tomou conta dela quando viu que o cachorrinho estava com medo. Refugiou-se em uma árvore oca. Thalara, feliz, acreditava que agora poderia pegá-lo. Com esforço, conseguiu retirar o animal de lá.
- Estou tão feliz! - indaga e abraça o cão - vamos para casa!
- Será que minha irmã também vai gostar de você? - Ela ponderou. - Se ela não gostar, não to nem ai ó - e deu de ombros.
Então, Thalara começa a caminhar para casa e pensa consigo mesma: "Ele é tão fofo que tenho vontade de apertar. Mal posso esperar para levar para casa". Ela diz isso enquanto acaricia o animal.
Ele tinha uma tonalidade bege, orelhas pontudas e um focinho comprido. Maior que um filhote normal, Thalara pensou que ele era diferente. Andando devagar para casa, ela carregava o filhote em suas mãos, sem saber que ele era um animal selvagem. Enquanto caminhava, beijava e acariciava o pequeno ser.
De longe a mãe do filhote a observava, na encolha, apenas dando um passo de cada vez, esperando a hora certa de atacar.
A menina quase atravessava o riacho quando ouviu um rosnado furioso.
Assustada, viu um animal enfurecido avançando sobre ela a uma velocidade impressionante. Antes que pudesse reagir, um frio de medo se instalou. A loba atacou como um furacão, mordendo suas pernas e balançando a cabeça com a intenção de arrancá-las. A garota gritou por socorro enquanto a fera a rasgava. Mas, sua brutalidade abafou seu som. Em sua agressão final, a loba usou suas garras, acertando seu pescoço.
Ela começou a engasgar, incapaz de pedir ajuda. Enquanto a loba preparava outro ataque, uma pedra foi lançada sobre ela.
- Larga minha irmã! - e joga outra pedra dessa vez maior - Deixa ela em paz - e a criatura se afasta enquanto Thamara joga mais pedras.
A mãe de Thalara chegou correndo segundos depois, encontrando-a sufocando sob o ataque do lobo. Sem hesitar, ela a pegou nos braços e correu em direção ao hospital, com a ajuda da irmã. Durante todo o caminho, Thalara permaneceu inconsciente, lutando pela vida. Ela foi levada ao pronto-socorro do hospital. Os médicos lutaram para salvá-la
Duas semanas se passaram antes que Thalara finalmente despertasse. abriu os olhos para um mundo de dor e confusão, sem lembrança do que havia acontecido. A única coisa que ela tinha certeza era que desejava estar próxima de sua irmã, se sentindo protegida em sua presença.
Se recusava a sair de casa, Ficou em silêncio por 6 meses, pois tinha medo das dores ainda se recuperando do ataque brutal do animal.
Ela era apenas uma criança de 5 anos, traumatizada, sem lembrança do ataque. Após o incidente, começou a ter sonhos com um menino e lobos. Não era necessário recordar o evento, pois o homem em seus sonhos insistia em relembrar.
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The Hidden Face of Thalara
Misteri / Thriller"Enquanto a guerra atinge seu ápice, Thalara anseia por escapar para a terra natal de sua mãe, em busca de respostas sobre seu passado misterioso e sombrio. Ela acredita que lá encontrará paz e segurança, mas o que ela descobre é um mistério ainda m...