Dois reais ou uma revelação, uma perda e uma traição misteriosa?
Em seus sonhos, o menino com quem Thalara tinha pesadelos com seus lobos resolveu aparecer, mas naquele dia foi diferente. Dessa vez, era como se fosse vivido, um sonho vivo. Não conseguiu enxergar seu rosto, estava embaçado. Mas ela sentia seu olhar, como se fosse um terror noturno, mexendo sua cabeça para um lado e para o outro como se estivesse a analisando por inteira. Então, ele levantou seu dedo indicador e a chamou devagar, virou as costas e começou a sair do esconderijo.
Não sabia o que estava acontecendo, estava indecisa se deveria ou não o seguir. Levantou do seu colchonete devagar, olhou ao redor e estava sozinha. 'De novo', pensou confusa. Não sabia que sua irmã e Dantas saíam de madrugada, Lara tinha sono pesado. Então não saberia dizer se eles fazem isso há tempos ou não. Thalara não gostava da solidão. Sentia-se abandonada, pois tinha um grande apego à sua irmã e ainda mais a Dantas. Não sabia como era estar sozinha. Desconfiada, ela se preparou e seguiu aquela silhueta macabra.
Abriu a porta e tinha uma parede. Para ir para a tubulação do esgoto, ela tinha que se pendurar na entrada do tubo e subir, e foi o que ela fez. Se preparou para chorar e tremer de medo das baratas subindo nela, mas estava tudo limpo. O lugar cheirava a lavanda, o mesmo perfume que sua mãe usava para passar na casa quando ela limpava. Sentiu saudades de quando assistia ao cheiro de lavanda, balançou a cabeça para afastar seus pensamentos e continuou o caminho, atravessou devagar e chegou na escada que dá de cara para o lado de fora. Olhou para cima e subiu.
Ele estava esperando por ela, pois quando ele a viu, ele prosseguiu com passos largos. Ela se apressou, ele a guiou por todos os becos sem parar. Ele era veloz e parecia perdido, ela pensou. Mas logo percebeu que ele sabia exatamente o lugar para onde queria ir, ela apenas se enganou achando que ele estaria perdido. Foi direto para os portões dourados.
Onde fica o famoso Klaus Adler, o ditador de Germaniâstra. O conflito se iniciou por sua arrogância e ganância, transformando metade dos cidadãos em seus fantoches. Todos os homens são obrigados a trabalhar para o governo dele, e quem não se sujeita a ele é considerado infiel.
Nem sempre, mas algumas vezes, a grande sirene seria acionada para que toda cidade ouvisse, e todos se reuniam ante aos portões. O indivíduo estaria lá, discursando antes de mostrar o horror para a população.
Quando o traidor é um dos homens de Klaus, suas cabeças ficam penduradas no portão, como aviso aos próximos que decidirem trair. Agora, quando é uma pessoa que não participou de nada, mas mesmo assim é considerado traidor, seus corpos são jogados em pilhas e depois queimados como nada.
Estavam no portão, ela não ouviu nada, mas pela multidão as sirenes foram acionadas, e todos estavam lá.
Klaus apareceu, com um sorriso irônico e falando algo que ela não conseguia ouvir, era como se tivesse no mudo. Todos abriam a boca e levantavam a mão, estavam comemorando, parecia comemoração.
De repente, chegaram alguns de seus soldados segurando caixas. Klaus deu um sinal com a cabeça e então tiraram de cada caixa cabeças, eram 6 no total. Ela fechou os olhos para não olhar, mas a curiosidade foi tanta que não conseguiu vencer, abriu seus olhos, seus olhos deram de cara com ele.
— Não pode ser — estava em choque.
Ela não estava conseguindo processar o ocorrido, ela sentiu um horror profundo, começou a desesperar, estava com falta de ar, sua visão embaçou, enquanto caminhava para trás, topou com uma pedra e caiu. Aquela silhueta começou a dar uma risada tão maligna que os pelos de Thalara se arrepiaram todo, lágrimas descendo de seus olhos, a falta de ar que estava sentindo, apertou bem os olhos para fugir daquela situação.
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The Hidden Face of Thalara
Misteri / Thriller"Enquanto a guerra atinge seu ápice, Thalara anseia por escapar para a terra natal de sua mãe, em busca de respostas sobre seu passado misterioso e sombrio. Ela acredita que lá encontrará paz e segurança, mas o que ela descobre é um mistério ainda m...