Priestly Curse - Mirandy G!P

01. Ninfa do Lago

Não Revisado

Novembro, 1819

Os dias de verão se vão rapidamente, as noites são longas e a duquesa não conseguiu dormir mais do que apenas algumas horas, imagens do que aconteceu assombram sua mente assim que os olhos se fecham, o peito aperta e ela não consegue parar de pensar na falecida esposa. Deveria tê-la protegido, estado a seu lado em cada momento e se cumprisse a própria palavra os dois estariam com ela, Genevieve lendo perto da lareira, sentada ao seu lado, o filho sendo mimado pelas irmãs mais velhas. Suas meninas, tão pequenas e gentis, esperavam ansiosamente pela nova adição a família, assim como esperaram a mãe para lhe darem um beijo para acordarem no dia seguinte. Lhe doeu o coração assistir as carinhas confusas quando foi ela quem as acordou e abraçou carinhosamente, mesmo que sua própria feição fosse pura dor, incapaz de esconder os sentimentos de suas florzinhas. A conversa a seguir foi a mais difícil que tivera na vida, não entrou em detalhes, evitou usar a palavra morte, falou o mais suavemente possível. Caroline, a mais direta e espertinha das duas, chegou à conclusão antes que pudesse terminar.

- Mamãe foi escolhida para ser uma estrelinha, Cassie. - ela diz para a irmã, segurando sua mão, a interação das duas fizeram seus olhos lacrimejarem, uma pontada de orgulho, uma sensação agridoce, pois fora Vivi quem as ensinou sobre as "estrelas", o céu e a terra. Uma lente para os olhinhos infantis neste mundo preto e branco - E nosso irmãozinho não queria deixar mamãe sozinha no céu, ela não conhece ninguém.

- Isso é verdade? - a outra menina perguntou, se virando para a mãe, ela apenas acena, sem palavras.

Naquela mesma noite colocou a dupla para dormir no quarto de Miriam, elas fizeram mais perguntas enquanto estavam sendo aconchegadas na cama, a curiosidade comum da pouca idade junto ao fato de não saberem assimilar o que é a morte, mesmo que explicado de uma forma lúdica. Beijou-lhes a cabeça e segurou as lágrimas ao fechar a porta atrás de si, dando instruções rígidas a guarda para que protejam as duas com suas vidas, assim como fazem pela rainha. O número de guardas foi dobrado, vigias caminhando pelos corredores e jardim, alguns morrendo de medo, todos sabem da maldição e as coisas que acontecem ao redor dos Priestly. Ela caminhou até o quarto em que estava hospedada, parecia tão frio e solitário sem a presença gentil da jovem, que fazia seu mundo ser mais suave. Miranda secou uma lágrima teimosa querendo cair, aos poucos se recompondo pela esposa. Todas as formalidades começaram, como a preparação do velório, o jazigo no cemitério da família sendo esculpido por um dos artistas favoritos dela, sua irmã gêmea tomou conta de tudo para lhe aliviar de mais esta responsabilidade neste momento tão sensível. Seu único pedido foi de que escolhesse uma roupa para enterrá-la. Olhando para trás, ela chegou à conclusão que Genevieve tinha certeza do próprio destino, como algo inevitável qual estava apenas a adiar, sempre falava sobre a vida finita e qual coisas gostava ao ponto de levá-las para atravessar os portões. Jacintos, flores que sempre adorou e motivo de ter dado a uma das filhas o nome do meio Hyacinth, azul bebê era sua cor favorita para joias, o primeiro perfume que ganhou quando casada e usava todos os dias, um vestido de babados que comprou na França... e só então entendeu por que a ruiva sempre carregava estas coisas consigo em cada viagem. Sempre lhe disse de formas diferentes e ela nunca a ouviu.

Mais uma vez acreditou na maldição e se odiou por não ter lhe dado ouvidos, de colocá-la nessa posição... até perceber algo brilhando na fresta da parede ao lado do armário. Com cuidado colocou o vestido favorito da esposa em cima da cama e se aproximou daquele ponto, empurrando a parede de tijolos esperando alguma resistência, talvez estivesse delirando, mas com grande surpresa descobre que aquela parte específica se move com facilidade. Uma porta secreta. Com uma passagem mal iluminada de escadarias e várias direções. Os olhos atentos capturam algo em um dos degraus, sem hesitação pega a coisa não, parece um tipo de máscara, ou pelo menos o resto de uma, tecido grosso e escuro. Nunca havia visto algo parecido.