Meu, Sempre (Remione)

Capítulo 1

"Eu confiei em você," ela gritou, suas narinas queimando, seu rosto corado. Ela estava com raiva quando deveria estar com medo, magoada quando deveria estar apavorada. Ele sabia que ela era dele; ele soube no minuto em que ela embarcou no trem, seu cheiro chamando por ele antes mesmo de ela entrar no carro, mas quando ele olhou para a bruxa de cabelos espessos olhando para ele, seus olhos castanhos brilhando, ele sentiu algo que foi além do reconhecimento.

Orgulho.

Por um segundo, ele esqueceu que era um lobisomem de 32 anos e que sua pretendida, sua companheira, era uma estudante de 13 anos. Ele esqueceu que era seu professor, seu confidente. Ele esqueceu que seu trabalho era protegê-la, garantir que ela ficasse segura até que tivesse idade suficiente para aceitar, entender tudo o que ele exigia dela, tudo o que queria dela. Tudo o que ele pôde fazer foi ficar boquiaberto com a garotinha e, por um momento, sentir paz. Havia tanta coisa errada com a situação, tantos obstáculos que teriam que superar, mas ela era para ele.

Isso é tudo que importava.

"Você está louco?!"

"Não é mais louco que você, eu suponho."

"Ela é apenas uma menina, uma criança! Ela é a melhor amiga de Harry, Remus. Você não pode reivindicar a melhar amiga dele como seu companheiro!"

Remus levantou-se de um salto, a raiva e a frustração assumindo o controle. Ele empurrou Sirius contra a parede, seu antebraço pressionado contra o pescoço de seu amigo. "Você honestamente acha que eu pedi isso? Que eu a vi e a escolhi como minha? Eu não posso controlar isso, Sirius. Não é assim que funciona!" Afastando-se, ele andou pelo escritório escuro, seus movimentos rígidos enquanto tentava acalmar o lobo interior.

"Aluado..."

Ele balançou a cabeça com raiva. Nada que Sirius dissesse agora ajudaria. Ele não era estúpido. Ele sabia que a situação estava errada. Ela era uma menina; uma garota extremamente inteligente e madura, mas ainda assim uma garota.

Suspirando, ele se sentou em uma poltrona, os antebraços apoiados nas pernas. Ele estava exausto. "Eu não a quero, não no sentido físico."

Sirius também se sentou, esparramado no sofá de couro gasto em uma postura casual que dizia mais sobre confiança do que palavras jamais poderiam. Ele não estava com medo de Remus, de Moony. Ele sabia que tinha controle, que embora ficasse com raiva, frustrado, não o machucaria. "Eu não entendo. Você me diz que ela é sua companheira, mas você não a quer?"

"Agora não. Ela é muito jovem. Os sentimentos que tenho por ela agora não são amor. Bem, é, mas não é. É..." Ele se esforçou para colocar em palavras o que sentia. Era básico. Instinto. Como explicar algo que era tão natural para ele quanto respirar? “Eles são protetores,” ele finalmente disse. “Ela é a coisa mais importante para mim, Sirius. É meu trabalho garantir que ela esteja segura."

Ele suspirou. "Você mal a conhece, Remus."

"Isso não importa. Ela é minha."

"Professor Lupin!" ela gritou, seu sorriso iluminando seu rosto enquanto ela corria para frente. Ela ignorou sua mão estendida e o abraçou, seus bracinhos apertados ao redor de sua cintura. Ele retribuiu o gesto, embora não com tanto entusiasmo, seus olhos encontrando os de Sirius sobre a cabeça dela.