Sentimentos

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*Genkan: Aquelas tradicionais entradas para residências japonesas onde se retiram os sapatos.

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Mais um dia de aulas havia terminado e agora estávamos nos servindo do jantar; terminei rapidamente e fui o primeiro a levantar.

- Deku, já vai? - Uraraka chamou.

- Ah, sim! Tenho que passar nos dormitórios B, antes de dormir.

Ouvi alguém engasgar com a comida.

- Vai fazer o que lá? - Perguntou-me impaciente.

- Prometi ajudar o Monoma com o dever de matemática. - Expliquei-o.

Um momento de silêncio se fez no que Kacchan parecia digerir a informação.

- Eu também vou. - Anunciou ele ao se levantar.

- Acho que não é necessário, Kacchan; só vamos estudar a regra de três, não é nada difícil.

Este parecia contrariado, senti que buscava algo para argumentar.

- E as tarefas de hoje?

- Por que está insistindo tanto? É só uma noite de estudos. - Indaguei confuso.

Todos na mesa assistiram à cena tão confusos quanto enquanto Kacchan hesitava.

- O que me preocupa é o Monoma! - Argumentou ele.

- De novo essa história, Bakugou? Sei que ele foi irritante e desagradável com todos nós da 1-A, mas ele vem mudando consideravelmente e já não merece mais esse tipo de tratamento. - Iida repreendeu ao golpear o ar de forma costumeira.

- Vocês esqueceram da individualidade dele? E se ele tentar te copiar, Deku?! - Kacchan vociferou.

Suspirei.

- Ele já tentou uma vez, mas não pode usá-la. É um limite da sua individualidade de cópia.

- Viu, Bakugou? Não há nada com o que se preocupar. - Asui defendeu.

Kacchan hesitou contrariado e rosnou de raiva ao não conseguir encontrar argumento; simplesmente pegou sua tigela e prosseguiu em se retirar.

- Tanto faz, vou terminar no meu quarto.

Aproveitei o clima pesado que caiu sobre a mesa para seguir sua iniciativa e ir até a cozinha lavar minha louça antes de passar no meu quarto e pegar meu material.

- Estou indo! - Anunciei ao calçar meus sapatos.

- Até mais, Deku! - Uraraka respondeu de onde se sentava nos sofás.

Me dirigi então aos dormitórios B com a cabeça ainda naquela conversa de mais cedo; não era como se eu estivesse inteiramente duvidando do Monoma, mas também me preocupo com Kacchan.

Bati na porta dos dormitórios B e foi Kendou quem me recebeu.

- Ah, boa noite, Midoriya. O que faz aqui? - Cumprimentou-me surpresa.

- Ah, bom-!

- Eu o convidei. - A voz de Monoma explicou e nos viramos em sua direção.

- Por que não avisou antes? - Kendou comentou cansada.

- Achei que não tivesse problema, afinal o Midoriya é bem vindo a qualquer momento. - Monoma explicou antes de se virar para mim. - Pode entrar.

- Com licença. - Anunciei ao deixar meus sapatos no genkan*.

- Então, vamos? - Convidou o loiro.

- Espera, o que pensam que vão fazer? - Kendou perguntou sugestivamente.

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