But I don't really care how bad it hurts.

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Now Playing: you broke me first - Tate McRae

Em certo dias você não quer existir, as pessoas te irritam e apenas pensar em qualquer tipo interação com outro alguém lhe gera calafrios. Era exatamente assim que Sunghoon se sentia naquele dia.

Tinha acordado às sete da manhã e visto Hyunjin acordar para sair sabe-se-lá para onde, e tinha visto que Yeji ia fazer mais uma visita aos pais e, para sua surpresa, Kai tinha ido junto – porque por algum motivo ele achava que ela não conseguia dar dois passos para fora do apartamento sozinha sem correr risco de vida, ou algo assim. Ele achava fofo, só assistiu tudo isso sem mover um dedo para fora de sua cama. 

Considerando a briga que Kai e Yeji tiveram quando todos descobriram a gravidez, a relação dos dois tinha subido degraus consideráveis. As implicâncias haviam se tornado mais constantes e o tempo que passavam juntos também, embora Sunghoon tenha ouvido sem querer – querendo – uma conversa dela com Bahiyyih, explicando que não conseguia se sentir por Kai daquele jeito, por ser mais novo que ela e mais um par de coisas que Sunghoon achava bobeira, mas que não estavam em sua posição de intromissão também.

O que o levava ao motivo que o deixou tão para baixo, mesmo que não quisesse admitir em voz alta. Yeji sentia falta de Chaeryeong, ou pelo menos foi o que mencionou nessa mesma conversa. Ela não aparecia há algum tempo, tinha bloqueado todos em todas as redes sociais e feito um pedido formal à irmã mais velha que parasse de passar informações sobre si. 

Sunghoon também sentia falta dela, da presença dela por ali, porque por mais que tivesse passado por uma porção de mudanças em sua vida, odiava todas elas e, no fundo, nunca achou que justamente ela fosse deixar de ser uma constante. 

Ele sabia que aquilo era um fator de contribuição e tanto para aquela vontade tão avassaladora de desaparecer da face da terra, porque mesmo sentindo falta dela, ele não queria trocar uma palavra sequer com Chaeyeong. E isso se consolidou quando o apartamento caiu num silêncio tenebroso – o que, considerando Bahiyyih estando em casa e tentando preparar o café da manhã não era nenhum pouco normal – e ele a viu parada na porta de seu quarto. 

Diferente de Sunghoon, que estava notavelmente cansado e, palavras de Hyunjin, acabado, ela parecia muito bem. O cabelo preto continuava ondulado como sempre, os olhos grandes realçados pela maquiagem cotidiana e as roupas, que aparentemente não eram dela, caíam muito bem. 

Munido de um pouquinho de inveja, Sunghoon suspirou quando notou que ela não diria a primeira palavra, apenas ali o encarando como se não fosse nada demais e a amizade dos dois não tivesse desabado como um prédio em demolição; então se virou na cama para a parede, fechando os olhos e decidindo se forçar a dormir. 

Quando acordou, não sabia se tinha acontecido de verdade ou sido só um devaneio, um daqueles sonhos que você tem quando acaba de acordar mas o sono não te deixa e seu cérebro parece processar tudo num cenário só. Talvez ele quisesse chorar, pensando nos "e se's".

Jake estava sentado na cadeira giratória do quarto agora, apoiando os cotovelos nos joelhos e mexendo no celular, distraído.

Sunghoon notou ele passando uma mão pelo cabelo loiro três vezes antes de notar que tinha acordado, e não se importou de tentar fazer ele notar. Ainda não queria ter que se esforçar para falar com alguém. 

Os dois não tinham se falado muito nas últimas semanas graças às provas de Sunghoon, que teve que estudar o dobro pela quantidade de aulas perdidas, e suas mais novas aulas de boxe nos fins de tarde. Num todo, havia mais ou menos um mês desde que Chaeryreong tinha ido embora e eles estavam naquela rotina cansativa e cotidiana.

Game Boy | jakehoonOnde histórias criam vida. Descubra agora