CAPÍTULO 8

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   A porta principal se abriu para mais convidados – os O'Connell, um casal pouco influente, mas tradicional em Riverwind

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   A porta principal se abriu para mais convidados – os O'Connell, um casal pouco influente, mas tradicional em Riverwind. Não foram eles que me inquietaram.

   Foi ela.

   Janessa Martim.

   Jane.

   O nome ecoou em minha mente como um segredo sussurrado por uma criança esquecida. Na infância, ela era minha amiga mais próxima, meu refúgio em um mundo de segredos sórdidos. E agora, ali estava ela, caminhando em silêncio pelo hall, como se o tempo não tivesse tocado sua pele.

   Vestia um delicado vestido creme, de alças finas, que se movia com graça a cada passo. O tecido parecia capturar a luz de forma quase etérea, e seus cabelos escuros, longos e ondulados, desciam em cascatas impecáveis por suas costas, quase até a cintura. Ela segurava uma caixa vermelha nas mãos, enfeitada com uma fita branca cuidadosamente atada em forma de laço.

   Vermelho.

   A cor que, um dia, fora minha favorita. E que agora era meu presságio.

   Um detalhe tão pequeno – a escolha de um embrulho – e ainda assim, tão cheio de significados. Ela se lembrava. Parte de mim queria acreditar que era coincidência, mas outra parte... aquela que ainda acordava à noite com o gosto metálico do passado na boca, sabia que não havia coincidências em tudo o que envolvia Riverwind.

   A lembrança chegou sem permissão, violenta e crua: o sangue. Minhas mãos trêmulas. Um grito contido, engolido por um quarto escuro. E os olhos dela.

   — Eros, como vai? — a voz de Jeffrey Martin cortou o ar, arrancando-me da espiral do passado.

   Instintivamente, agachei-me atrás das colunas do corrimão, escondendo-me como uma criança assustada, como se a visão daquela família pudesse queimar.

   Jeffrey era mais do que o pai de Janessa. Era também o advogado de confiança dos Atlas. O homem responsável por varrer os pecados da nossa família para debaixo do tapete, com discrição e uma habilidade cirúrgica. Aquele que dava forma legal ao inominável.

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