você me ajudaria?

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O coração de Gulf encheu-se de gratidão.

Mew lhe deu um sorriso, ainda corado, antes de soltar o abraço, olhou em direção à mão do ômega, pegando-a para levantá-la na frente de seu rosto, vendo a pele avermelhada  levemente inchada.

Você se queimou com o ramen — disse ele, e Gulf pareceu envergonhado, Mew o soltou para abrir uma das gavetas da cozinha, revelando algumas caixas de remédios e outras menores com alguns cremes, ele leu algumas caixas até encontrar aquela que  ele procurava, fechando a gaveta com o pé quando estava de pé – Aqui é para queimaduras — disse ele, entregando a caixa a Gulf.

Ele pegou as duas tigelas de ramen e as trouxe para a mesa, agradeceu a Gulf pela comida, o ômega respondeu com um sorriso enquanto massageava a mão com um pouco de creme, para que fosse bem absorvido.

Eles comeram em silêncio até terminarem tudo que haviam servido, Mew encheu a tigela com mais comida porque estava uma delícia.

Gulf esperou em silêncio que Mew terminasse a refeição e levantou-se com a intenção de tirar a louça e lavá- la, mas o mais velho o empurrou com um pouco de brusquidão.

Não faça nada, Gulf, cozinhar é o suficiente –  disse Mew, passando o que haviam usado para a pia da cozinha e abrindo a torneira.

Gulf apenas assentiu e sentou-se à mesa, olhando para Mew, de costas para ele.

Mew  acho preocupante a atitude que Gulf adotou em tão poucos minutos, como ele havia ficado sensível e insistido em ir embora, quando dias antes ele quase implorou para ficar, seu lobo estava inquieto por dentro, que também queria saber dele mudança abrupta de ômega,

— Acho que seria melhor eu ir essa  noite.

As palavras soaram tão distantes, com tão pouco desejo e sentimento, quase monótonas.

Mew deixou cair a tigela que estava lavando fazendo um barulho alto contra o metal da pia, respingando um pouco em suas roupas.

-¿Phi? Está bem?

Mew não conseguia falar, sua visão ficou um pouco embaçada, cerrando os dentes, ele se virou, aproximando- se de Gulf, inclinando-se sobre ele e permanecendo a poucos centímetros do rosto do ômega

– Não .

Sua voz vinha do fundo de seu peito, em um tom que ele não usava há muito tempo e pensava ter perdido.

Ele quase podia ver o lobo do Gulf abaixar as orelhas e ter algum medo ao ouvir sua voz alfa.

Mew negou, clareando sua visão, não era o jeito certo de fazer isso, ele tinha que conversar civilizadamente com Gulf.

– Olha, Gulf... eu sei que você vai embora, mas não precisa ser hoje – disse ele, com a voz soando calma, o que relaxou um pouco Gulf, — não precisa ser amanhã ou, sério, só... Fique um pouco – um pouco mais, talvez até o seu cio acabar. Eu... eu também não quero que você ande  no cio na rua, abandonado por  aí, com aquele cheirinho lindo que você tem, ninguém resistiria, não quero imaginar o que os outros fariam...Sem perceber, ele havia estendido a mão no rosto de Gulf, e acariciou sua bochecha com ternura, o ômega se inclinou um pouco mais ao toque.

Gulf assentiu.

– Tudo bem, P'Mew –  disse ele, vou embora quando meu calor acabar.

O coração de Mew doeu um pouco com isso, mas pelo menos ele poderia ficar com Gulf por mais alguns dias.

Ele voltou para terminar de lavar as coisas.

E me diga, Gulf, como é o seu cio  ?

Mew sabia que o cio dos ômegas geralmente durava alguns dias, nos quais seu cheiro aumentava consideravelmente, somado ao desconforto de seus órgãos reprodutivos; e teriam uma necessidade quase insaciável de sexo, devido ao seu instinto de lobo para se reproduzir.

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