A fofoca

231 31 39
                                    

Mew ficou inquieto durante todo o caminho, mas só quando estavam a um quilômetro de distância é que ele começou a sentir o chamado em seu peito.

Um uivo baixo, cheio de tristeza.

Ele sabia que não era seu lobo , era do Gulf.

Ao  entrar na  casa não via muito além da porta da sala, pouco se importando com o mundo.

Ele podia sentir o cheiro do Gulf, próximo e  forte.

Esqueceu-se de tudo, da dor no corpo, ou na cabeça, o cansaço pareceu desaparecer, só se lembrou do grunhido que deu para outro garoto que cheirava um pouco o Gulf, mas não deu importância a isso.

Ele tinha que ir até seu ômega.

Parecia que  estava cego durante todo o caminho até aquele quarto, porque só quando viu a cama e o montinho nele , foi que  ele reagiu.

Seus olhos lacrimejaram.

– Alfa...

Mew se apressou, quase correndo em direção à cama, até subir nela, e em um movimento rápido, pegou o corpo de Gulf, abraçando-o firmemente contra ele.

Mew estava chorando, de alívio e  de alegria.

Ele levou o nariz até o pescoço de Gulf, inalando seu doce perfume.

O ômega fez o mesmo, com as bochechas molhadas e um sorriso, esfregando o rosto no pescoço do moreno, deixando pequenos beijos, se embriagando com seu aroma.

Gulf deixou de sentir frio, se aquecendo com a presença de seu alfa e seu abraço, como se fosse um fogão.

Gulf riu um pouco, feliz e isso fez o outro sorrir.

Mew se afastou um pouco para olhar seu rosto, seu sorriso, seus olhos, ele beijou sua testa, suas bochechas, seu nariz e seus lábios, com um gosto um tanto salgado pelas lágrimas, mas cheio de felicidade.

As mãos de Mew desceram até o pescoço de Gulf, perguntando com os olhos.

"Sim –  ele disse, confiante, "sim –  por favor..."

Mew deixou um beijo casto em seus lábios antes de olhar para a curva entre seu pescoço e ombro, livre, agora sem nenhum colar no meio, deixou alguns beijos até chegar lá, queria dar o carinho que ele merecia e torná-lo seu ao mesmo tempo.
Abriu a boca, acomodando seus caninos sobre a pele.

Ele sentiu Gulf respirar fundo, pegou sua mão e apertou, ao mesmo tempo que enterrou os dentes no ômega.

Ele ouviu um suspiro, com um pouco de dor, segurou a mão com mais força, o gosto metálico de sangue o deixando um pouco enjoado.

Mas finalmente estava acontecendo, e ele não conseguia se sentir melhor, a felicidade cobria aquele gosto. Seus corações começaram a bater no mesmo ritmo, seus peitos se encheram de uma mistura de emoções, alegria, alívio, paz e amor em ambos.

Mew desenterrou os dentes, lambendo a marca diversas vezes, até parar de sangrar.

Ele olhou Gulf nos olhos, segurando suas bochechas coradas, amando seu sorriso, dando-lhe um, beijando em  seus lábios intensamente.

Agora eles compartilhavam tudo,  estavam completos, seus olhares confirmavam isso, e a marca do vínculo também.

"Eu te amo — declarou Mew, sentindo em seu peito tanto seu amor quanto o sentimento correspondente de Gulf.

"Eu te amo — repetiu o ômega.

Mesmo segundos depois daquele moreno entrar no quarto de Gulf Kanawut, Cooper ainda estava no mesmo lugar, sem saber por que aquele rosnado o havia intimidado tanto.

DELTA Onde histórias criam vida. Descubra agora