[2] O escolhido

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#FOFOEPELADO

Na grande cabana de barro e madeira, sentados em volta do círculo, todos os idosos da aldeia discutiam entre si buscando por uma solução.

No centro, mantinha-se o que antes forá uma fogueira acesa, que agora se desmanchava em cinzas no chão de areia, após uma longa noite de debates a respeito do desastre anterior.

A cabana era o principal ponto da aldeia onde realizavam as reuniões, e foi iluminada por essa fogueira por toda noite.

As pessoas que ali continham, esbravejavam em alto sonido fazendo com que as vozes ecoassem das paredes de terra compactadas em formas de madeira, até chegarem ao teto de palha.

A discussão se desenrolava entorno da decisão sobre quem seria dado como oferenda ao monstro.

Os anciões não chegavam num acordo palpável, tudo se desenrolava entorno do escolhido, e ninguém queria entregar algum dos seus familiares.

Ao todo sete líderes permaneciam sentados na roda de debates, e no fim, se mostravam egoísta perante a escolha, ninguém cederia facilmente seus entes queridos.

- Então, o que vocês surgerem? - Um deles perguntou, depois de uma longa noite estressante que não os levaram a lugar nenhum.

- Não há como, simplesmente, escolhermos alguém a dedo. Temos que pensar nas famílias e, em como elas iram se sentir ao perder um membro importante - Uma idosa que fumava um longo cachimbo deu seu ponto, enquanto tragava a pipeta e soltava a fumaça por entre os lábios lentamente.

De fato, não queriam perder uma pessoa preciosa para eles, muito menos entregar assim tão friamente e de mão beijada para a fera do pântano.

- Acho que é necessário ser alguém que não possuía parentes , mas quem? - perguntou um dos idosos, este usava um grande chapéu de palha e olhava diretamente para o ancião.

Até agora o mais velho não havia falado nem opinado em nada, ele apenas escutava as ideias e sugestões dos outros presentes com uma expressão serena na face.

Ao seu lado a anciã permanecia da mesma forma, só que diferente de si a mulher carregava uma pose superior e de nariz em pé, julgando com os olhos as pessoas do recinto.

- Essa ideia de entregar um jovem para o monstro é tolice! - Um homem de meia idade exclamou, ficando de pé para então tomar atenção de todos. Ele fechou as mãos em punhos e proclamou em voz alta. - Podemos muito bem reunir todos para dar um fim a criatura neste momento!

Era notável a sua irá, em verdade, nenhum dos anciões estavam verdadeiramente confortáveis com o tipo de assunto que, eles deveriam buscar por respostas.

- E arriscar a vida dos moradores e principalmente das crianças!? Isso é tolice - Disse uma outra senhora com um xale marrom nos ombros. O velho de chapéu calou-se, e a contra gosto voltou para o seu lugar novamente.

A situação não estava fácil no momento e, querendo ou não eles teriam que ser realistas e justos na hora da escolha, independentemente de quem fosse.

O grande ancião, vendo que se não intervir os outros iriam continuar discutindo, suspirou pesado. Olhos ardiam perdindo por descanso, fica acordado a noite toda não fazia bem a sua idade já tão avançada.

- Entendo ser uma situação complicada, e por isso quero a compreensão de todos. Devemos chegar a uma solução em que todos nós estejamos de acordo - Disse o mais velho.

- Talvez deve consultar os espíritos novamente, grande ancião. Eles podem nos dar uma outra saída - O homem com o chapéu pontuou.

- A única forma já foi dita, não há como mudar o que os espíritos disseram! - Disse um velinho ranzinza. Fica sentado ali por horas sem chegar a nenhuma resposta já estava o deixando irritadiço.

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