Capítulo 4

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Enquanto o sol dourado de Londres pintava o céu com tons quentes, Dianna estava imersa em sua cozinha, mexendo suavemente um molho perfumado que borbulhava na panela. O aroma tentador de ervas frescas dançava pelo ar, misturando-se harmoniosamente com o som suave de "Can't Nobody Love You" dos Zombies, que fluía de seu alto-falante.

Dianna havia colocado seu celular próximo a ela, na bancada da cozinha, enquanto se dedicava à preparação de um prato especial: um risoto de cogumelos com um toque de ervas finas. Cada movimento era cuidadosamente calculado, cada ingrediente adicionado com amor e atenção. A cozinha se transformara em seu refúgio, um lugar onde ela podia se perder nas atividades mundanas e deixar as preocupações de lado.

No entanto, enquanto a música criava um ambiente de tranquilidade, o som de uma notificação tocou, interrompendo o fluxo sereno. Dianna secou as mãos em um pano de prato e pegou o celular, seus olhos iluminando-se ao ver o "like" de Taylor em uma de suas fotos. Um pequeno sorriso involuntário surgiu em seus lábios enquanto ela olhava para a tela.

Mas esse sorriso mal conseguia ocultar a torrente de emoções complexas que Dianna mantinha trancadas em seu coração, como se ele fosse apena um véu superficial que facilmente revela os sentimentos amargos daquela época. A lembrança daqueles tempos secretos, do relacionamento que tiveram, continuava a ecoar dentro dela. Enquanto a música dos Zombies preenchia o espaço, a melodia parecia trazer de volta as vozes sussurrantes do passado.

Dianna sabia que era hora de agir, mas o dilema pairava sobre ela como uma nuvem sombria. Aquele pequeno gesto, o "like" de Taylor, era como uma janela para um tempo que ela havia guardado com carinho, mas também com uma pitada de amargura. A relação secreta que tinham mantido, por mais intensa e apaixonada que fosse, havia sido sufocante em muitos aspectos.

Os encontros furtivos, os olhares carregados de significado quando estavam em público, a sensação de que tinham que esconder a verdadeira natureza de seu relacionamento. Aquela constante necessidade de discrição, de esconder-se nas sombras, havia deixado uma ferida profunda em Dianna.

Era uma ferida que nunca havia cicatrizado completamente, uma mistura complexa de amor e ressentimento. Dianna lembrava-se dos momentos de alegria que compartilharam, dos momentos em que sentiu que nada mais importava além daquela conexão especial entre elas. No entanto, também lembrava das vezes em que se sentiu invisível, quando o mundo exterior parecia negar a validade de seus sentimentos, mesmo Taylor insistindo que essa forma de relacionamento fosse a mais segura, dadas as circunstâncias. Eram momentos de conflito interno, uma batalha entre o desejo de se entregar completamente e o medo das consequências. A lembrança daquela época ainda era vívida, e Dianna se via diante de uma encruzilhada, onde o passado e o presente se encontravam, clamando por uma resolução.

Dianna encarou a tela por um momento, suas emoções turbilhonando dentro dela. Ela sabia que não podia voltar atrás, que aquele momento estava chamando por uma resposta, por uma abertura. Taylor havia dado um pequeno passo em sua direção, deixando a porta entreaberta, mas agora era Dianna quem tinha que decidir se iria fechá-la de vez ou se teria a coragem de atravessá-la para o outro lado.

Com um suspiro decidido, Dianna começou a digitar suas palavras, cada letra marcando um passo em direção a essa decisão. Seus olhos verdes fixos na tela do celular, ela digitou com cuidado: "Hi Taylor..."

Mas então, suas palavras pareciam congelar, e ela se viu olhando para a tela sem saber como continuar. Seu coração batia um pouco mais rápido, a incerteza tomando conta de sua mente. As lembranças e sentimentos conflitantes giravam como um turbilhão dentro dela, deixando-a momentaneamente paralisada.

"Merda, o que eu respondo?" Dianna murmurou para si mesma, sentindo uma mistura de emoções dentro de si. Ela queria encontrar as palavras certas, queria transmitir a complexidade de seus sentimentos, mas estava presa entre o passado e o presente, entre a necessidade de fechar antigas feridas e a esperança de abrir novas possibilidades.

Amor reacendeu em Nova YorkOnde histórias criam vida. Descubra agora