Você de Volta

Capítulo Cinco

Capítulo Cinco

Nikos tinha arquitetado tudo. Ele bem que falou que ela voltaria ao passado. Agora passando mais tempo ali se lembrava daquela lancha, nela havia passado as noites mais "quentes" de sua vida. Nikos a levara para conhecer as praias mais belas do litoral. Os dias eram cheios de risos e carinhos e as noites eram reservadas... ao pecado.

—Está lembrando desse lugar?

—Sim, mas porque mudou o nome?

—Porque é assim que meu coração se sente.

—Sei.

Ela se fingiu indiferente. Quanto tempo resistiria, não saberia dizer, mas se algo viesse a acontecer ela tinha plena certeza que fez o possível e o impossível para não cair naquela tentação.

—Você está tensa.

—Estou com frio.

A voz dele estava embargada, Kate não sabia identificar o porquê. Ele estava tão lindo. Sua barba estava por fazer, a camisa estava aberta mostrando o peito dele, o aquecedor do ambiente permitia a ele ficar daquele jeito.

—Se quiser podemos ir para cama.

—Não!

Ela quase gritou. Não queria ir para cama sabendo que ao lado dela estaria seu ex marido querendo dar o bote como um leão que estava fazendo jejum e foi posto diante de um suculento pedaço de bife.

— Kate,—Ele se aproximou dela. Como era mais alto, pôs o dedo indicador no queixo dela levantando-lhe o rosto, seus olhares se encontraram.

—Eu não quero uma aproximação com você.

—Deixe-me tentar, afinal, tenho um mês para isso.

—Sei disso não precisa me lembrar, mas lembre-se que só estou aqui aceitando tudo isso pelo meu irmão, embora ele tenha errado, ainda assim não o quero ver preso.

—Eu sei os motivos que a trouxe até aqui e isso me machuca, não posso lhe dizer que estou bem com essa situação.

—Como não? Você está onde sempre está acostumado ficar... no comando.

—Você está me vendo como um inimigo não é? —Seus corpos estavam tão colados que ela sentiu vontade de puxá-lo pelo pescoço e lhe dar um beijo, mas o que fez foi se esquivar. Foi até o móvel onde estava sua taça de vinho e a pegou. —Eu lhe entendo.

—Me entende? E porque quer continuar com essa palhaçada?

—O tempo será o único capaz de lhe mostrar o que pretendo.

—Tempo que está sendo contado. Onde está o contrato?

—Deixe-o para amanhã, agora tenho outros planos para nós.

—Prefiro pular no mar gelado a ir me deitar com você.

—E quem disse que vamos nos deitar agora?

—Já está tarde eu estou exausta, o dia na galeria foi cheio.

—Sei disso, mas gostaria de aproveitar a presença de minha adorada esposa.

—Não sou sua esposa.

—Pare de me corrigir.

—Sim senhor.

—-Acho bom você não beber tanto. —Ele retirou a taça das mãos dela.—Quero-a bem sóbria nesses quatro dias que passarei com você.

—Pois quero beber bem muito para não ter nenhuma lembrança dessa viagem.