murder love in the night

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Agente Edward Lewis aparece certo tempo depois no lado externo do Departamento Federal de Investigação, perto de onde um grupo de novatos corre como se os seus futuros dependessem disso, e todos ali sabem que, de certa forma, depende, e onde sabia que encontraria o outro agente, certamente irritado com a situação que se encontra.

Com um cigarro entre os lábios, Lewis se aproxima do mais novo, porém mais respeitado agente da corporação, oferecendo um ao agente Iero, que recusa, e espera o colega começar a comentar sobre as novas respostas de Gerard às perguntas feitas pelo mais experiente, depois dele sair da sala de interrogatórios. Se preparou para algo desagradável, mas só recebe um balançar de ombros em total indiferença.

"Ele não respondeu nenhuma das minhas perguntas" Lewis libera a fumaça do cigarro para o alto, antes de completar a sua fala com os olhos fixados nos olhos de Iero "Ele só vai falar se for com você, baixinho"

"Ele te disse isso?"

Lewis ri, tragando mais uma vez e observa os novos agentes em treinamento não muito longe de onde os dois estão, parados e num diálogo mudo até o tatuado perder o restante da sua paciência que lhe restava. Iero percorre o caminho de volta enquanto recompõe a sua postura e o assassino sorri quando percebe a sua presença de volta à sala de interrogatórios, com a cabeça deitada sobre a mesa e os olhos fechados.

"Você demorou" Frank limpa a garganta ao se sentar para prosseguir com as perguntas, mas é interrompido por Gerard e o seu sorriso "O seu amigo não gosta muito de mim"

"Emma Smith" O agente finge ler o documento, que decorou cada palavra há mais de dez anos "19 anos. Solteira" Way procura uma posição confortável na cadeira, enquanto finge prestar atenção, como os seus alunos fazem numa aula tediosa "Encontrada morta com os globos oculares retirados depois de um aparente suicídio".

"Ela se matou e você sabe disso tanto quanto eu, Frankie" Way chama a sua atenção, como uma advertência, e prossegue quando os olhos cansados de Frank encontram os seus "Você está perdendo tantos detalhes. Você lê as palavras nessas folhas de papel, mas não enxerga nada através delas".

"E quais são esses detalhes, Way? O que estou deixando passar?" Gerard suspirou, decepcionado e Iero olha mais uma vez o arquivo de 12 anos atrás "Como isso pode ser sobre mim?" Desiste, jogando os papéis sobre a mesa e as mãos abertas jogadas ao céu, em redenção "Por quê?"

"Ela tinha os olhos tão bonitos. Avelã, mas esverdeados na luz do sol" Sustentar o olhar de Gerard Way é quase torturante para o agente, mas ele continua, agora com uma análise sobre o próprio assassinato "Quando Emma morreu, Frankie?"

"Uma sexta-feira. Ela foi liberada das sessões com o psicólogo, pegou uma faca de cozinha e cortou a própria garganta" Frank diz automático, sabendo as palavras exatas no arquivo, mas Gerard suspira, decepcionado mais uma vez "Não é como ela se matou?"

"Claro que é como ela se matou, querido" Frank franze as sobrancelhas, confuso, e Way prossegue "Mas não foi o que perguntei" Como um 'clic' Frank pensa na data. 8 de junho. Como ele pode deixar isso passar despercebido todos esses anos? Com cada um dos arquivos checados mais uma vez, Iero joga a cabeça para trás suspirando alto. Todos os assassinatos ocorreram no aniversário do primeiro.

O assassinato de Emma Smith tornou-se um dos maiores mistérios para o FBI durante os anos seguintes ao acontecido, nunca alguém acreditou que Emma teria se matado daquela forma tão brutal. Os mais próximos, amigos e familiares da garota juraram que ela estava melhor e suicídio não estava nos seus planos.

A verdade sabida do caso era que, ainda no início da adolescência, Smith foi diagnosticada com esquizofrenia paranoide. Foram entrevistados os pais, os amigos mais próximos, colegas de classe e psicólogo da garota e, devido ao choque, nenhum deles conseguiu dizer o que poderia ter acontecido com Emma.

Mas havia mais um detalhe, indiferente 12 anos atrás. O psicólogo de Emma Smith não pode atendê-la naquela semana e teve de ser substituído. Substituído pelo orientador no Programa de Pós-Graduação em Análise do Comportamento da Universidade Virgínia Ocidental, que não foi entrevistado.

"Oh, Frankie" Way aprecia o olhar perdido do agente "Eu tentei deixar, pelo menos, minha assinatura clara, mas todos os anos você estava ocupado demais chorando por Nestor"

O silêncio preenche a sala enquanto o agente se perde nos arquivos selados na sua mente, revisando sem precisar pegar nos papéis. Procurando algo que fizesse algum sentido ou sentido nenhum. Algo que fizesse Way dizer mais sobre os 15 assassinatos.

"O corpo de David Brown foi encontrado em New Jersey" Gerard assente para Frank continuar, e ele faz "Estamos na Virgínia. Como?"

"Coincidência" Iero ri, desacreditado "Pessoas viajam o tempo todo"

"28 anos. Prestes a se casar" Frank falha ao tentar manter o olhar calmo e a sua voz vacila "Você sabia que a sua noiva estava grávida?" Way ri, alto.

"Não, até agora"

"Foi uma coincidência" O agente repete, fazendo Way sorrir com os olhos calmos e Frank passa as mãos pelo rosto, exausto "Por que ele?"

"O meu vôo para Jersey foi cancelado e eu tinha que estar pela manhã na faculdade para uma palestra, então me colocaram em um vôo noturno. Já ficou o dia inteiro no aeroporto, Frankie?" O agente assente para Gerard prosseguir, e ele faz: "É cansativo e eu só queria um bom papo para me distrair. Aconteceu das nossas poltronas serem uma ao lado da outra e, bom" Gerard sorri passando a língua por cima do lábio inferior.

"Vocês conversaram durante o vôo" Iero ignorou o olhar malicioso do assassino "Sobre o que falaram?"

"Muitas coisas" Frank sorri e espera Way continuar "Não prestei tanta atenção nas palavras, mas seu corpo pequeno e tatuado era tão tentador" Gerard diz, tombando a cabeça para o lado e fechando os olhos, se lembrando melhor de David e como ele o lembrava Frank com todas aquelas tatuagens "Ele comentou sobre quão carente estava aqueles dias, sem atenção da noiva, e disse que iria ao banheiro. Não sabia se era um convite ou não a princípio, mas o segui e ele estava me esperando" Way sorri abrindo os olhos e continua "Consegue imaginar em quem eu pensava enquanto fodia David Brown?"

Agente Iero se engasga, não deixando transparecer o seu ódio ao criminoso, e aperta o botão vermelho na parede para falar com o guarda, que buscaria Gerard, e o avisar para levá-lo até a sua cela "A gente começa outro caso pela manhã"

O guarda de quase dois metros de altura e porte de um lutador entra na sala e Way se levanta devagar, saindo da sala com calma e em silêncio após acenar e piscar para Iero.

Poucas horas depois, Frank entra no seu apartamento, jogando as chaves e a pasta com os documentos dos crimes confessados em cima da mesa, busca uma garrafa de vinho pela metade na geladeira e começa a despir-se.

Na TV, algum filme de comédia romântica é ignorado pelo agente, que espera a garrafa ficar finalmente vazia para se jogar na cama na sua roupa íntima, sem conseguir tirar as palavras de Way da cabeça.

15 assassinatos em 15 anos. Pequenos pontos soltos se transformam numa corda na frente dos seus olhos cansados e sonolentos "Brown, me perdoe" Pontadas perturbam a cabeça do agente devido ao álcool "Os olhos de Emma Smith" Suspiro após suspiro, a mente de Iero não têm descanso algum "Grace Thibault? Talvez o tamanho do pé".
Ignorando tudo ao seu redor, e entre tropeços, Frank segue ao banheiro e deixa com que a água leve os seus pensamentos embora. Longos minutos depois, Iero se joga mais uma vez na cama, desta vez, devidamente vestido no seu pijama. Não existem mais tantos pensamentos na sua cabeça, o sono, devido ao remédio tomado assim que saiu do banho, levou-os embora. Há apenas uma coisa na mente do agente.
"Jamia"