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Maya Abdala

Estamos dentro do carro, as ruas estão escuras e apenas as luzes fracas dos postes estão iluminando a estrada.

Olho para Ryder e vejo um corte não muito profundo em sua sobrancelha direita; o sangue já está quase seco. Seu olho esquerdo está roxo e no canto de sua boca também há um corte. A parte de trás de seus dedos está vermelha, como se tivesse batido em uma parede.

Ele está usando uma camisa preta de gola alta, uma jaqueta de couro da mesma cor, e calça jeans preta também.

- Se quiser eu posso te ajudar com os machucados. - Digo olhando para ele.

- Não precisa se incomodar, não foi nada demais. - Olha para mim e me dá um sorriso sem mostrar os dentes.

- Eu faço questão de fazer alguns curativos em você. Afinal,você me salvou.

- Bom, se isso for uma forma de agradecimento, eu aceito. - Ri e volta sua atenção para a estrada.

- Então, você pode ir lá em casa, e eu posso cuidar dos ferimentos. - Volto a olhar para a estrada, enquanto ele concorda com a cabeça.

Não demora muito para chegarmos em frente à minha casa, onde ele estaciona o carro.

Saio do carro e ele faz o mesmo, vindo logo atrás de mim.

- Pode entrar, só não repara na bagunça. - Falo abrindo a porta, e ele entra em seguida.

- Bagunça? Que bagunça? - Diz brincando, enquanto fecho a porta.

- Até que não está tão bagunçada, já esteve pior. - Dou uma gargalhada.

Vou em direção à cozinha e ele me segue.

- Pode se sentar aqui. Vou pegar o kit de primeiros socorros. - Falo enquanto puxo uma cadeira para ele se sentar.

- Obrigado. - Ele se senta. - Para falar a verdade, nem sei como iria cuidar desses machucados. Não tenho nem um curativo em casa. - Revela.

Vou em direção aos armários da cozinha para procurar o kit de primeiros socorros. Paro em frente a pia e fico na ponta dos pés para alcançar o armário, que está no alto. Assim que consigo pegar, vou em direção a ele.

- E você nem queria me 'incomodar'. - Faço aspas com os dedos.

Chegando até ele, deixo o kit em cima da mesa, que estava ao lado de sua cadeira.

- Bom, vamos começar. - Digo, abrindo a caixa branca com detalhes vermelhos.

Retiro algumas gazes, curativos e um remédio anti-inflamatório, e ponho-os em cima da mesa.

Me posiciono entre suas pernas, que já estavam abertas. Pego uma gaze e levo em direção à sua sobrancelha, que está com um leve corte.

- Pode doer um pouquinho. - Falo, dando um sorrisinho. Ele retribui.

Começo a limpar o sangue que está escorrendo da sua sobrancelha. Ele grunhe.

- Está doendo? - Pergunto, parando o que estava fazendo. - Se quiser, posso ir mais devagar.

- Não. Está ótimo, pode continuar. - Responde, olhando para mim.

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