.5

210 17 5
                                    

Maya Abdala

— Sério, aquele dia foi muito engraçado. A sua cara foi impagável. — Dou uma risada.

— Ok, eu confesso, aquele dia foi engraçado. — Ryder sorri, fazendo um gesto de rendimento.

Estar com Ryder é muito legal. Parece que todos os meus problemas evaporam quando estou com ele, é até estranho. Não paro de pensar que quase o beijei algumas horas atrás; ainda bem que me afastei rapidamente. Parece que toda vez que abrimos a boca, surge uma química no ar. Isso é estranho pra cacete. Mas ele parece não se incomodar com isso, e quem sou eu para me incomodar também.

— Maya? — Ouço Ryder me chamando. — Acho que já está na hora de irmos, né? Já está um pouco tarde demais. — Ele se levanta e estende a mão para me ajudar a levantar. Eu seguro sua mão, e ele faz um movimento rápido, deixando-me de pé.

— Deixa que eu fico para arrumar as coisas aqui, Ryder.

— Não precisa, eu te convidei. É mais do que minha obrigação organizar tudo. Entre no carro e me espere lá. — Ele responde, abaixando-se para pegar as coisas.

Eu vou até a porta do passageiro e a abro. Fico parada do lado de fora, com metade do meu corpo dentro do carro, procurando minha bolsa que tinha deixado no banco de trás. Quando a encontro, pego meu celular e confiro as horas, são dez e quarenta e cinco.

— Nossa, como o tempo passa rápido. — Digo a mim mesma, verificando se a senhora Johnson me enviou alguma mensagem.

Sinto algo atrás de mim e, imediatamente, olho por cima do ombro. É Ryder, ele está parado logo atrás de mim, a poucos metros de distância, me observando.

— Às vezes eu acho que você gosta de me assustar. — Viro-me para encará-lo.

— Por que acha isso, Maya Abdala? — Ele pergunta com um sorriso de canto. Quando ele fala meu nome inteiro, estremeço. Ele já havia dito meu nome completo algumas vezes, mas nada se compara à situação atual. Só nós dois, sem ninguém por perto, a luz da lua sobre nós, e…

— Hã, não sei. É que você tem esse jeito durão, e bem... Talvez isso me dê medo. — Respondo com um sorriso meio desconfortável. Só quero sair dessa situação constrangedora. Ele apenas ri, e acho que foi mais uma risada de deboche, não consigo identificar, abre a porta de trás ao meu lado, colocando algumas sacolas com lixo e outras com sobras de comida.

Sento-me no banco do passageiro, esperando Ryder entrar no banco do motorista. Coloco as mãos sobre minha coxa e começo a batucar os dedos nela. Escuto a porta se abrir, e olho para o lado. Ryder entra, coloca o cinto e dá partida no carro.

Há um silêncio pairando no carro. Não é um silêncio constrangedor, mas sim, um silêncio confortável, onde ambos não se sentem na obrigação de falar algo só para manter o clima agradável. Na verdade, o clima fica bem agradável quando estamos apenas em silêncio, curtindo o momento.

— Então, Maya, quer ir para mais algum lugar? — Ryder pergunta, olhando para mim de relance.

— Acho melhor não. — Falo olhando-o. E como sempre me arrependo de ter falado alguma besteira. — Espera, não me entenda mal. Não quero parecer mal agradecida. Só acho que está meio tarde para irmos a algum lugar, sabe? Desculpa se eu pareci mal agradecida. Desculpa mesmo. Na verdade, foi uma das melhores noites da minha vida...

— Ei! Calma, não precisa se desculpar por tudo — Ryder me interrompe. — Você não pareceu mal agradecida, nunca que eu pensaria isso de você. Fico feliz que tenha gostado da noite. — Diz, com uma voz reconfortante, alisando meus ombros.

Lições De Um Amor Proibido Onde histórias criam vida. Descubra agora