5-Sacrifício

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Os místicos pensam numa emboscada. Mas como emboscariam a Hidra?

Não têm certeza do plano, mas pensam que isso pode, pelo menos, ajuda-los a fazer algo. Mesmo que seja por míseros mil anos, eles terão mais um pouco de paz.

—Você acha mesmo que a Hidra vai cair com isso? –Aubrey pergunta para Haymitch—.

—Não tenho certeza de nada. Vou contar com a possiblidade de sim, e então, dará para cortarmos e queimarmos, e enterrarmos suas cabeças mais facilmente.

—E o veneno que ela pode soltar com isso? –Rhyanna pergunta—.

—Bom... alguns sacrifícios serão necessários.

As duas moças se entreolham por um instante, onde Hay percebe a hesitação, então ele diz:

—Todo homem é culpado pelo bem que não fez. Preferem viver em troca de colocar nosso Continente inteiro em risco? Vão viver onde depois disso?

—Não temos medo de morrer por isso, apenas um certo receio. –Rhyanna confessa—.

Na Corte do Cervo, Rebekah é cuidada pela mãe, Kyouko, enquanto seu pai, Shein, lida com os problemas da Corte do lugar de Haymitch. O sogro tenta pensar como o genro pensaria.

Rebekah e Kyouko, todos os dias, em todas as manhãs e em todas as noites, rezam para a proteção dos místicos, inclusive Haymitch.

—Vai ficar tudo bem. –Shein diz ao ver suas duas garotas rezando— Ele é filho de Acnologia e Nirvana, não é?

O grupo de místicos fica por horas montando sua armadilha para emboscar a Hidra. O plano é chamar sua atenção para lá.

—Se isso der certo, eu darei uma festa com direito a bebida ilimitada. –Aubrey resmunga—.

—Está tão pessimista assim? –Haymitch brinca—.

—Sei lá... como que a Hidra vai ''tropeçar e cair''?

—Não é ''tropeçar e cair''. Vamos fazê-la cair e isso aqui vai intensificar a queda, garantindo que não se levante facilmente.

—Mesmo assim.

—Já viu o tamanho do bicho? Quanto maior, maior a queda.

—E maior a resistência também.

—E maior a superfície para atacar.

—Claro, uma escama de dragão vai ser facilmente perfurada por uma mísera espada de ferro ou aço.

—Por isso temos o poder ancestral.

—Olha, teoricamente, não temos. Nunca tentamos e nunca nos transformamos. Precisávamos saber o tempo que aguentamos para esse plano dar certo.

—Como o nosso poder desperta pela primeira vez na maior situação de estresse, eu presumo que para libertar o poder ancestral, será necessária outra situação de estresse. –Haymitch pensa—.

—Lutar contra a Hidra é estresse o suficiente?

—Bom... você se sente calma?

—Não.

—Então acredito que seja.

—Vamos terminar logo? –Rhyanna se mostra impaciente, até então apenas ouvia o diálogo—.

—A pressa é inimiga da perfeição, sabia?

—E a Hidra vai ir para o nosso Continente a qualquer momento.

Na Corte do Panda, Asena ora para o Panda Vermelho dar todo o seu poder para a irmã mais velha, enquanto Niklaus cuida da Corte e da pequena.

Devie conta aos seus amigos as histórias sobre o Panda Vermelho, dizendo o quão forte ele pode ser, e como sua irmã vai ajudar a derrotar a temerosa Hidra.

Caleana, a melhor amiga de Asena ,conhece Aubrey, e já a viu usando o poder do fogo vermelho.

—Mas como que ela tem o poder do fogo vermelho? –Inn pergunta—.

—Ora, ela é a portadora do poder do Panda Vermelho. –Outra amiga, Marvell, responde—.

—E ela é tão bonita. –Ateens comenta, admirada—.

As garotas discutem um pouco mais sobre Aubrey Middleton. Depois, começam a falar sobre música, quando os amigos garotos chegam.

—A nota mais difícil do violino é...

—Inn, você está falando de música há meia-hora. –Daniel reclama—.

Kyan o empurra e diz:

—Continue, minha linda.

Lá no grupo das crianças, todos sabem, inclusive Inn, o quão Kyan é apaixonado por ela. E Daniel, por outro lado, acha Ateens a mais bonita.

Kyan tem um irmão gêmeo, Osten. Ele é mais reservado e estudioso, são um o completo oposto do outro. Todavia, Marvell é apaixonada por ele.

Na escola, há o mais bonito da sala, o nome dele é Tiphon, e é o que Asena é apaixonada. Caleana, por outro lado, não se importa com garotos e sempre diz que eles são uma perda de tempo, pois uma garota pode estudar e ser independente de homem para viver bem e feliz. Aliás, para ela, esse é o auge da felicidade.

As crianças de dez anos de idade estão... diferentes.

Semanas se passam e tudo fica ainda mais angustiante, o grupo dos místicos encontrou a Hidra, estão longe, humanos precisariam de horas de caminhada até chegar ao monstro, mas o próprio, precisa apenas de alguns passos até se aproximar deles.

Estando de frente com a Hidra, é claro que tremiam, ou suavam frio. Em breve seria o momento onde, ou eles viveriam e seriam os heróis, ou morreriam tentando ser os heróis, e em seguida, deixariam todos do seu Continente morrer.

De repente o vazio percorre o peito de Rhyanna, ela se sente solitária, como se não tivesse ninguém, e como se ninguém fosse entender sua dor. E é claro que ninguém entende, ninguém é capaz de entender a dor do outro a não ser que esteja sob a pele dele e entenda seu ponto de vista sobre as coisas sofridas. É por isso que não estamos no direito de poder julgar ninguém.

Mas é mais fácil julgar do que entender, não é mesmo? Pelo menos, leve em consideração que o que não te mata, te faz mais forte.

Dói, sofrer em silêncio dói, é como uma bomba. Mais cedo ou mais tarde você se desestabilizará, o suficiente para te fazer explodir, você pode descontar em inocentes ou dizer toda sua mágoa para aquele que te fez sofrer.

Com um aperto no coração, Rhyanna respira fundo antes de continuar seguindo em frente, mas faz isso de cabeça erguida, se mostrando como alguém que não pode ser colocada para baixo por nada.

Aubrey sente uma pontada de culpa por não ter cuidado ou dado suas últimas palavras para a irmã, mas por outro lado, sente que fez o seu melhor, e que, se sua pequena não estiver satisfeita com isso, a culpa não pertence à irmã mais velha, porque ela deu o seu melhor para isso.

Eles se preparam para poder lutar, já concentrando o poder místico e ancestral antes de chamarem a atenção da Hidra.

O monstro de várias cabeças tem sua atenção voltada para o poder místico que o cerca. Ele percebe quem são e relembra de suas versões passadas.

Os três estão com seus poderes concentrados, mas não conseguem se transformar. Percebendo a enrascada, começam a correr para tentar fugir, mas a Hidra corre atrás, tremendo o chão, fez com que os Soberanos místicos caíssem ao chão. O monstro tomou pouco cuidado e por pouco não os acertou com os pés, mas seu veneno tóxico entrou em contato com o próprio fogo, que ocasionou uma explosão.

Os míticos estavam ao chão.


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