Capítulo 2

53 9 1
                                    

Isabella Barcelar

“ Castigo dos Deuses. Isso só podia ser castigo dos Deuses.” A frase não saia da minha cabeça. Eu queria tanto engravidar e isso acontece nesse momento, depois dessa foto. “ Não era o momento “
Depois de alguns minutos entra um outro médico no quarto com um aparelho. Ele me explica como será feito o exame e então eu deito na cama. Ele coloca o aparelho dentro de mim e depois de alguns segundos as imagem começa a se formar.

- Olha aqui. Saco gestacional formado.... E aqui.... Podemos ver o feto. Olha aqui.... Vamos ver com quantas semanas..... Nove semanas..... Quase dez..... Vamos escutar o coração..... – O médico falava calmamente.

Depois de alguns segundos escuto um barulho alto e ritimado. O coração do meu bebê. Marina e meu pai olham para a tela animados. Eu estava grávida, finalmente gravida. O bebê faz um pequeno movimento e meu pai pede uma foto. O médico explica que vai vir entregar no quarto impressa e com um cd com mais fotos e o vídeo do exame.

- Precisa marcar a consulta com uma obstetra. A Dr Carla é ótima. E está com agenda aqui no hospital. Pode fazer todo o seu pré natal aqui se quiser... – Ele  e olha preocupado. – Pense e qualquer coisa avise a enfermagem. Eles chamam a menina da recepção para marcar aqui.... Bem.... Licença.

O médico sai do quarto e eu deito de lado na cama. Estava feliz. Eu finalmente seria mãe. Mas não queria que fosse desse jeito. Nesse momento. Eu nem sei como iria lidar com essa situação com Caleb. Eu estava totalmente perdida. Eu não podia estar passando por isso de novo. Castigo dos Deuses.

Mais uma vez a história de repetia. Porque eu atraia esse tipo de pessoa? Porque isso estava acontecendo comigo de novo. Escuto meu telefone tocar, meu pai pega e olha a tela.

- Caleb – Ele fala irritado. – Vou resolver isso.

- Não. Deixa que eu atendo. – Ele fica relutante e me entrega.

- Oi Caleb. – Falo desanimada.

- Oi amor. Tudo bem? Estou indo almoçar com você... Estou aqui no restaurante... Quer comer peixe ou lasanha? Tem aquela que você gosta. – Ele fala animado.

- Estou no hospital. – Falo de forma seca.

- Qual hospital??? O que aconteceu??? Estou indo agora. – Ele fala nervoso.

- Não. Não vai vir. O que aconteceu no último jantar com os caras? – Falo olhando para a foto na bancada ao meu lado.

- O de sempre. O que aconteceu com você? Me diz em que hospital você está ? – Ele fala nervoso.

- O que é o de sempre? – Falo de forma seca.

- O que??? Sei lá amor. Jantar, conversa babaca de homem, jogos pra perder dinheiro. Bebidas.... O de sempre. Porque está perguntando isso agora? – Ele fica confuso.

- Alguma mulher vai? – Continuo o interrogatório.

- Não. Já te respondi isso outras vezes. Sem mulheres. Só os caras. – Ele fala e eu me irrito.

- Ok. Vou te mandar o endereço por mensagem. – Falo secamente.

- Fala o nome por aqui... – Desligo o telefone.

Pego meu telefone e mando uma foto da foto que recebi. Segundos depois ele abre a foto. Meu pai tenta falar alguma coisa mas eu não deixo. Caleb começa a me mandar várias mensagens e então me liga. Eu desligo a primeira ligação e sinto que meu coração ia explodir. Ele liga de novo e eu começo a chorar. Uma enfermeira entra no quarto e fala algo mas eu não escuto. Caleb liga a terceira vez e eu atendo.

- Que merda é essa Isabella??? Da onde surgiu isso???? – Ele fala nervoso.

- Que merda é essa pergunto eu seu babaca. Porque fez isso comigo? – Grito com ele.

- Eu não fiz nada. Eu juro amor. Não fiz nada. Isso só pode ser montagem. Eu não conheço essa mulher. Nunca tem mulher nesses eventos. Pergunta ao seu pai. Ele estava sempre comigo. – Ele fala nervoso.

- Então meu pai está traindo Marina também? – Falo irritada.

- Não. Já disse que não. Eu não faço parte disso. – Meu pai se defende nervoso.

- Não. Isabella. Não. Ninguém traiu ninguém, eu juro. O hotel tem câmeras. Vamos ver isso. Eu juro que eu não fiz nada. Me diz aonde você está pro favor. Me deixa falar com você. – Ele fala desesperado.
Eu sinto um dor muito forte no coração. O aparelho começar a gritar. Meu pai fica nervoso.  Uma enfermeira entra e fala alguma coisa com Marina e começa a colocar uma medicação no meu soro.

- Caleb... Vou pedir para Marina tirar suas coisas da minha casa. Não aparece mais na empresa. Nunca mais fala comigo. E evita aparecer nos lugares que eu estou. Acabou. – Falo sentindo meu corpo ficar dormente.

- Isabella.... Não... Por favor. Vamos conversar... Me diz aonde você está.... Por favor..... – Ele fala chorando.

A enfermeira me ajuda a deitar na cama. Meu braço perde a força e Marina pega o telefone da minha mão. Ela desliga a chamada e pede pra eu descansar. Ela fica acariciando meu cabelo. E meu pai fica andando pelo quarto nervoso.

- Pai... Não faz nada ... Não sai daqui.. Não... Liga.... Pra .. ninguém..... até... Eu ... Voltar. – falo olhando pra ele. E meu pai confirma e tudo fica escuro.

Eu estava com um lindo vestido azul colhendo algumas frutas em um lindo campo. Sinto alguém tocar meu ombro, e então uma mulher mais velha aparece e sorri. Ela parecia ser uma pessoa boa, que eu conhecia e confiava.

- Querida. Você precisa abaixar suas barreiras. Se você o ama, porque não deixa ele se aproximar? De verdade.  – Ele fala de forma carinhosa.

- Porque amar dói. É sempre assim. – Eu falo com tristeza.

- Mas ele é a sua alma gêmea. Foram feitos para ficar juntos. Porque tem tanto medo? Só deu errado antes porque as pessoas eram erradas. Com ele é diferente e você sabe disso. Sente isso. – Ela continua.

- Eu não sei.... Eu não posso confiar de novo. – Falo e ela segura a minha mão.

- Olha pra ele. Acha mesmo que ele não te ama? – Ele me mostra Caleb.

Ele estava lindo, com a roupa de época de novo. Caminhando em nossa direção. Ele se aproxima. Beija minha mão e depois meu rosto. Eu consigo sentir todos o carinho e amor que ele tem por mim.

- Cuidado.... Não querem o seu bem... A sua felicidade... Podem estar disfarçados de pessoa boa... Mas não é.... Cuidado... Vocês dois. – Ela fala de forma misteriosa. – Não deixe ninguém separar vocês. É isso que eles querem. Não deixem isso.

Ela aperta a minha mão e eu acordo. Acordo com Marina segurando a minha mão e acariciando.

- Oi querida. Como você está? – Ela pergunta com carinho como a mulher que estava falando comigo.

Destinada ao Amor - Final Onde histórias criam vida. Descubra agora