Capítulo 13

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Isabella Bacelar

Flashback On

Eu descobri a gestação com três meses. Eu acredito que tenha sido psicológico e por causa de toda a situação que eu estava vivendo. Depois de descobrir eu passei os meses seguintes passando mal o tempo todo. Não sei como André me aguentou.
Eu tinha enjoos sempre. Não conseguia comer várias coisas que gostava e tinha desejo por coisas que eu não ligava muito. Amava comer pizza de frango com catupiry e suco de melancia. Isso nem fazia sentido. Eu não podia sentir o cheiro de café. Então André só tomava na rua e quando voltava fazia de tudo pra não ficar com cheiro. Perfume de jeito nenhum.

Eu fiquei muito magra, precisei de vitaminas. E cheguei a ficar internada quando cheguei nos seis meses. Desejava tanto a gravidez e agora que tinha conseguido eu não conseguia aproveitar nada.

Sem contar que a maneira que meu relacionamento acabou mexeu muito comigo. Logo depois de terminar tudo eu ainda fiquei me questionando. Não queria acreditar que Caleb tinha me traído, principalmente da maneira que foi. Eu levei a foto para um especialista que me disse que não era montagem. Eu realmente queria acreditar em Caleb. Então levei em mais dois que confirmaram a mesma coisa. Caleb tinha me traído.

Então comecei a questionar o que eu tinha feito errado. A gente estava bem, sem brigas. Não faltava sexo. Então o que eu fiz de errado? Será que tudo estava bom demais?

O tempo passava e eu sentia falta dele. Eu era uma das poucas mulheres que ia nas consultas e exames sozinha. Fiz um chá revelação simples, só para meus pais e André. Então o resultado veio. Um menino. Pensei em vários nomes, e me dei conta de que até isso eu estava fazendo sozinha.
Eu já estava com sete meses de gestação e o bebê ainda não tinha um nome. Eu não tinha me decidido. Então tive um sonho, eu estava na frente de um berço, olhando para um bebê lindo que estava sorrindo pra mim, um menino. Caleb vinha e me abraçava por trás com carinho. Eu sorria e ele falava “ Malik é o bebê mais lindo do mundo.” Malik... Acordei com esse nome na cabeça, a sensação dizia “ tem que ser Malik”. Eu nunca tinha escutado esse nome. Mas me agradou. Então com sete meses Malik ganhou um nome.

Eu conversava com Zuri e Bomani sempre que conseguia. Eles estavam nos preparativos para o casamento, Zuri estava extremamente aninada, Bomani também, mas ele tentava não demostrar. Eles acompanhavam a minha gravidez pela tela. Era os únicos de fora que sabiam, e Ayo é claro.

Meus pais vinham sempre que podiam. Marina no meio da minha gestação passou a dormir na minha casa. Meu ajudou muito com as roupinhas de Malik. Meu pai comprava tudo o que via pela frente. Malik tinha mais chupetas do que era necessário. Roupas que eu nem sei se daria tempo de usar. Meu pai estava surtando porque finalmente teria um neto mas infelizmente não poderia contar para ninguém.

Decidi assim. Eu tinha muito medo de alguém me julgar com Ayo e me dizer que eu devia contar a Caleb. Eu não tinha como conviver com ele nesse momento. E ao mesmo tempo a presença dele fazia muita falta. Tudo era muito doloroso. Eu amava Caleb, mas não conseguia perdoa-lo. Não sei se estou sendo infantil. Mas é muito difícil. Então Malik ficou em segredo. Eu me afastei de todos. Não participava de nenhum evento. Não tirava fotos. Ninguém viu a minha barriga. Nem mesmo tio Saul, que ligava sempre que podia para meu pai e o visitava regularmente para saber de mim.

....

Minha Cesária foi marcada. O grande dia chegou. Marina entraria comigo na sala do parto. Enquanto eu esperei na recepção alguns minutos para fazer a minha ficha, pude ver alguns maridos es esposas entrando e saindo da maternidade. E eu estava sozinha. Me lembro de me sentir muito sozinha e quase chorar na recepção.

Eu fui direto para o meu quarto, deixei minhas bolsas. Meu pai estava extremamente bobo. André estava com um leve sorriso, o que era novidade. Mandei uma foto para Zuri que logo me desejou boa hora. Tudo aconteceu muito rápido. Eu fui colocada em uma cadeira de rodas, me levaram para o centro cirúrgico e em menos de quarenta minutos Malik nasceu. Um bebezinho bem gordinho como a médica disse que seria.

Marina chorava de emoção e logo depois assumiu a postura de um soldado. Ficou seguindo todo mundo que segurava Malik e vigiava cada passo com medo dele ser trocado. Eu, depois de um tempo, voltei para o quarto. Meu pai e André já estavam me esperando. Depois de longos minutos ou horas, Malik veio para o quarto.

Então foi uma briga. Meu pai e Marina não queriam soltar Malik de jeito nenhum. Tiram várias fotos que não poderiam mostrar para ninguém, mas tiraram mesmo assim. Depois de muito protesto eu peguei Malik. Graças a Deus não tive problema para amamentar e Malik mamava a cada uma hora.

....

Tive alta no dia seguinte. Voltei para casa e meus pais ficaram o primeiro mês comigo. Meu pai ia para o trabalho e ficava fazendo chamada de vídeo comigo para acompanhar o dia de Malik. Marina me ajudava em tudo, assim eu não ficava sobrecarregada.

Mas Caleb sempre voltava a minha mente. A presença dele fazia falta. Era pra ele estar aqui. Era pra ser a nossa família. Malik já tinha um mês e eu ainda não aceitava que Caleb tinha jogado tudo fora. Nas duas primeiras semanas eu chorava sem conseguir me controlar. Provavelmente por causa dos hormônios, o que não ajudava muito.

Meus pais estavam aqui. André estava aqui. E mesmo assim eu me sentia sozinha. Considerei contar para Caleb. Voltar atrás, mas acho que não conseguiria perdoar ele. Então desisti. Isso só iria trazer mais dor.

....

Malik completou três meses. Foi o máximo que meu pai conseguiu guardar segredo. Saul apareceu no escritório pra saber como eu estava, como tudo estava. Meu pai não se aguentou. Ele disse que quando se deu conta, ele estava falando do neto, mostrando fotos e Saul estava extremamente empolgado se sentindo tio de Malik. Os dois saíram pra comprar presentes para ele e meu pai só se deu conta quando Saul ligou para a esposa. Então ele percebeu que deveria manter segredo. Mas já era tarde demais.

Destinada ao Amor - Final Onde histórias criam vida. Descubra agora