Caleb Nolasco
Escuto uma risada de uma criança. Um menino. Ele pula na minha frente e grita “achei” ele devia ter no máximo três anos. Me lembra um pouco meus sobrinhos. O sorriso dele era lindo, me lembrava Isabella.
- Malik deixa seu pai descansar. Ele trabalhou muito. – Isabella aparece com um sotaque diferente.
Linda como sempre. Nosso apartamento era antigo, mas não tanto. Anos cinquenta talvez. O menino pulou no meu colo e eu automaticamente sorri. Isabella se sentou do meu lado e me beijou com carinho.
- Você está bem? Parece distraído. – Ela me olha preocupada.
- Estou bem. – Sorrio.
Sinto alguém segurar a minha não.
- Isabella... – Abro os olhos.
- Ele continua chamando por ela. Meu deus. Liga pra essa garota aparecer aqui. Que saco. – Escuto Catarina reclamar.
- Calma Catarina.... Ele está acordando. – Minha mãe fala preocupada.
- Mãe... Cadê a Isabella? – Falo tentando me levantar.
- Precisa ficar deitado filho. Você teve um princípio de infarto. O que aconteceu? Não estava se sentindo bem? Você está trabalhando muito. – Minha mãe me olha preocupada.
Olho em volta. Eu estava em um quarto de hospital. Os meninos estavam sentados no sofá me olhando assustados. Catarina estava com raiva, mas estava com cara de choro. E minha mãe extremamente preocupada, também com cara de choro. Olho em volta e tento achar meu telefone. Uma enfermeira entra no quarto e fala algo com a minha mãe. Eu me levanto e vou até a mesa e procuro o telefone.
- O senhor precisa ficar na cama. Ainda está em observação. – A enfermeira fala um pouco irritada.
- Eu preciso do meu telefone. – Falo ainda procurando.
- Senhor por favor. – Ele fala e segura meu braço.
- Eu preciso do meu telefone. – Falo mais alto.
- Está aqui a merda do seu telefone. – Catarina me entrega com raiva. – Você está aqui a quatro horas. Nenhuma mensagem dela nem ligação. Acho que ela não te ama mais. – Ela fala com ironia.
- Porque está falando isso? Ela falou algo? – Pergunto nervoso.
- Não sei. Não acha óbvio? – Catarina continua debochando.
- O que ela te falou? Quando falou com ela???? – Fico desesperado.
- O que? Está ficando maluco Caleb? – Catarina me olha assustado.
- Filho. Volta pra cama, por favor. – Minha mãe me olha com calma.
- Ela está te enlouquecendo irmão. – Catarina fala nervosa.
Eu me sento na cama com ajuda da enfermeira. Ligo meu telefone, nenhuma ligação ou mensagem de Isabella. Só de Matheus. Ligo para Isabella e ela rejeita a ligação. Tento mais cinco vezes e ela desliga o telefone. O aparelho começa a apitar e outra enfermeira entra no quarto, fala alguma coisa com a minha mãe mas eu não escuto. Começo a chorar e ligo para Raul.
- Filho o que está acontecendo? Conversa comigo... Está me assustando. – Ela fala e segura minha mão.
- Merda. Merda. Atende Raul. – Ele rejeita a ligação.
Tento ligar mais três vezes e então ele atende. A voz nitidamente irritada. Ele já sabia da foto e não iria me ajudar.
- O que você quer Celeb? – Ele fala irritado.
- Raul... Me escuta por favor. Eu não sei o que aconteceu. Mas eu não fiz nada eu juro. Aquela foto só pode ser montagem. Eu juro. Você estava lá comigo o tempo todo. Você me conhece. Eu nunca faria isso com Isabella. – Falo desesperado.
- Eu achei que te conhecia. A foto está clara. Não é uma montagem. A minha filha está no hospital. Passou mal. Bateu a cabeça... E.... Merda ... Eu confiei em você Caleb. – Ele fala decepcionado.
- Por favor. Me deixe falar com Isabella. Pede pra ela atender o telefone. Eu preciso falar com ela. Pede pra ela me dar uma chance. Eu não fiz nada. Eu juro. Eu não fiz nada. – Sinto da dor no peito de novo.
- Não posso. Esquece minha filha. – Escuto os aparelhos apitando. – Isabella... Chama uma enfermeira. – Escuto Raul falar e vejo uma enfermeira entrar no meu quarto.
- Filho... Seu coração. Precisa se acalmar. – Sinto o telefone cair da minha mão.
- Isabella.. . Preciso falar com a Isabella.... – Falo com dificuldade.
- Esquece essa garota. Olha como você está. QUE MERDA CALEB. – Catarina grita.
- Vamos ter que dar um sedativo pra ele. Ele vai ter que dormir e nada de telefone. Ele não pode se aborrecer. – A enfermeira fala nervosa.
- Eu preciso falar com a Isabella. Ela está no hospital... Está aqui... Eu ouvi o aparelho dela apitar também.... Chama a Isabella por favor. – Sinto o remédio fazer efeito. – Não posso dormir... Eu não fiz nada... A foto.... Eu.... Eu juro... Mãe.... – Minha mãe segura a minha mão chorando. E eu apago.
....
Acordo com os meninos assistindo desenho e cantando. Minha mãe e Catarina não estavam no quarto. Eles estavam brigando para saber quem seria o personagem principal. Nunca tive essa briga com Catarina, a briga era pra saber quem era o melhor. Eu sinto falta dessa época.
- Ninguém vai ser o Chase. Eu que sou. – Falo e eles me olham emburrado.
- Tio tem outros personagens pra você escolher. – Cae fala cruzando os braços.
- Eu escolhi o Chase. Estou doente. Tenho prioridade. Vocês não podem reclamar. – Falo e eles aceitam. – Cadê sua mãe e avó?
- Estamos aqui. Que bom que está melhor. – Catarina fala enquanto entra no quarto.
- Eu fiquei preocupada filho. Mas o médico disse que agora você está bem. Só precisa cuidar da saúde e diminuir o estresse. – Minha mãe fala e eu sento na cama. – Agora... Me conta o que aconteceu com você e Isabella. Com calma.
Mostro a foto no meu telefone e explico a situação. Catarina no início fica um pouco desconfiada. Mas depois acredita em mim. Começamos a pensar em como isso poderia ter sido feito. Catarina manda a foto para um amigo dela, que diz, não com total certeza, mas que parecia ser real a foto. Sem montagem. Mas ele teria que ver a original para ter total certeza.
Mas se não era montagem, então o que aconteceu? E quando aconteceu? Ficamos analisando a foto para saber pelas roupas qual a data desse jantar. E depois analisamos as possibilidades. Como drogas na minha bebida.
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Destinada ao Amor - Final
RomansaAmor... Almas gêmeas que estão destinadas a não ficarem juntas de jeito nenhum. Um erro do destino ? Do cosmo? Deus ? Cada cultura vai entender de um jeito. Mas precisamos assumir as responsabilidades sobre as nossas ações. Não sei a sua opinião, m...