CAPÍTULO 3: Planos para hoje a noite?

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Já era 10h40 e o Mark ainda não tinha chego. Eu estava limpando as mesas quando o Carl, o dono do bar, chegou procurando por ele.

- Cadê o Mark? - Ele perguntou olhando em volta. Como éramos em cinco trabalhando, ficava fácil notar se alguém tivesse sumido. Eu e o Mark ficávamos no balcão atendendo, Max e Beth comandavam a cozinha, enquanto a Pearl ficava com a limpeza. Quando não tinha clientes e nem muita demanda de pedidos, eu sempre ajudava na organização. Como só eu estava atrás do balcão foi fácil notar a falta do meu amigo inconsequente.

- Quando eu saí de casa ele não estava muito bem, ficou umas duas horas no banheiro antes de eu vir pra cá. - disse, usando a primeira coisa que passou pela minha cabeça.

- Hum, tudo bem. Espero que ele não precise usar o banheiro daqui, acabei de mandar concertar. Você dá conta do balcão por enquanto? - ele perguntou, espiando a porta pra ver se nenhum cliente se aproximava.

- Sim, claro! Pra nossa sorte hoje tá mais vazio que o normal. - respondi rapidamente.

- Quando ele chegar fala pra ele vir falar comigo. Preciso que ele me ajude a descarregar umas coisas. Isso se ele estiver bem e aparecer hoje. - Carl devolveu, indo até a cozinha para falar com o resto do pessoal. Para nossa sorte ele era um bom chefe, bem compreensivo e não se irritava fácil. Mesmo assim era bom não forçar a barra.

- Pode deixar. - respondi mais aliviada, pensando onde esse infeliz tinha se metido.

Depois de algumas horas Mark apareceu. Chegou com uma caixa nas mãos, um tanto quanto grande. Perguntei o que era, mas o chato disse ser surpresa, então eu tive que esperar até o fim do nosso turno pra saber o que era. No fim do dia, terminamos de organizar o bar e como o restante do pessoal já tinha ido, ficamos para fechar. O Ma Vie atraia bastante gente, além de bebida a rodo nós também tínhamos comida, então coisas como café da manhã e almoço faziam ele ser bastante frequentado em qualquer momento do dia. Era um lugar bem confortável de se trabalhar e pagavam a gente até que bem.

A movimentação era grande, mas não tanto quanto a do Morte Súbita, que era o próximo bar localizado a umas quatro ruas a frente, mas o que ele tinha de clientela, tinha de perigoso. Era quase como uma atração turística, sempre lotado, pessoas pela rua, sentados nas guias e dentro dele então, era difícil até de respirar. Atração perigosa de fato, pois atraía muitos ladrões, piratas, foragidos e todo tipo de gente que você imaginar. Depois de fecharmos, descemos a rua passando perto do tal bar e para nossa surpresa ele também estava meio vazio. Por mais que o movimento começasse mais tarde, naquela hora já deveria ter uma quantidade considerável de pessoas ali. O dia estava estranho, meio parado e sem pessoas pra lá e pra cá, o que era incomum. Fomos pra casa e finalmente eu poderia saber o que raios tinha na caixa do Mark.

- Vai vai, abre esse treco que eu quero saber o que te tirou de orbita hoje. - disse terminando de trancar a porta, enquanto Mark colocou a caixa em cima da mesa.

- Tá, tem que me prometer que não vai ficar brava comigo ou achar que eu tô tirando uma com a sua cara. - Mark começou a falar, parando em frente a caixa, esperando minha resposta para poder abrir.

- Tá, eu não vou falar nada. - respondi sem reação alguma, só encarando a caixa.

- Beleza! - ele começou a abrir a bendita, mais empolgado que o normal. - E aqui... está! - continuou, mexendo na caixa e expondo algumas peças de roupas femininas. Em alguns segundos, haviam várias coisas em cima da mesa, como um vestido de cor clara (meio verde água), um espartilho parecendo ser tamanho infantil de tão pequeno e vários frascos de diferentes tamanhos, que se assemelhavam muito com maquiagem.

- Prefiro que me mate. - disse tentando acabar com a empolgação dele ao terminar de tirar tudo da caixa.

- Ãh ãh ãh, eu tô te ajudando cabeção. - ele me cortou - Deixa de ser cabeça dura e presta atenção no meu plano.

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