CAPÍTULO 5: Mar de confusões

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Eu estava sentada no chão daquele banheiro já fazia uns 5 minutos, tentando recobrar meu juízo quando Mark bateu na porta.

- Kay, tá tudo bem aí? - ouvi a voz dele por cima da minha cabeça atrás da porta.

- Um minuto. - me levantei, batendo minha roupa e me olhando no espelho, agradecendo por não ter chorado, já que eu tinha esquecido que estava de maquiagem. - Tô aqui, tá tudo bem. - respondi já do lado de fora, encarando o Mark que estava encostado na parede do pequeno corredor.

- A Geraldine tá te procurando.

- Droga... - suspirei enquanto voltava para meu posto.

- Vai seguir ele? - Mark questionou, ainda caminhando atrás de mim.

- Vou. - afirmei, ainda olhando pra frente enquanto andava. - Só tenho que despistar a velha. - disse me referindo à cafetina.

- Então essa é a sua chance. - ele respondeu enquanto desviávamos da multidão embaraçada. - Ela tá perto das bebidas conversando com uma das meninas, tá de costas. - Mark foi me informando, já que ele era mais alto e eu não estava enxergando nada de onde estávamos.

- Beleza, vamos tentar ir o mais rápido possível, depois eu invento uma história. - virei para ele para enquanto continuava andando - Vou ir primeiro, depois você desce, como combinamos. Me deseje sorte!

Mark nem ao menos teve tempo de dizer qualquer coisa. Me virei tão rapidamente na pressa de correr atrás do Russ, que não vi que tinha alguém passando bem na minha frente naquele momento. Dei de encontro com um cara mais ou menos da minha altura, derrubando no chão a caneca de vidro que ele segurava, que espatifou em vários pedacinhos. Eu adoraria dizer que assim como o acontecido da faca, ninguém ligou para o que aconteceu e que cada um naquele bar continuou cuidando da sua vida... mas não foi bem isso que aconteceu. Todos, absolutamente todos, estavam olhando pra minha cara como se eu tivesse cometido um crime. Fiquei imaginando o que teria acontecido se tivessem visto o a loucura que se passou naquele canto há 15 minutos.

- Você é cega?! - o homem grisalho em minha frente praticamente cuspiu em uma voz tão rouca que me deu vontade de tossir por ele. - Ou será que é só burra mesmo? - ele terminou chegando ainda mais perto de mim, pisando sobre os cacos. Será que era possível um lugar ter tanta gente babaca ao mesmo tempo?

- Desculpa, a gente não quis... - Mark tentou reverter a situação.

- E quem disse que eu tô falando com você? - ele devolveu entre os dentes. - Será que eu tenho cara de otário pra vocês? - ele continuou chegando ainda mais perto.

- Olha... - resolvi responder dessa vez, já que pra mim aquela baboseira de garçonete gostosa estava me deixando por um fio. - Já que você perguntou, não sei se posso dizer que não. - franzi as sobrancelhas o encarando de volta. O homem ficou vermelho em 2 segundos e de repente eu me dei conta de que talvez aquela não tivesse sido a melhor escolha de resposta.

Eu sai de uma encrenca e arrumei outra pra cuidar. Geraldine me olhava do balcão como se quisesse me esganar e o pessoal do bar cochichavam, boquiabertos e com olhos arregalados, dizendo um monte de coisas embaralhadas, as quais eu nem conseguia escutar. Meu princípio de plano estava indo por água a baixo e a única chance que eu tinha de pegar aquele cretino estava passando diante dos meus olhos. O homem na minha frente ameaçava pegar alguma coisa no cinturão e não parecia ser uma flor para me presentear. Mais uma vez ia dar tudo errado... isso é, se não fosse por um inesperado acontecimento.

- Izzy! - uma voz de um dos cantos do bar soou alto o suficiente para fazer qualquer um parar de falar. - Deixa a menina... ela é nova. - um homem barbudo de cabelo solto, também grisalho, ordenou para o que estava na minha frente. Ele encarou a cafetina do outro lado antes de voltar o olhar para nós três.

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⏰ Última atualização: Sep 08, 2023 ⏰

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