ℂ𝔸ℙ𝕀𝕋𝕌𝕃𝕆 𝔻𝕆ℤ𝔼

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1995 - 𝐂𝐚𝐬𝐚 (𝐒/𝐍)

Do telhado da casa do seu vizinho, Billy podia ver tudo.

Você sempre mantinha a luz do seu quarto acesa quando estava sozinho em casa. Ele nem achou que você sabia que tinha feito isso, mas você fez. Esta noite você estava lá embaixo, deslizando pelo chão da cozinha de meias e esperando a pipoca terminar de estourar no micro-ondas. Você não descobriria seu dom para cozinhar Jiffy Pop por mais alguns meses.

Mais cedo naquela noite, Billy tirou o celular do pai da cômoda antes de sair furtivamente pela porta dos fundos. Ele escreveu seu telefone fixo no pulso com caneta preta, pensando que foi muito esperto por pedir para Casey, que pensou que vocês dois teriam sido o 'casal mais fofo' se ele já não estivesse namorando. Casey Becker não era o maior fã de Sidney Prescott.

Pelo que você sabia, ninguém mais sabia seu número de telefone ou tinha como subir no telhado para ligar dele.

Andando de um lado para o outro no ladrilho inclinado, Billy bateu o telefone na testa. Você consegue fazer isso. Basta digitar os números.

Em qualquer outra circunstância, teria sido fofo. Romântico mesmo. Mas ele tinha um modulador de voz na outra mão e seus dedos pulavam nos botões.

O telefone toca e, mesmo que ele não consiga ouvir você de onde está, Billy percebe o momento exato em que seus ouvidos se aguçam ao som do seu telefone fixo desligando. Virando-se, você estendeu a mão sobre o balcão para tirar o telefone vermelho do gancho, sem se importar com o fato de o short do pijama ter subido até o topo das coxas.

Porque não havia ninguém em casa. Por que você deveria se importar?

"Olá?"

Sua voz era como mel suave, pingando um calor pegajoso sobre o corpo dele que estava sentado ao ar livre e frio pela última meia hora. A respiração de Billy engatou e o roteiro que ele havia memorizado deixou de existir. Você muda seu peso com impaciência. "Olá?"

Em um ritmo agonizantemente lento, ele ligou a caixa de voz e a levou aos lábios. "Ei, minha querida."

Billy pode ouvir seu sorriso pelo telefone. "Randy? É você?" você soluça. Ele aperta os olhos e se agacha no telhado. Você parece...desligado. Talvez ele devesse ter feito um pouco mais de observação antes de se precipitar no telefonema.

"Randy? Quem é esse?"

"Oh... desculpe. Quem, hum, quem é?"

Billy observou você como um falcão pela janela da cozinha. Você estendeu a mão sobre a bancada novamente para puxar algo em sua direção. Não é o telefone desta vez. Uma garrafa.

"Você andou bebendo, docinho?" Ele pergunta, respondendo sua pergunta com outra pergunta. Se ele estivesse certo, você nem se lembraria de que estava conversando com um estranho. Sortudo.

Você soluça novamente e inclina toda a metade superior sobre a bancada de mármore. "Sim."

Ele passou a mão pelo rosto, balançando a cabeça e deixando o cabelo cair bagunçado na testa. "Oh (S/N)" ele suspirou.

Billy conhece você. E ele sabe como você é quando está bêbado. Solitário, pegajoso e faminto por toque. Ele morreria se não fosse até lá e estivesse com você pessoalmente.

"Mas você não pode contar para minha mãe porque ela vai pirar e me impedir de ir à escola e então não poderei ir ver meus amigos."

"Eu prometo que não vou contar" ele ronrona, considerando você. Você ficou quieto por alguns momentos e o único som que saiu do receptor foi um ruído branco enquanto você subia no balcão.

𝚂𝙻𝙰𝚂𝙷𝙴𝚁 𝙶𝙸𝚁𝙻Onde histórias criam vida. Descubra agora