Those Eyes

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O garçom que servia coquetéis coloridos e doces dos quais se arrependeria completamente no outro passou e Izuku pegou dois deles; um tinha um tom calmo de dourado, como areia da praia ao entardecer e o segundo era de um vermelho profundo como sangue venoso. 

Izuku amava essas cores desde sempre. 

Katsuki o observou virar em goles as duas bebidas uma após a outra, talvez engolindo sentimentos juntos, pensou, pelo jeito que suas sobrancelhas se curvavam. ㅡBom, vamos voltar aos assuntos interessantes antes que eu fique bêbado o suficiente para começar a embolar a fala.

Katsuki assentiu, rindo fraco do rubor que crescia no rosto de Izuku, alcançando suas orelhas e pescoço. ㅡVocê é péssimo bebendo, bebezão.

ㅡPerdão se eu não fui um adolescente rebelde que bebia escondido dos pais e aumentei minha tolerância ao álcool, senhor adulto. -Seus olhos pareciam divertidos ao jogar na cara de Katsuki seus delitos juvenis, e ele riu quando o loiro estalou os lábios contrariado. 

ㅡFoda-se, eu era um babaca naquela época. 

ㅡSim, você era.-Katsuki parou, o copo a poucos centímetros dos lábios estagnou por um segundo antes dele virar-lá toda a bebida em um gole só, Izuku o observava com um sorriso bêbado e ressentido nos lábios. ㅡVocê foi o pior. 

Ele piscou, deixando o copo vazio de lado. Não conseguindo olhar para os olhos de Izuku ele se virou. Talvez a culpa estivesse o atingindo.

Não que não tivesse pensado algumas vezes durante esses anos sobre as decisões que tomou em sua adolescência, claro, pensou sobre elas e se arrependeu de algumas, mas outras simplesmente tinham que ter acontecido daquela forma. Simplesmente para certos aspectos não havia outra decisão além. Porém Katsuki nunca pensou sobre isso tendo Izuku ali tão próximo de si com os olhos mais lastimosos que já viu. 

Os tons de verdes tão vívidos pareciam ter escurecidos centenas de tons, quase pretos como o céu a noite, Midoriya nunca foi bom em mentir ou omitir qualquer coisa, muito menos os seus próprios sentimentos. I

Katsuki batucava o pé no chão em um ritmo descompassado, sinal de que estava profundamente perdido nos próprios pensamentos. Izuku não queria tornar a noite que estava progredindo bem de alguma forma, em algo pesado. 

ㅡO passado está no passado, eu estou bem agora e feliz com uma pessoa que me ama completamente…e a pessoa do telefone também, no final tudo se concluiu bem. -Ele sorriu como se para afirmar a própria fala e viu Katsuki o observar rapidamente antes de se levantar. 

ㅡVou buscar alguma coisa para comermos…

Antes que Izuku pudesse dizer que adoraria algumas batatinhas fritas ele já estava longe. O corpo esbelto e torneado de Katsuki naquelas roupas praianas ficavam tão bem que não podia tirar os olhos dele mesmo à distância, sua pele clara estava bronzeada e brilhante e os cabelos bagunçados faziam o parecer descontraído e confortável. Ele parou próximo ao restaurante aberto do evento e conversou com o garçom mais próximo, provavelmente pedindo alguma coisa que gostava, com muita pimenta e especiarias, exatamente aquilo que Izuku detestava. Midoriya o observou todo o tempo e Katsuki nem sequer fez o mínimo movimento para olhar em sua direção. 

Alguns minutos depois Izuku viu uma garçonete extremamente atraente lhe entregando uma pequena bandeja com alguns aperitivos, porém, antes que Katsuki virasse para retornar ao seu lugar ela pegou delicadamente em sua mão desocupada e mesma a distância Izuku viu quando ela o entregou alguma coisa, era pequena e ele não soube exatamente o que era, mas só pelo sorriso e a forma como se inclinava sobre o balcão para deixar o decote a mostra ele pode deduzir. Muitas garotas do colégio tentaram isso em sua adolescência. 

HONEYMOON |BakuDeku| Onde histórias criam vida. Descubra agora