Em uma chacina, um único sobrevivente.
Quem em sã consciência iria ignorar que o ex-morador de rua estava vivo em um lugar aonde todos os moradores foram cruelmente massacrados?
Ninguém ali sabia da existência de Minho, ninguém iria saber, pois o único com registros reais ali era Jisung, no qual a pouco fez sua indentidade na presença de Christopher.Uma surpresinha que lhe pegou de jeito, o dando a prisão perpétua no presídio mais rigoroso da Coréia.
A injustiça era tão engraçada.
Por dias, observava o sol do pátio da prisão, enquanto percebia o tempo passar como uma lesma.
Seus olhos pareciam vítimas da depressão do tempo.Por ser delicado, olhos rosas e fios castanhos claros, era vítima constante de abusos na prisão.
A cocaína era a melhor forma de escapar dos momentos de desespero que tinha, enquanto a comida nojenta e fedorenta era o que tinha todo dia.Não era como se merecesse um tratamento melhor, para todos, ele era um assassino a sangue frio.
Mas não é como se ele fizesse algo para pensarem diferente, eles nunca pensariam diferente.Enquanto estava sentado sobre o chão asfaltado da prisão, sentindo o resto de sol bater em sua pele, uma mão tocou seu ombro, o fazendo abaixar a cabeça. Ele realmente não teria paz?
– Calma, boneca. Não é para te chamar desta vez. – o policial disse acariciando seus fios, achando graça do medo alheio – Você tem visita.
Jisung franziu as sobrancelhas.
Estava preso a dois anos, como que teria visita derrepente?
Com um pé atrás, caminhou junto ao policial pelo caminho que sempre observava os presidiários fazerem, mas que nunca chegou a fazer.
A sala era branca, grande, confortável, uma mesa de ferro no centro e uma cadeira de ferro a sua frente.
Havia grades separando a mesa do outro lado da sala de visitas, aonde estava um rapaz de fios castanhos escuros.Quando o Han se sentou e olhou nos olhos do rapaz, medo e pavor escapou de suas orbes rosas.
Os olhos violetas o encarava com um sorriso nos lábios, enquanto apoiava o rosto na própria mão.
Parecia um gesto comum, mas ele nunca seria alguém comum, ele nunca seria alguém confiável.– A quanto tempo. – disse baixo, fazendo Jisung estremecer. – Senti saudades...
O Han franziu as sobrancelhas, enquanto encolhia os ombros. Estava com medo.
Ele sorria de uma forma tão adorável, tão doce, mas quem não o conhecesse que o comprasse, ele nunca que iria confiar novamente em alguém, principalmente nele.– Eu não sabia que você havia sobrevivido... Eu soube a dois dias... Ou três. – disse baixo, tão baixo que o Han precisou se esforçar para ouvir – Eu tenho uma proposta.
Jisung engoliu o seco, estava atento, porém cativado a ouvi-lo.
– Admiro que não tenha me entregado e também acho injusto que você tenha sido preso no meu lugar... Então... Sua fiança custa 600 milhões de dólares... E adivinha? Eu tenho muito, muito, muuuito mais que isso na conta... É tão fácil extraviar um pouquinho sem ser pego... Não sei como otários são pegos com facilidade.
Jisung engoliu saliva a seco, estava trêmulo, talvez teria uma crise ansiosa naquele instante.
Com um choramingo, se encolheu ainda mais, quando a mão do homem passou pelo espaço entre as grades, tocando sua face com apego.O Han tremeu dos pés a cabeça, olhando rapidamente para os guardas que nada faziam, eles provavelmente foram subornados por aquele homem.
– E em troca... Você pode cuidar bem de mim... Igual daquela vez... Você foi um bom menino. – fazia sentido, Minho era alguém dependente de terceiros, sempre esteve nos cuidados de Hyunjin e quando voltou a Gucci Pet, foi leiloado diversas vezes, até retornar ao seu dono e perde-lo.
Ele sentia falta de contato humano, por isso buscou a alternativa mais simples e que mais confiava.
Jisung se mostrou confiável desde o momento que teve oportunidades diversas de fuga e não o fez, se mostrando competente, cuidadoso e extremamente confiável.Com um olhar carinhoso, o Lee o fitava, parecia sequer piscar, quando finalmente deixou de tocar a bochecha farta do homem, decidindo acariciar os lábios macios.
Mesmo preso, ele era bem cuidado, os próprios presidiários e os guardas decidiram cuidar bem dele, pois ele era bonito, era gostoso e excêntrico, serviria para boas fodas, então mantiveram a beleza cativante deste.– Você nunca mais precisará dormir com outro, além de mim, obviamente. – murmurou, decidindo acariciar os fios castanhos claros do rapaz, que fechou os olhos, resolvendo aproveitar o carinho – Eu nunca iria permitir isso.
O Han suspirou, não importava o quanto pensasse que era loucura, que estava ficando louco, que aquilo era perigoso, não importava o quanto pensasse e martelasse em sua cabeça, sua resposta foi rápida e decidida.
– Eu... Eu aceito.
Talvez devesse tomar cuidado, talvez era melhor repensar.
Mas ele era tão leigo, crescido na rua e sem estudos, pessoas ruins existiam a rodo.O sorriso maléfico nos lábios de Minho eram uma prova concreta do inferno que traria para Jisung, mas que mal teria?
Ele já sofreu tanto...Que diferença faria sofrer apenas... Um pouquinho a mais?
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Gucci Pet (Han Jisung Centric)
FanfictionUm rapaz pobre, morador de rua, vivendo nas favelas mais imundas de Seul, ninguém daria nada por um rapaz que comeria do lixo por não ter nada em sua barriga. Porém sua vida mudou em um passo de mágica, quando se viu se vendendo em um leilão de escr...